Tradução J. Filardo
Por Nataliia Pecherska ***
O impressionismo tornou-se um dos movimentos mais significativos da arte moderna. Os nomes de Claude Monet, Auguste Renoir ou Edgar Degas são bem conhecidos, talvez, mesmo por aqueles que não estão muito interessados em arte. Existem grandes filas para ver suas pinturas em museus. E existem ainda maiores para comprar suas pinturas em leilões. Por que o impressionismo ainda ressoa com as pessoas hoje? Reunimos tudo o que você precisa saber para entender o Impressionismo!
Antes do impressionismo
Eugene Delacroix foi um dos artistas que influenciou os impressionistas. Ele foi um dos primeiros artistas a perceber que as cores, aplicadas com pinceladas individuais não misturadas, podem transmitir mais intensamente a dinâmica do momento retratado. Além de usar cores contrastantes, ele também tendia a acreditar que a trama de uma pintura deveria ressoar na vida moderna.
Embora a pintura de Delacroix, Liberdade liderando o povo, 1830, seja uma obra-prima do Romantismo, isso não o impediu de se tornar um precursor do impressionismo. A pintura continha quase todas as características que em quarenta anos se tornariam os principais princípios do Impressionismo, incluindo: a falta de linhas limpas clássicas; o uso de cores vibrantes; as pinceladas dinâmicas; e as novas maneiras de explorar e recriar o jogo de luz na tela.
Entretanto, a diferença fundamental entre Liberdade liderando o povo e as obras de arte do Impressionismo são que o enredo em que a pintura é inventada. Os impressionistas pretendiam retratar a realidade e apenas histórias verdadeiras. Eles queriam recriar em suas telas a vida que acontece aqui e agora.
A arte de Gustave Courbet também teve influência sobre os impressionistas. Ele admirava Delacroix, mas queria retratar objetos comuns e coisas reais. Ele queria realismo – franco e imperfeito.
O artista que melhor resumiu a herança de Delacroix e Courbet foi Edouard Manet. Ele se tornou o primeiro “artista da vida moderna” e inspirou um grupo de jovens artistas que haviam sido rejeitados pela Academia. Esses artistas se uniram no primeiro movimento da arte verdadeiramente moderna – o Impressionismo. Manet tornou-se um rebelde da Academia, embora não quisesse, e liderou um grupo de artistas dissidentes.
O centro do novo movimento artístico foi Paris na segunda metade do século XIX. Após suas tentativas frustradas de serem admitidos na Academia, em 1863, eles organizaram um evento em frente ao Salão da Academia, para artistas Impressionistas (embora ainda não fossem chamados assim).
Sua organização foi facilitada pelo próprio Napoleão III. Claro, não por gentileza, mas por motivos políticos. Foi devido a ele que os artistas não apreciados conseguiram uma plataforma para demonstrar suas obras de arte. Além disso, havia um sinal claro de que havia uma alternativa à arte obsoleta da Academia. A exposição foi chamada de “Salon des Refuses”, que significa “Exposição de Rejeitados”. Ela não impressionou os visitantes comuns, mas encheu os jovens artistas de novas ideias.
Trinta artistas se reuniram para o primeira exposição dos impressionistas, que foi chamada de “Sociedade Anônima de Artistas, Escultores, Gravadores e Outros”. Ela aconteceu em 15 de abril de 1874, no 35 Boulevard Capuchin, em Paris. Não havia painel de seleção, e quem pagasse a taxa poderia participar.
As críticas a esse estilo inovador foram desfavoráveis. O crítico Louis Leroy, publicou uma crítica devastadora da exposição no jornal Le Charivari. Ele também, sem querer, forneceu o nome do novo movimento e também descreveu suas principais características em suas críticas.
Os principais impressionistas incluem Edouard Manet, Claude Monet, Camille Pissarro, Pierre-Auguste Renoir, Alfred Sisley e Edgar Degas, para citar apenas alguns exemplos.
Os princípios do Impressionismo
As principais características do impressionismo incluem:
– uma imagem verdadeira das cenas modernas da vida;
– uso de cores naturais vivas;
– desejo de transmitir a efemeridade do momento, movimento, emoção, dinâmica e causar uma impressão na plateia;
– dar preferência ao jogo da luz sobre a precisão da imagem;
– pintar ao ar livre, não no estúdio, para transmitir com precisão os efeitos da luz; consequentemente, as cenas não eram montadas em sua maioria;
– as cenas eram modernas, urbanas, casuais, burgueses;
– o uso de pinceladas dinâmicas, nos quais as cores não se misturam.
Com o tempo, o Impressionismo tornou-se cada vez mais popular até se estabelecer como um movimento completamente icônico – o primeiro movimento artístico do mundo moderno.
Após a exposição de 1874, outras sete ocorreram nos 12 anos seguintes. Depois de 1886, os Impressionistas como um grupo, dividido por diferenças ideológicas, se desintegrou. Mas os próprios artistas não desapareceram. Eles trabalharam com sucesso em suas novas pinturas e também permaneceram impressionistas (pelo menos a maioria deles). Como um casal divorciado, eles simplesmente não estavam mais juntos.
O Impressionismo tornou-se uma das mais proeminentes tendências artísticas e um fundamento da arte moderna. O movimento deu origem a ideias do “jogo de cores” e o retrato simplificado de objetos. Sua evolução transformou a arte do Século XX.
Eu sou uma jornalista ucraniana, que costumava escrever muito sobre política. Mas eu não faço mais isso. Primeiro de tudo, eu amo a arte (mesmo que essa arte seja Untitled XXV por Willem de Kooning). É muito mais fácil manter a calma escrevendo sobre aberrações no mundo da arte do que sobre os políticos. Em segundo lugar, é muito mais fácil manter a calma escrevendo sobre aberrações no mundo da arte do que sobre os políticos. Terceiro, a arte nos ensina a refletir sobre nós e ao nosso redor; a política, ao contrário, nos ensina principalmente a não pensar.
Então, vamos tentar salvar algumas células cerebrais falando sobre herança cultural.
Publicado em DAILY ART MAGAZINE
Bibliot3ca FERNANDO PESSOA 