Bibliot3ca FERNANDO PESSOA

E-Mail: revista.bibliot3ca@gmail.com – Bibliotecário- J. Filardo

Galeria: José Francisco SIMAS

Biografia

Filiação: Lauro Schmidt Simas e Amélia da Silva Simas

Data de Nascimento: 13/09/1946 – Laguna, SC

Data de Falecimento: 09/06/2010 – São Paulo, SP

Data de Casamento: 06/02/1982

CIM:  108.208

Iniciação: 20/06/1973

Elevação: 18/02/1974

Exaltação: 25/04/1974

Instalação: 09/06/2003 – Loja 14 de Julho – 457

Foi Regularizado, de outra Potência em 06/06/1998

Esposa: Mirna Lia Monachesi Simas

Filha: Vivian Simas

Educação:

Primário: Grupo Escolar Getúlio Vargas (RJ)
Ginásio: Seminário Arquidiocesano São José (RJ)
Científico: Colégio Martin Afonso (RJ)
Técnico em Contabilidade: Academia de Comércio da Guanabara-Fundação Cândido Mendes
Graduação em Economia: Universidade Federal de Santa Catarina
Pós-Graduação: Fundação Carlos Alberto Vanzolini-Escola Politécnica da USP

Currículo Maçônico:

Data Histórico
23/07/1998 Reg. 06/06/98 lj. 457- SP. Proc. 3b3~07/04/98 art. 55 rgf.
16/06/2003 1º Vigilante, per. 2002/2003, loja 00457-.
12/09/2003 Expedido dipl. De mestre instalado, reg., 14115, loja 00457-sp.
20/04/2005 Deputado estadual per. 2003/2007 lj.0457-sp
27/09/2006 Venerável per. 2006/2007 lj.000457—SP a
25/07/2007 Venerável per. 2007/2008 lj.0457-SP
03/09/2008 Concedido a licença por 180 dias, a partir do dia 11/08/2008, pela loja n°0457-sp, conforme pr. S/n° de 18/06/2008. Publicado no Bol/GOB n° 16 de 15/09/2008.
09/03/2009 Placetado a pedido, loja n° 457 – SP ,reg. N° 688/2009, sessão de 16/02/2009, publicado no Bol/GOB nº 5/2009,

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TESTEMUNHOS:

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O Francisco foi um estudioso tenaz, livre pensador, que deu sua contribuição para melhorar o mundo em que vivemos com base no seu entendimento sobre Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

Viveu muitos anos a nossa frente, acredito que sua missão foi plantar as sementes que algum dia germinarão.
Pessoa de gênio forte, que defendia suas opiniões com vigor, conquistou grandes amigos e também muitos inimigos, pois para ele não existia o meio termo, tudo era vivido com muita intensidade. Como ele costumava dizer, parafraseando um autor, “Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si”.
Sofreu com a incompreensão de alguns irmãos porque as críticas; estas ele aceitava, faziam parte do crescimento, porém a maledicência ele combatia com vigor chegando a extremos.

A música esteve presente durante toda sua vida, pois sendo filho de exímia violinista, cresceu ao som dos grandes mestres do clássico. Em virtude dessa forte influência, mesmo após os 50 anos, iniciou o estudo de violino, que através de árduo treinamento lhe rendeu a chance de participar, como violinista, da orquestra do projeto SoArte. Também o estudo de piano, ao qual retornou alguns meses antes de partir, lhe trazia grande satisfação.

Paixão, porém, como ele dizia, era o Mengão e a Marinha Mercante. Infelizmente o sonho da Marinha foi interrompido devido ao seu envolvimento no movimento estudantil na época obscura da história do nosso país.

Foi meu companheiro, meu amigo, meu amante durante os 30 melhores anos da minha vida. Devo meu crescimento, como ser humano, a ele que terá meu eterno amor e agradecimento.

[Mirna Lia Monachesi Simas – Esposa]

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O Simas foi o único marinheiro que conheci.  E eu dizia que ele era a prova da existência de viagens no tempo.  Ele fora abandonado no século XX como um marinheiro amotinado, por seus colegas iluministas cansados das cobranças de coerência, honestidade intelectual e precisão linguística. Ele era uma “personalidade alada” (usando esta expressão que lhe era muito cara), rara nos dias atuais.

Daí ele embarcou na caravela da Maçonaria que já se achava estacionada, com os canhões enferrujados, as velas vazias como seios caídos de uma velha mãe e uma tripulação desacoroçoada que se limitava a rezar pelos cantos.

Tentou por anos mudar o curso da nau sem rumo. Sem sucesso.

Finalmente, constatando que a caravela estava encalhada em um banco de areia, baixou seu escaler, carregou nele os seus livros, seu violino e remou sozinho em direção à luz.

[Filardo, o Apóstata]

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O Simas, como todo gênio, era uma personalidade de convivência difícil. Pelas mãos dele ingressei na 14 de Julho, por causa dele saí. Depois retomamos a amizade até que discuti com ele em defesa do atual Grão-Mestre Estadual do GOSP. Não me arrependo das discussões, pois o Simas valorizava quem divergia. Arrependo-me de ter feito a defesa errada da pessoa errada… Nas discussões entre o Simas e o Zé Rodrix, homéricas e intensas, só não aprendeu quem não tinha condições. Sem dúvida um dos grandes homens que tive a oportunidade de conhecer através da Maçonaria, o que, talvez, justifique as decepções que nela tenho.

[Lauro Fabiano – Loja Fernando Pessoa 4001]

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Foi um grande irmão e eu tinha por ele uma grande admiração. Foi uma grande perda para a maçonaria e para os foruns antes com Simas, cheios de vida e depois sem graça.

[Luiz Ono]

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Posso afirmar que ele foi o único do RM que me motivou a estudar e entender a verdadeira missão de nossa Ordem e que nada tem a ver com benemerência, pavonismos, medalhas e inúmeros graus.  Sua verdadeira vocação baseia-se na inserção política, de onde conseguirá exercer o poder para mudança de rumo, reparando as seculares distorções sociais, engendradas pelas classes dominantes abastadas e acasteladas solidariamente.
Não adiantará rezar, nem mesmo ajudar os mais necessitados pois tudo será paliativo, efêmero como o vento ou o tsunami atual.

Pensei, seriamente, em mudar de rito pelo convencimento do que ele, às vezes aos brados, outras por incansáveis discursos, me convenceu desse norte para a humanidade, principalmente para os menos bafejados pela sorte.

[R. Mecca – Loja  Integração Sul Americana nº 2123]

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A julgar pelo reduzido número de lojas no mundo que não reconhecem os altos graus como parte integrante da coreografica maçônica, é lícito afirmar que o trabalho de reforma da maçonaria alemã empreendido por Johann J.C. Bode e Friedrich L.U. Schröder no final do século XVIII foi um fracasso retumbante. O trabalho consistia em limpar a espessa crosta de porcaria que durante 60 anos seguidos, na França e Alemanha,  havia se acumulado no corpo da maçonaria e restaurar o seu caráter e beleza originais. Entre os elementos desta crosta nociva estavam os altos graus com seus fitões, medalhas, anedotas bíblicas, insultos à inteligência, espadas e cavalos.
Qual a razão do fiasco?  A resposta a esta pergunta nos dá o mesmo Schröder em uma carta que remeteu ao historiador Nettelbladt no dia 23 de novembro de 1809:

“Os maçons alemães querem ser enganados. O fascínio que eles têm pelo misticismo é tal que subjuga a sã razão.”(1)

Convencido de que todo o seu trabalho de nada valeu, Schröder escreveu em 1815 amargurado,  um ano antes da morte o chamar :

“Quando, pelo menos aqui na Alemanha, haverá uma maçonaria racional? Nunca, pois o orgulho, o obscurantismo, e o egoísmo daqueles que se acham no ápice do sistema são obstáculos intransponíveis”(2)

Duzentos anos separam as vidas daqueles destemidos reformadores maçons alemães do falecido irmão Simas. Fracassaram porque tentaram mostrar uma luz que poucos maçons querem enxergar e a maioria jamais vai enxergar! A pergunta que fica é: valeu a pena?

[Ricardo Vidal]

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Infelizmente, não conheci meu tio pessoalmente. Mas, quando ainda me encontrava grávida da minha primeira filha, Sarah, que hoje tem 12 anos, comversamos várias vezes por telefone e e-mail, e com isso passei a conhecê-lo um pouco mais.

Através do tio Chico, passei também a saber um pouco mais sobre meus avós maternos. Em nossas conversas, ele me transmitia uma ar de sensatez. Eu e meus três irmãos crescemos ouvindo comentários a seu respeito que nos deixavam orgulhosos de tê-lo como tio.

Fiquei muito feliz quando tive a primeira oportunidade de conversar com ele por telefone. Estava planejando conhecê-lo em uma de minhas visitas ao Brasil, mas lamentavelmente não houve tempo. Sinto muitíssimo por isso. Sua vida terminou tão cedo tio!

Que o Senhor o guarde em um lugar aonde só exista amor!

[Margaret Simas Trindade Zeitzew, Redondo Beach, CA USA]

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Não tive a chance de conhecer o mano Simas pessoalmente, apenas através de listas de discussão e por algumas vezes via Skype.

Em meu primeiro contato eu ainda era aprendiz, e ele conseguiu instigar em mim a curiosidade sobre o Rito Moderno e a buscar pensar e refletir sobre a maçonaria.

Ele tinha a capacidade de tirar as pessoas da zona de conforto para refletirem ao invés de repetir mantras amplamente divulgados.

Ele faz uma enorme falta, um verdadeiro estudioso, íntegro defensor da busca pela verdade, ele tal qual Diógenes vagava pela maçonaria em busca de levar a luz do conhecimento para exterminar o obscurantismo reinante.

Simas era uma luz de conhecimento verdadeiro, fundamentado em estudos e pesquisas, não em achismos, por isso faz tanta falta. Ele buscava dizer a verdade nua e crua, e não ficar fazendo o que era “políticamente correto”.

Fico honrado em tê-lo conhecido, mesmo que apenas no mundo virtual da internet.

[Walter D. Araujo]

 

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Na convivência de mais de 30 anos com Francisco aprendi a valorizá-lo, admirar seus posicionamentos políticos, sociais e seu modo alegre e despretencioso de cativar e manter amizades.
De principios políticos, sem perder respeito por posições contrárias, dialogava sem entraves ou submissão,
De pessoas assim, fica a mágua de não se ter melhor aproveitado seus dons: artístico, cultural, político-fillosófico…e ele os tinha em profusão.


[Seleida de Oliveira Baptista]


8 comentários em “Galeria: José Francisco SIMAS

  1. Somente agora que estou vendo e lendo as lembranças do Francisco. Cliente e amigo. Falava de tudo. Escrevia de tudo. Entendia de tudo e as vezes também reclamava de tudo. Diversas vezes entrou pela porta dizendo “sabe onde tem uma livraria boa por aqui?” Minha resposta era “não conheço nenhuma a não ser a minha.” Enfim a saudades é grande, mas a lembrança será eterna.
    Maristela

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  2. eu tambem não o conhrci pessoalmente, pelo menos não me lembro, porque nos anos 90 eu frequentei muito a 14… mas “brigamos” muito nas listas… eu, ele, o Zé Rodrix, o Castelani… epa, acho que só eu fiquei por enquanto… lamentei sua partida porque perdemos um defensor do rito, culto, intransigente e sem medo de falar… era alma inquieta mesmo, nos debates principalmente… mas imagino q fosse um “doce” com a cunhada Mirna e a filha, de quem me falou com carinho…
    Nós que defendemos posições, ideais,e estou entre eles sim, sabemos q deixaremos todo tipo de sentimentos e avaliações para trás,,.. ha muito não me preocupo com os q não gostarem… o SIMAS deixou a minha admiração e respeito..

    Piva

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  3. Infelismente convivi pouco com Francisco, somente por espaçados 30 anos, mas o suficiente para valorizá-lo, admirar seus posicionamentos
    políticos, sociais e sua maneira alegre e despretenciosa de cativar e manter amizades, algmas somadas pelo casamento, tal como a minha.
    Foi uma pessoa de princípios políticos, sem perder o respeito por posições alheias às suas. Dialogava sem entraves e ou imposições e submissões..
    Era uma companhia alegre, culta e prazeirosa.
    Quando as pessoas, como Franscico se vão, há sempre o desgosto de não se ter melhor aproveitado seus dons artísticos, culturais, político-filosóficos …e Francisco os tinha em profusão.

    Seleida de Oliveira Baptista

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  4. O Mano Simas era verdadeiramente um Mestre-Maçom. Muito conhecimento. Muito caráter. Dizia o que achava que deveria dizer e por isso cultivou alguns desafetos, mas quando percebia seu erro não hesitava em reconhecer. Defensor intransigente do Rito Moderno e de sua filosofia, não poupava os coveiros da Maçonaria. Está fazendo uma falta enorme, talvez o vazio que deixa nunca será preenchido.

    Aveline

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  5. Irmão Filardo, parabéns pela iniciativa.

    Não tive a chance de conhecer o mano Simas pessoalmente, apenas através de listas de discussão e por algumas vezes via Skype.

    Em meu primeiro contato eu ainda era aprendiz, e ele conseguiu instigar em mim a curiosidade sobre o Rito Moderno e a buscar pensar e refletir sobre a maçonaria.

    Ele tinha a capacidade de tirar as pessoas da zona de conforto para refletirem ao invés de repetir mantras amplamente divulgados.

    Ele faz uma enorme falta, um verdadeiro estudioso, íntegro defensor da busca pela verdade, ele tal qual Diógenes vagava pela maçonaria em busca de levar a luz do conhecimento para exterminar o obscurantismo reinante.

    Simas era uma luz de conhecimento verdadeiro, fundamentado em estudos e pesquisas, não em achismos, por isso faz tanta falta. Ele buscava dizer a verdade nua e crua, e não ficar fazendo o que era “políticamente correto”.

    Fico honrado em tê-lo conhecido, mesmo que apenas no mundo virtual da internet.

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  6. Merecidíssima homenagem ao Irmão Simas.

    Não tive a honra e o prazer de conhecê-lo pessoalmente.

    O conheci por intermédio de uma lista na internet e virei seu fã. Todos os mails dele continham ensinamentos…. todos!

    Mais uma vez, cumprimento os envolvidos pela homenagem prestada.

    Saudações fraternais.

    Pinho
    ARGBLS Roosevelt, 1238 – Bauru, SP
    Rito Moderno – GOSP/GOB

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  7. Bela homenagem ao querido irmão Simas.

    Apesar de não o conhecer peesoalmente, apenas através dos grupos maçonicos, o irmão Simas sempre enriqueceu nossas listas com seus comentários e mensagens, sempre lucidos e despidos da vaidade que assola nossa ordem.

    Parabéns ao irmão Filardo pela iniciativa.

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  8. É muito justo o espaço virtual dedicado ao insigne Irmão José Francisco Simas.
    Infelizmente não tive o prazer e o previlégio de conhecê-lo pessoalmente, mas só virtualmente, através dessa maravilhosa máquina denominada internet.
    Dê-me bem como o Simas, haja vista ter algumas caracteristicas (virtudes e vícios), tais como: Sinceridade, Lealdade, Franquesa, “pavio curto” entre tantos.
    Aprendi muito com ele…maçonaria, filosofia, ética, entre tantas.
    Sergio Roberto Cavalcante – MM&KT
    ARLS Cavaleiros do Sol nº 42 – GLEPB
    Rito York

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