Bibliot3ca FERNANDO PESSOA

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Em defesa da Maçonaria

 

Comentando o projecto de lei do deputado José Cabral apresentado á ASSEMBLEIA NACIONAL

A MAÇONARIA

Vista por
FERNANDO PESSOA

O poeta da “Mensagem”, obra nacionalista, premiada pelo SECRETARIADO DA PROPAGANDA NACIONAL

UM PROJECTO DE LEI

Estreiou-se a Assembleia Nacional, do ponto de vista legislativo, com a apresentação, por um deputado, de projecto de lei sobre «associações secretas». De tal ordem é o projecto, tanto em sua natureza corno em seu conteúdo, que não há que felicitar o actual Parlamento per lhe ter sido dada essa estreia. Antes há que dizer-lhe Absit omen!, ou seja, em portuguez. Longe vá o agoiro!

Apresentou o projecto o sr. José Cabral, que, se não é dominicano, deverá sê-lo, de tal modo o seu trabalho se integra. em natureza, como em conteúdo, nas melhores tradições dos Inquisidores. O projecto, que todos terão lido nos jornais, estabelece várias e fortes sanções (com excepção da pena de morte) para todos quantos pertençam ao que o seu autor chama «associações secretas, sejam quais forem os seus fins e organização».

Dada a latitude desta definição, e considerando que por «associação» se entende um agrupamento mais ou menos permanente de homens, ligados por fim comum, e que por “secreto”, se entende o que, pelo menos parcialmente, se não faz à vista do público, ou, feito, se não torna inteiramente público, posso, desde já, denunciar ao sr. José Cabral uma associação secreta—o Conselho de Ministros. De resto, tudo quanto de sério ou de importante se faz em reunião neste mundo, faz-se secretamente. Se não reúnem em público os conselhos de ministros, também o não fazem as direcções dos partidos políticos, as tenebrosas figuras que orientam os clubs desportivos, ou os sinistros comunistas que formam os conselhos de administração das companhias comerciais e industriais.

Embora uma interpretação desta ordem legitimamente se extraia do frasear pouco nacionalista do sr. José Cabral, creio, tanto porque assim deve ser, como pelos encômios com que o projecto foi afagado pela imprensa pseudo-cristã, que as «associações secretas», que ele verdadeiramente visa, são aquelas que involvem o que se chama «iniciação», e portanto o segredo especial a esta inherente.

Ora no nosso paiz, caída há muito em dormência a Ordem Templária de Portugal, desaparecida a Carbonária—formada para fins transitórios, que se realizaram, —não existem, suponho, àparte uma ou outra possível Loja martinista ou semelhante, mais do que duas «associações secretas» dessa espécie. Uma é a Maçonaria, a outra essa curiosa organização que, em um dos seus ramos, usa o nome profano de Companhia de Jesus, exactamente como, na Maçonaria, a Ordem de Heredom e Kilwinning usa o nome profano de Real Ordem da Escócia.

Dos chamados jesuítas não tratarei e por trez motivos dos quais calarei o primeiro. Os outros dois são: quem não creio por mais razões do que uma, que eles corram risco de, aprovado e fosse o projecto, lhes serem aplicadas as suas sanções; e que não creio por uma razão só, que o sr. José Cabral tenha pretendido que tal aplicação se fizesse. Presumo pois que o projecto de lei do urgente deputado se dirija, total ou principalmente contra a Ordem Maçônica. Com tal o examinarei.

Não faço, creio, ofensa ao sr. José Cabral em supor que, como a maioria dos anti-maçons, o autor deste projecto é totalmente desconhecedor do assunto Maçonaria. O que sabe dele é até, porventura, peor que nada, pois naturalmente terá nutrido o seu anti maçonismo da leitura da imprensa chamada católica, onde, até nas coisas mais elementares da matéria, erros se acumulam sobre erros, e aos erros se junta, com a má-vontade, a mentira e a calúnia, senhoras, suas filhas. Não creio que o sr. José Cabral conviva habitualmente com os livros de Findel, Kloss ou Gould, ou que passe as suas horas de ócio na leitura atenta da Ars Quatuor Coronatorum ou das publicações da Grande Loja de Iowa. Duvido, até, que o sr. José Cabral tenha grande conhecimento da literatura anti-maçônica – Barruel ou Robison ou Eckert – tam admirável, aliás, do ponto de vista humorístico. Nem terá tido porventura noção, sequer de ouvido, do artigo célebre do Padre Hermann Grüber na Catholic Encyclopaedia, artigo citado com elogio em livros maçônicos e em que o doutor jesuíta por pouco não defende a Maçonaria.

Ora, se o sr. José Cabral está nesse estado de trevas com respeito à natureza, fins e organização da Ordem Maçónica, suponho que em igual condição estejam muitos dos outros membros da Assembleia Nacional, com a diferença de que se não propuzeram legislar sobre matéria que ignoram. Sendo assim, nem o deputado apresentante, nem os seus colegas de assembleia estarão, talvez, em estado de medir claramente as consequências nacionais, internas e sobretudo externas que adviriam da aprovação do projecto. Como conheço o assunto suficientemente para saber de antemão, e com certeza, quais seriam essas consequências, vou fazer patrioticamente presenta da minha ciência ao sr. José Cabral e à Assembleia Legislativa de que é ornamento.

Começo por uma referência pessoal, que cuido, por necessária não dever evitar. Não sou maçon, nem pertenço a qualquer outra Ordem semelhante ou diferente. Não sou porém, anti-maçon, pois o que sei do assunto me leva a ter uma ideia absolutamente favorável da Ordem Maçónica. A estas duas circunstâncias, que em certo modo me habilitam a poder ser imparcial na matéria, acresce a de que por virtude de certos estudos meus, cuja natureza confina com a parte oculta da Maçonaria─ parte que nada tem de político ou social ─ fui necessariamente levado a estudar também esse assunto ─ assunto muito bel, mas muito difícil, sobretudo para quem o estuda de fóra. Tendo eu, porém, certa preparação, cuja natureza não proponho indicar, pude ir, embora lentamente compreendeno o que lia e sabendo meditar o que compreendia. Posso hoje dizer, sem que use de excesso de vaidade, que pouca gente haverá, fora da Maçonaria, aqui ou em qualquer outra parte, que tanto tenha conseguido entranhar-se na alma daquela vida e, portanto, e derivadamente, nos seus aspectos por assim dizer externos.

Se falo de mi, e deste modo, é para que o sr. José Cabral e os colegas legisladores saibam perfeitamente quem lhes está falando, e oque vão ser, se quizerem, é escrito por quem sabe o que está escrevendo. Não que o que vou dizer exija profundos conhecimentos maçónicos: é matéria puramente de superficial, da vida externa da Ordem. Exije porém conhecimentos e não ignorâncias, fantasias ou mentiras.

Começo a valer. Creio não errar ao presumir que o sr. José Cabral supõe que a Maçonaria é uma associação secreta. Não é. A Maçonaria é uma Ordem secreta, ou com plena propriedade, uma Ordem Iniciática. O sr. Julio Cabral não sabe, provavelmente, em que consiste a diferença. Pois o mal é esse ─ não sabe. Nesse ponto, se não sabe, terá de continuar a não saber. De mim, pelo menos, não receberá a luz. Forneço-lhe, em todo o caso, uma espécie de meia-luz, qualquer coisa como a “treva visível” de certo grande ritual. Vou insinuar-lhe o que é essa diferença por o que em linguagem maçónica se chama “termos de substituição”.

A Ordem Maçônica é secreta por uma razão indirecta e derivada ─ a mesma razão por que eram secretos os Mistérios antigos, incluindo os dos primitivos cristãos, que ser reuniam em segredo, para louvar a Deus, em o que hoje se chamariam Lojas ou Capítulos, e que, para se distinguir dos profanos, tinham fórmulas de reconhecimento ─ toques, ou palavras de passe, ou o que quer que fosse. Por esse motivo, os romanos lhes chamavam ateus, inimigos da sociedade e inimigos do Império ─ precisamente os mesmos termos com que hoje os maçons são brindados pelos sequazes da Igreja Romana, filha, talvez ilegítima, daquela maçonaria remota.

Feito assim o meu pequeno presente de meia-luz, entro directamente no que verdadeiramente interessa—as consequências que adviriam, para o paiz da aprovação do projecto de lei do sr. José Cabral. Tratarei primeiro das consequências internas.

A primeira consequência seria esta—coisa nenhuma. Se o sr. José Cabral cuida que ele, ou a Assembleia Nacional, ou o Governo, ou quem quer que seja, pôde extinguir o Grande Oriente Luzitano fique desde já desenganado. As Ordens Iniciáticas estão defendidas, ab origine symboli, por condições e forças muito especiais que as tornam indestrutíveis de fóra. Não me proponho explicar o que sejam essas forças e condições: basta que indique a sua existência.

De resto, teem os srs. deputados a prova prática em o que tem sucedido noutros paises, onde se tem pretendido suprimir as Obediências maçónicas. Pondo de parte a Rússia—onde nem eu nem os srs. deputados sabemos o que verdadeiramente se passa, e onde, aliás, quasi não havia Maçonaria—, poderemos considerar os casos da Itália, da Espanha e da Alemanha.

Mussolini procedeu conta a Maçonaria, isto é, contra o Grande Oriente da Itália mais ou menos nos termos pagãos do projecto do sr. José Cabral. Não sei se perseguiu muito gente, nem me importa saber. O que sei, de ciência certa, é que o Grande Oriente de Itália é um daqueles mortos que continuam de perfeita saúde. Mantém-se, concentra-se, tem se depurado, e lá está à espera; se tem em que esperar é outro assunto. O camartelo do Duce pode destruir o edifício do comunismo italiano; não tem força para abater colunas simbólicas, vasadas num metal que procede da Alquimia.

Primo de Rivera procedeu mais brandamente, conforme a sua índole fidalga, contra a Maçonaria Espanhola. Também sei ao certo qual foi o resultado—o grande desenvolvimento, numérico como político, da Maçonaria em Espanha. Não sei se alguns fenómenos secundários, como, por exemplo, a queda da Monarquia, teriam qualquer relação com esse facto.

Hitler, depois de se ter apoiado nas trez Grandes Lojas cristãs da Prússia, procedeu segundo o seu admirável costume ariano de morder a mão que lhe dera de comer. Deixou em paz as outras Grandes Lojas— as que o não tinham apoiado nem eram cristãs—e, por intermedio de um tal Goering, intimou aquelas trez a dissolverem-se. Elas disseram que sim— aos Goerings diz-se sempre que sim—e continuaram a existir. Por coincidência, foi depois de se tornar essa medida que começaram a surgir cisões e outras dificuldades dentro do partido nazi. A história, como o sr. José Cabral deve saber, tem muitas destas coincidências.

Como tenho estado a apresentar razões e factos até certo ponto desanimadores para o sr. José Cabral, vou desde já animá-lo com a indicação de um resultado certo, positivo, que adviria da aprovação do seu projecto. Resultaria ele ─alegre-se o dominicano! ─ um grande número de perseguições a oficiais do exército e da armada (excepto em Cascais) e a funcionários públicos. Perderiam seus lugares os que não quizessem ter a indignidade de repudiar a sua Ordem. Resultaria, portanto, a miséria para as suas famílias, onde é possível ─e isto é que é grave ─ que encontrassem pessoas devotas de Santa Teresinha do Menino Jesus, personagem que ocupa, na actual mitologia portuguesa, um lugar um pouco acima de Deus. Resolver-se-hia, é certo, no estilo inesperado do roulement que não rola, o problema do desemprego ─ para aqueles actuais desempregados, bem entendido, que teem por Grão Mestre Adjunto, o sr. Conselheiro João de Azevedo Coutinho.

Seriam essas as consequências internas aprovação do projecto: dois zeros ─um para o efeito anti-maçónico da lei, outro para a barriga de muita gente. Seriam essas as consequências internas. Vou tratar agora das consequências externas, isto é, das consequências que adviriam da aprovação do projecto para a vida e o crédito de Portugal no estrangeiro. Esse aspecto da questão, esse resultado, não só possível mas quasi certo, creio bem que não ocorreu ao sr. José Cabral. Presto homenagem ─ e sério ─ ao seu patriotismo, embora lamente que seja um patriotismo tam analfabeto.

Existem hoje em actividade, em todo o mundo, cerca de seis milhões de maçons, dos quais cerca de quatro milhões nos Estados Unidos e cerca de um milhão sob as diversas Obediências independes do Império Britânico. Assim, cinco -sextos dos maçons hoje em actividade são maçons de fala ingleza. O milhão restante, ou conta parecida, acha-se repartido pelas várias Grandes Obediências dos outros paízes do mundo, das quais a mais importante e influente é talves o Grande Oriente de França.

As Obediências maçónicas são potências autônomas e independente, pois não há governo central na Maçonaria, que por isso menos “internacional” que a Igreja Romana. Há Obediências maçónicas que poucas relações teem entre si; há até Obediências que estão de relações suspensas ou cortadas. Dou dois exemplos. A Grande Loja da Inglaterra cortou em 1877, por um motivo técnico, as relações que ainda não reatou, com o Grande Oriente de França. A mesma Grande Loja Cortou em 1933, as relações com a Grande Loja das Filipinas, em virtude de divergências ─cuja natureza não sei, mas presumo─ quanto à maneira de desenvolver a Maçonaria na China.

Assim, a Maçonaria necessariamente toma aspectos diferentes ─políticos, sociais e até rituais─ de paiz para paíz e, até, a dentro do mesmo paíz, de Obediência para Obediência, se houver mais de uma. Dou um exemplo. Há em França trez Obediências independentes ─ o Grande Oriente de França, a Grande Loja de França (prolongada capitularmente pelo Supremo Conselho do Grau 33) e a Loja Regular, Nacional e Independente para a França e suas Colónias. O Grande Oriente é acentuadamente radical e anti-religioso; a Grande Loja limita-se a ser liberal e anti-clerical; a Grande Loja Nacional não tem política nenhuma. Dou outro exemplo. O Grande Oriente de França tem uma grande influência política, mas excepto atravez dessa, pouca influência social. A Grande Loja da Inglaterra não se preocupa com política, mas sua influência social é enorme.

Conquanto, porém, a Maçonaria esteja assim materialmente dividida, pode considerar-se como unida espiritualmente. O espírito dos rituais, e sobre tudo o dos Graus Simbólicos (nos quais, e sobretudo no Grau de Mestre, está já, para quem saiba ver ou sentir, a Maçonaria inteira), é o mesmo em toda a parte, por muitas que sejam as divergências verbais e rituais entre graus idênticos, trabalhados por Obediências diferentes. E palavras mais perspícuas, mas necessariamente menos clara: quem tiver as chaves herméticas, em qualquer fórma de um ritual encontrará, só mais ou menos véus, as mesmas fechaduras.

Resulta desta comunidade de espírito profundo, deste íntimo e secreto laço fraternal, que ninguém quebrou nem pode quebrar, uma Obediência, ainda que tenha poucas ou nenhumas relações com outra, não vê todavia com indiferença o ser esta atacada por profanos. Os maçons da Grande Loja da Inglaterra não teem, como disse, relações com os do Grande Oriente de França. Quando, porém, recentemente surgiu em França, a propósito dos casos Stvisk e Prince, uma campanha anti-maçónica, de origem aliás ultra-suspeita, a vaga simpática, que potencialmente se estava formando em Inglaterra pelos conservadores que atacavam o Governo Francez desapareceu imediatamente. O Times, conservador mas acentuadamente maçónico, relatou as manifestações contra o Governo Francez com uma antipatia que roçou pela deturpação de factos. E há muitos casos semelhantes, como o de certo escritor maçónico Inglez, que em seus livros constantemente ataca o Grande Oriente de França, mudar completamente de atitude ao responder a uma escritora inglesa anti-maçónica, que afinal dissera pouco mais ou menos o mesmo que havia sempre dito.

Nisto tudo, que serviu de exemplos, trata-se de coisas de pouca monta, simples campanhas de jornal, e por certo de atitudes espontâneas e individuais da parte dos maçons que as tomaram. Quando porém se trate de factos maçonicamente graves, como seja a tentativa por um governo de suprimir ou perseguir uma Obediência maçónica, já a accção dos maçons não é tam individual e isolada, nem se resume a uma maior menor antipatia jornalística. Provam-no diversas complicações de origem aparentemente desconhecida que encontrou em paízes estrangeiros o governo de Primo de Rivera, e que encontrara, e ainda encontram, os governos da Itália e da Alemanha. Esses porém, são paízes grandes e fortes, com recursos, de vária ordem, que em certo modo podem contrabalançar aquelas oposições. Vem mais a propósito citar o caso de um paiz que não grande nem influente na política europeia em geral. Refiro-me à Hungria e ao que se passou com o célebre empréstimo americano.

Aqui, há anos, pouco depois da Guerra, o Governo Húngaro decretou a supressão da Maçonaria em seu território. Pouco depois negociam um empréstimo nos Estados Unidos, Estava em empréstimo praticamente feito quando veio da América a indicação final de que ele não seria concedido se não se restabelecessem “certas instituições legítimas”. O Governo Húngaro percebeu e viu-se obrigado a entrar em transacções com o Grão Mestre; disse-lhes que autorizava a reabertura das Lojas, com a condição (que parece do sr. José Cabral) de que nelas pudessem assistir profanos. É excusado dizer que o Grão Mestre recusou. O Governo manteve portanto a “supressão” das Lojas… e o empréstimo não se fez. Ora, isto sucedeu com a Maçonaria Americana, que não faz propriamente política nem mantém relações muito intensas com as Obediências europeias, a excepção das britânicas. Tratava-se, porém, de uma grave injúria à Maçonaria, e o resultado foi o que se vê.

Não venha o sr. José Cabral dizer-me que não precisamos de empréstimos do estrangeiro. Nem só de empréstimos vive o paíz. Precisa, por exemplo, de colónias, sobretudo das que ainda tem. E precisa de muitas outras coisas, incluindo o não incorrer na hostilidade activa dos cinco e tal milhões de maçons que, por políticos, ainda não tem sido hostilisado.

Creio que disse o suficiente para que o sr. José Cabral e os outros srs. deputados compreendam perfeitamente qual póde e deve ser e alcance da aprovação deste projecto na vida e no crédito de Portugal. Antes de acabar, porém, quero dar-lhes uma pequena amostra da espécie de gente em cuja antipatia activa incorreríamos

Tomarei para exemplo a Grande Loja Unida de Inglaterra, não só pela importância que para nós teem as nossas relações com aquele paiz, mas também porque qualquer acção dessa Grande Loja —a Loja-Mãe do Universo, com cerca de 450.000 maçons em actividade—arrasta consigo todos os maçons de fala ingleza e todas as Obediências dos paizes protestantes. Do resto da Maçonaria não é preciso falar.

São maçons, sob a obediência da Grande Loja de Inglaterra, trez filhos do Rei—o Príncipe de Gales, Grão Mestre Provincial de Surrey, o Duque de York, Grão Mestre Provincial de Middlesex, e o Duque de Kent, antigo Primeiro Grande Vigilante. É maçon o genro do Rei, Conde de Harewood, Grão Mestre Provincial West Yorkshire. São maçons, em sua maioria, os fidalgos inglezes, sobretudo os de antiga linhagem. São maçons em grande número, os prelados e sacerdote da Igreja de Inglaterra, o clero mais profundamente culto de todo o mundo, a Igreja protestante que mais perto está, em dogma e ritual, da Igreja de Roma. Não prossigo, porque já basta… Lembro todavia que os trez grandes jornais conservadores ingleses—o Times, o Sunday Times e o Daily Telegraph, são ao mesmo tempo maçónicos…

Sr. José Cabral, seja patriota por conta própria: Retire esse projecto! Deixe a Maçonaria aos maçons e aos que, embora o não sejam viram, ainda que em outro Templo, a mesma Luz. Deixe a anti-maçonaria àquela imprensa que é legitima descendente intelectual do celebre pregador que descobriu que Herodes e Pilatos eram Vigilantes de uma Loja de Jerusalém. Retire o seu projecto!

Retire, e no próximo dia 13, se quizer, vamos juntos a Fátima. E calha bem, porque é 13 de Fevereiro — o aniversario da lei do João Franco que estabelecia a pena de morte para os crimes políticos…

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