Bibliot3ca FERNANDO PESSOA

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RER – Cadernos de Estudos: III

            Ivan A. Pinheiro[1]

            O foco do texto de Pinheiro (2024) foi dirigido para a mais do que necessária, a indispensável cautela na separação, em Loja, entre 2 (dois) universos: o maçônico e o religioso. Em sendo a Maçonaria um espaço para o exercício de livre pensadores e buscadores da verdade, seria demasiado impróprio amalgamar os 2 (dois) universos, senão pela definição e à luz da missão institucional das partes, em razão das consequências que poderiam advir. A Maçonaria, ao proporcionar a discussão dos princípios e dos fundamentos mais elementares, configurados como os valores que medeiam as relações humanas, o que se espera, a partir da reflexão e do pensamento crítico, é promover inquietações e transformações que elevem (sob todos os aspectos) os Iniciados, bem como tenham potencial para, pelo exemplo, influenciar a sociedade.

            Contudo, o trabalho (op. cit.) é essencialmente histórico, argumentativo e descritivo (para alguns, talvez teórico), daí que o que ora se pretende é apreciar a matéria a partir de um ponto de vista prático. E para tal se tomará como base um extrato do estudo de Crossan (2009): “Paulo e a Questão de Gênero”. Essa seleção é triplamente relevante: primeiro porque as bases do cristianismo[2] tal como hoje compreendido, em larga medida, foram lançadas pelo Apóstolo Paulo; em segundo porque “as questões de gênero” estão sempre presentes nas pautas da sociedade contemporânea; e, por fim, a questão da mulher na Maçonaria, notadamente no Brasil, ainda apresenta controvérsias, penso, em razão da fragilidade dos argumentos dos que depõem contra, daí que este texto, sobre este tema específico, se propõe a provocar novas reflexões. E para aqueles que tomam o texto bíblico como verdade não sujeita a questionamento, e daí porque extraem princípios e valores norteadores dos seus rumos e passos, as considerações de Crossan servem de alerta e vão ao encontro da cautela já referida. E para que se tenha claro a centralidade de Paulo, assim como os cuidados que a leitura bíblica requer, cito:

Há 27 livros no Novo Testamento. 13 são cartas atribuídas a Paulo e um outro livro, os Atos dos Apóstolos, de Lucas, possui toda sua segunda metade dedicada a Paulo. Paulo toma, assim, exatamente, metade do Novo Testamento. Ainda assim, há um consenso historiográfico generalizado de que apenas sete de todas as 13 cartas são certamente paulinas – Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Filipenses, 1 Tessalonicenses e Filêmon. Das seis cartas restantes, o consenso geral é de que três delas – 2 Tessalonicenses, Colossenses e Efésios – provavelmente não são de Paulo, e que as três últimas certamente não são de Paulo (op. cit., p. 91).

Portanto, antes de recorrer ao argumento da autoridade, no que tange às cartas paulinas é preciso ter claro a qual delas se está a referir. Nos dias atuais, escrever um texto e atribuir a autoria a terceiros (sobretudo se famosos), provavelmente levaria o autor aos tribunais.

            Paralelamente à questão moral-legal, outra se impõe: como trazer à baila elementos de argumentação, sobretudo se com intenção conclusiva, cuja fonte, a exemplo das 3 (três) últimas cartas citadas, têm autoria desconhecida? É importante frisar que na métrica dos estudiosos, em especial a dos historiadores, a proximidade cronológica com a fonte eleva significativamente o grau de confiança, tanto no autor quanto no conteúdo, no caso, Paulo teria tido contado direto com os apóstolos Pedro e Tiago, bem como com outras pessoas do convívio com Jesus[3]; portanto, o(s) autor(es) dos conteúdos hoje reconhecidos como não paulinos, foi(ram) hábil(eis), sabia(m) que o conteúdo (hoje questionado) ecoaria no entorno em razão da autoridade e  da liderança de Paulo na  comunidade em formação. Alternativamente, para os escritos posteriores (mesmo séculos) o argumento da autoridade (e da veracidade do conteúdo) é justificado pela iluminação que o autor teria recebido, no caso, do Espírito Santo; mas sobre esta perspectiva não cabe tecer maiores comentários. Dessarte, a questão anterior pode ser colocada da seguinte forma: é apropriado recorrer a afirmativas das quais não se sabe a autoria, e como se Verdades fossem, seja em um debate ou antes e mais importante, para a formação de juízos norteadores?

            Mas o que se constata nas cartas paulinas, e que hoje em alguns casos é elevado à condição de escândalo (fake news sujeita a processo), à época era relativamente comum, em vários documentos, e não necessariamente com intenções deliberadas e tampouco escusas, muito embora estas não possam ser excluídas. Em sociedades baseadas na oralidade e em que a grande maioria da população era analfabeta, a documentação impressa (em forma de cópia[4]) era restrita à elite social; portanto, a importância e a atenção dispensadas ao texto, à época, não guardam correspondência com as de hoje. Ademais, nenhum dos autores, àquela época, imaginava que os seus escritos (nos mais diversos gêneros: cartas, relatos, profecias e outros) viessem a ser, no futuro, organizados em forma de “um livro – a Bíblia”, e tampouco que os conteúdos reunidos viessem a ser divulgados e ensinados como expressão da verdade e/ou atos intencionais no contexto de um grande plano cósmico.

            Feitas essas considerações iniciais, atente-se, agora, para a sequência de citações atribuídas a Paulo que, em maior ou menor grau, a depender de cada um, orientam a formação de juízo dos leitores no que tange à questão de gênero no universo cristão.

            A primeira o autor (Crossan) extraiu de Gálatas (3:27-29):

Vós todos que fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo. Não há mais judeu ou grego, escravo ou livre, homem ou mulher, pois todos vós sois um só, em Cristo Jesus. Sendo de Cristo, sois […][5].

E o seu intento foi demonstrar que, no contexto dos primeiros anos do surgimento do cristianismo[6], prevalecia o ideário da igualdade, daí que complementa: “A identidade étnica, a posição social ou o estatuto do gênero não estabelecem nenhuma superioridade entre os cristãos – todos são iguais em Cristo” (op. cit., p. 92). Mesmo atento aos problemas do anacronismo, sempre arguidos na apreciação histórica, tal ideário, em uma sociedade (helenizada e sob a ocupação romana) patriarcal e hierarquizada, soa como revolucionário, daí a ser combatido.

            Assim, para compor a primeira percepção de Paulo (I) frente à questão de gênero, Crossan analisa um longo trecho de Romanos 16:1-15, que complementa com Gálatas 4:11 e 1 Coríntios 15:10. Conclui: “Mas esse problema não era de Paulo. Para ele, tanto as mulheres quanto os homens poderiam ser chamados por Deus a ser apóstolos de Cristo – a igualdade não residia apenas na comunidade, mas também no apostolado” (op. cit., p. 94). Lembrando que Gálatas, Romanos e Coríntios são cartas reconhecidas como efetivamente tendo sido escritas por Paulo, é possível concluir que são estas, e não as demais, que representam o seu pensamento (e, por extensão, do “cristianismo”). Ora, se esse discurso igualitário foi ao encontro de muitos (certamente a maioria) da sua época, na perspectiva das autoridades romanas, preocupadas com zelo dos usos e costumes, tratava-se de comportamento e da difusão de (novos) valores inadmissíveis, por isso Crossan o tipifica como sendo o de “Paulo Radical”.

            Já a segunda percepção, identificada como “O Paulo Conservador”, vista como intermediária, está alicerçada em Colossenses 3:18-19 (“Mulheres, sede submissas a vossos maridos, como convém no Senhor. Maridos, amai vossas esposas e não sejais ásperos com elas”) e Efésios 5:22-23:

As mulheres o sejam aos maridos, como ao Senhor. Pois o marido é a cabeça da mulher […] como a Igreja se submete a Cristo, que as mulheres também se submetam, em tudo, a seus maridos. Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo também amou a Igreja […] Em suma, cada um de vós também ame a sua esposa como a si mesmo; e que a esposa tenha respeito pelo marido.

Da análise, Crossan conclui:

O que é mais surpreendente acerca dessas instruções – mesmo que se aponte o fato de que elas são menos radicais do que a igualdade paulina – é seu caráter mútuo e sua reciprocidade […] É, com certeza, terrível e tristemente irônico o fato de a tradição cristã ter exigido sujeição das esposas e, então, em vez de exigir autossacrifício dos maridos, o tenha transferido também para as esposas (op. cit., p. 95).

Conforme sabido, há dúvidas se Colossenses e Efésios foram de fato cartas escritas por Paulo, e em meio a outras, uma das justificativas habitualmente usadas pelos historiadores e exegetas, além da mudança de estilo, de vocabulário, da alusão a acontecimentos “fora do tempo”, é exatamente a mudança, sem motivo aparente, do posicionamento do autor quando contrastado com as suas manifestações anteriores, a exemplo do que foi visto em Gálatas e Coríntios. Estavam, pois, em andamento, não só um ajuste no discurso cristão perante a autoridade romana, como a própria construção do que, em parte e nos próximos séculos, viria a ser o posicionamento da igreja cristã frente à chamada “questão da mulher”.

            Finalmente, “O “Paulo” Reacionário”; o próprio autor grafa o nome de Paulo, entre aspas para ressaltar que o que se segue, com certeza, não pode ser atribuído a Paulo. Organiza o seu raciocínio a partir a partir de 2 (duas) citações: 1 Timóteo 2:8-15 e 1 Coríntios 14, 33b-36. Embora longo, vale a pena transcrever, na íntegra, a primeira:

Quero, pois, que, em toda parte, os homens orem, erguendo mãos santas, sem ira nem contenda. Igualmente quero que as mulheres se vistam decentemente e se enfeitem com modéstia e bom senso. Nada de penteados complicados nem de joias de ouro ou de pérola, nem de vestes luxuosas. Mas que se enfeitem com boas obras, como convém a mulheres que fazem questão de uma vida piedosa. Durante a instrução, a mulher fique escutando em silêncio, com toda a submissão. Não permito que a mulher ensine, nem que mande no homem. Ela fique em silêncio. Com efeito, Adão foi formado primeiro; Eva, depois. E não foi Adão que se deixou seduzir, mas a mulher é que foi seduzida e se tornou culpada de transgressão. No entanto, ela será salva pela geração de filhos, se, perseverarem na fé, no amor e na santidade, com bom senso, unida à modéstia.

É extraordinária a mudança de posicionamento, do Paulo Igualitário, e por isto percebido como um radical a ser perseguido pelas autoridades romanas, vis-à-vis o Paulo Reacionário, expressão que também só pode ser entendida na perspectiva do poder dominante. O pseudo-Paulo, autor de Timóteo, provavelmente por ser alguém de menor expressão na sociedade, para além do intento de querer ver difundidas as suas próprias ideias (razão pela qual recorre à notoriedade de Paulo), provavelmente por presenciar a mão de ferro que abatia os judeus[7], julgou conveniente e estratégico[8] alterar o discurso paulino, retrocedendo (e por isto considerado reacionário) à luz dos avanços promovidos pelo verdadeiro Paulo.

            Os olhos mais atentos já terão percebido: por que Crossan também recorre a uma das cartas autênticas (1 Coríntios) para compor o “Paulo Reacionário”? Nesse caso o motivo é uma interpolação acrescentada por terceiros que, inclusive, no original se encontra destacada entre parênteses:

Estejam caladas as mulheres nas assembleias, pois não lhes é permitido tomar a palavra. Devem ficar submissas, como diz também a Lei. Se desejam instruir-se sobre algum ponto, interroguem os maridos em casa; pois é vergonhoso para uma mulher falar nas assembleias. Porventura a Palavra de Deus tem seu ponto de partida em vós? Ou fostes vós os únicos que a recebestes? (op. cit., p. 97)

            Parece não haver dúvidas de que, a depender do texto paulino tomado como premissa do discurso ou eventual debate, as conclusões não serão apenas distintas, mas contraditórias e inconciliáveis, cada qual e todas serão apresentadas pelos respectivos defensores como sendo efetivamente a Palavra de Deus, um desígnio verdadeiro e a ser observado em todas as instâncias da vida. O impasse parece evidente.

            Como sair desse impasse? Do ponto de vista teológico, pessoalmente eu nada tenho a afirmar, e tampouco, s.m.j., a Maçonaria se constitui como espaço para este debate. E desse posicionamento decorre, em perspectiva secular, a reafirmação da impropriedade de recorrer às Escrituras para fundamentar, em definitivo, questões trazidas à discussão no ambiente das Lojas. Por evidente que não é de se esperar que, nesses termos, tais questões venham a ser pautadas em Loja, mas é importante notar que frente às questões de gênero[9] e mais especificamente ao papel da mulher na sociedade, tanto interna corporis quanto no mundo profano, muitos tomam por princípios os ensinamentos bíblicos, o que os leva a assumir (e defender) um dos 3 (três) posicionamentos tipificados por Crossan: o Radical, o Conservador ou o Reacionário. Embora já evidente, é importante sublinhar: quaisquer interlocutores, independentemente se à esquerda (O Paulo Radical, revolucionário) ou à direita do espectro político (o Paulo Reacionário) encontrarão no texto bíblico os argumentos para fundamentar a sua posição, basta escolher o texto mais conveniente. A propósito, em qual você se encaixa? Independentemente de qual seja, não se pode perder de vista que a Maçonaria é, antes de tudo, um espaço aberto ao livre pensamento, à elaboração crítica e, sobretudo, apropriado à avaliação das implicações deste ou daquele posicionamento no contexto da comunidade de referência, frente aos seus problemas, desafios e às condições de possibilidades.

            Há muitas lições que podem ser extraídas desse brevíssimo exemplo, as quais, infelizmente, não podem ser exploradas neste espaço intencionalmente reduzido. Entre tantas, a primeira observação é a de que a Bíblia não é “um” livro, mas um conjunto de mais de 60 livros[10], a maioria de autores desconhecidos (e em vários casos, no mesmo documento, foram atestadas múltiplas autorias com atuação em diferentes momentos) e que jamais imaginaram que, um dia, no séc. XXI, estariam reunidos em um só livro apresentado como sendo a Palavra de Deus. Inspirados ou não por Deus, os livros foram escritos por homens durante um largo período (séculos), portanto em diferentes contextos sociais, políticos e econômicos; assim, o texto bíblico atual é também um produto das correlações de forças (jogos de poder e interesses) vigentes nos devidos espaços-tempos em que foram escritos, como bem atesta o caso paulino ora trazido à baila. Uma segunda e última observação, por ora, é a de que não surpreende que um texto (bíblico ou não) quando lido à parte (e fora do contexto) produza determinado entendimento que, por sua vez, consubstanciará a formação das crenças e ideologias; todavia, quando apreciado em perspectiva e no conjunto da obra, este entendimento seja alterado e mesmo completamente ressignificado. Assim, e por oportuno, quero aqui chamar a atenção para o perigo representado pelas mentes habilidosas, à esquerda e a direita do espectro político que, pelo domínio do conhecimento (o conjunto da obra), manipulam e doutrinam os incautos que, na ausência do pensamento crítico, se submetem ao argumento da (ou de qualquer) autoridade.

            Por fim, a situação-problema trazida a este texto não se limita às cartas paulinas, ao contrário, são incontáveis as contradições irreconciliáveis existentes tanto no Novo (Evangelhos, Atos e outros) quanto no Velho Testamento[11], o que, s.m.j., aponta para reafirmar a tese (que não é nova) também levantada por Pinheiro (2024), a da necessária e indispensável delimitação de campos: Maçonaria e Religião não podem ser confundidas, daí que o argumento da autoridade divina (com o lastro das Escrituras e afins), em Loja, devem ser sopesados, independentemente de qual seja o Rito. Certamente que este tema ainda comporta muitas análises e considerações, mas também porque há muitos outros à espera de reflexão e desenvolvimento, ora o dou por encerrado.

Post Scriptum: assim como em outros, no texto anterior (Pinheiro, 2024) eu teci críticas aos Secretários de Ritualística que deixam ao léu as suas Lojas Simbólicas. Por oportuno, cabe uma ressalva: a iniciativa da Secretaria de Ritualística do GOB-SC que, no dia 20.04.24, promoveu um Encontro de Estudos, mais especificamente, sessões comentadas sobre as Recepções aos 3 (três) primeiros Graus do RER[12]. Tendo alcançado o entendimento e a padronização ritualística, o tempo de estudos poderá, então, e com maior proficiência, ser dedicado à essência da Maçonaria: o estudo do simbolismo e da sua reverberação no cotidiano. A presença do Grão-Mestre e do seu Adjunto, que acumula a Secretaria Geral de Ritualística, dá a medida da importância atribuída ao tema na jurisdição. Além da aprendizagem, há de se ressaltar a oportunidade para a troca de experiências e a confraternização entre os BAAII. 

Referências Bibliográficas

CROSSAN, John D. As Duas Vozes Mais Antigas da Tradição de Jesus. In: CHEVITARESE, André L; CORNELLI, Gabriele (Orgs.). A Descoberta do Jesus Histórico. São Paulo: Paulinas, 2009, p. 85-103.

PINHEIRO, Ivan A. RER – Cadernos de Estudos: II. Disponível em: https://bibliot3ca.com/rito-escoces-retificado-cadernos-de-estudos-ii/. Acesso em: 24.04.24.

Notas

[1] Mestre Maçom. O autor não expressa o ponto de vista das Lojas, Obediências ou Potências das quais participa, mas tão somente exerce a sua liberdade de pensamento e expressão, daí porque muitas vezes comunica na primeira pessoa do singular. E-mail: ivan.pinheiro@ufrgs.br. Por oportuno eu agradeço a leitura da versão preliminar deste texto realizada pelo Irmão Lucas Vieira Dutra, Mestre Maçom do Quadro da ARLS Presidente Roosevelt, 75, GLESP, Oriente de São João da Boa Vista. Porto Alegre-RS, 25.04.24.      

[2] Sem perder de vista que o RER é um Rito assumidamente cristão.

[3] As suas primeiras cartas datam do final dos anos 40.

[4] Processo que, por si, já aumentava as chances de adulteração inadvertida a partir do original, e mais ainda considerando que há (havia) cópias de cópias de cópias. Trago à lembrança os primeiros bancos escolares, quando, por ocasião da correção do ditado oral, a professora apontava que alguém esqueceu uma palavra, outro a substituiu, uma pontuação não foi percebida, entre outras impropriedades que alteravam, por vezes significativamente, a mensagem do texto.

[5] Destaques no original citado.

[6] O mais apropriado para a época é referir a cristianismos – produtos das diversas interpretações locais da Boa Nova. Só com o tempo, a partir do séc. IV, serão estabelecidas as bases mais próximas do entendimento hoje atribuído à expressão Cristianismo; em decorrência, algumas das primeiras interpretações, até concorrentes, passaram a ser consideradas heresias.

[7] Após as revoltas nos anos 60, o II Templo foi, finalmente, destruído em 70.

[8] Pela própria sobrevivência do movimento cristão.

[9] Em Paulo, há ainda juízos e recomendações sobre as relações homoafetivas.

[10] O número de livros é variável de acordo com a Religião (judaísmo ou cristianismo) e a confissão específica (católica, luterana, etc.).

[11] No texto referido, de Crossan, há outros exemplos. Sobre as contradições no Novo Testamento, entre outros pode consultado o canal de Jonathan Matthies, historiador brasileiro: https://www.youtube.com/watch?v=e9EeMAzpKpg. Acesso em: 24.04.24.

[12] Sigla utilizada para referir tanto ao Regime quanto ao Rito Escocês Retificado, distinção que, quando necessária, se fará no corpo do texto.

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