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Grau 21 – Cavaleiro Noaquita ou Cavaleiro Prussiano (REAA)

Publicado em FREEMASON.PT
Por João Anatalino Rodrigues
Avental do Grau 21 - Cavaleiro Noaquita ou Cavaleiro Prussiano (REAA)
Avental do Grau 21 – Cavaleiro Noaquita ou Cavaleiro Prussiano (REAA)

A lenda de Noé

Diz Anderson, nas suas Constituições, que Seth, o filho dilecto de Adão, recebeu o título de primeiro Maçom, pela cidade que construiu em homenagem a seu filho Enos, cidade que ele chamou de Consagrada. A partir daí, a arte de construir tornou-se o símbolo da construção do edifício universal, que é a sociedade humana. E foi assim que nasceu a Maçonaria [1].

A ideia que aqui se insere é a de que a história da humanidade, tal como é revelada na Bíblia, é o próprio relato da construção do universo, pensado por Deus, o Grande Arquitecto do Universo e realizado por nós, os homens, os seus pedreiros.

Como se sabe, o patriarca Noé é descrito na Bíblia como sendo um carpinteiro, ou seja, uma das profissões ligadas à Arte Real, já que não se constroem edifícios sem obras de carpintaria. Por isso, e por ser um homem puro e de bons costumes, ele foi escolhido pelo Grande Arquitecto do Universo para reformar o edifício terrestre da humanidade, que o próprio GADU resolveu destruir, já que ele tinha sido desviado da finalidade para o qual tinha sido construído [2].

Hoje está sobejamente provado que o grande dilúvio universal realmente aconteceu. Não é uma mera lenda bíblica. Todas as tradições antigas fazem referências a este evento de consequências trágicas para a humanidade. Os livros sagrados da Índia e dos povos mesopotâmicos mencionam esse facto. Na tradição vedanta, Noé é chamado de Vaisaswata ou Satiavrata. Nas lendas gregas ele é Deucalião. Os caldeus o chamavam de Xixouthros e os chineses de Fo-Ki. Nas lendas americanas, cultivadas pelos astecas e maias, ele foi Bochica, “o que se salvou das grandes águas.” [3]

Muitos historiadores acreditam que as informações sobre o dilúvio, constantes da Bíblia, foram copiadas de tradições mesopotâmicas. Existem lendas muito antigas (supostamente mais antigas do que a Bíblia), que falam de um rei da Babilónia, chamado Utmapishtin, que durante o dilúvio, construiu uma grande arca e nela se fechou com a sua família, servos e artesãos, e um grande rebanho de animais. A sua arca flutuou por sete dias e por fim parou no cume de uma montanha. Nestas lendas fala-se também da pomba e do corvo que ele teria soltado para se certificar se as águas do dilúvio tinham baixado [4].

Uma tese, divulgada pelo alquimista Fulcanelli, sustenta que a Arca de Noé, na verdade seria um lugar onde as pessoas se teriam refugiado para escapar das águas do dilúvio [5]. Seria um altiplano, situado provavelmente no pico de uma das montanhas mais altas dos Andes ou do Himalaia, e que este período de refúgio teria durado cerca de dois séculos. Esta tese daria sentido ao mito da Atlântida e às memórias conservadas nas tradições de todos os povos antigos, que se referem a estas lendas [6].

O primeiro Maçom

Segundo o Dr. Anderson, o primeiro homem a receber o título de Maçom foi Seth, terceiro filho de Adão, que teria erguido uma cidade, a qual consagrou ao Grande Arquitecto do Universo [7].

Esta cidade simboliza o trabalho maçónico de construção do edifício terrestre, no qual habitaria o Grande Arquitecto do Universo. O edifício terrestre aqui referido é a própria humanidade, que segundo a tradição bíblica, foi recomposta a partir dos descendentes de Noé. Os seus filhos Sem, Cam e Jafet deram origem aos semitas (os povos do Oriente Médio) aos Camitas (povos da África) e aos jaféticos, também conhecidos como arianos.

Por isso é que os maçons operativos, antes da sua transformação  para o que se veio a chamar Maçonaria especulativa, costumavam chamar a si mesmos de Noaquitas, ou seja, descendentes de Noé. Nos seus rituais eles adoptavam uma lenda segundo a qual os filhos de Noé, Sem, Cam e Jafet, após a morte do patriarca, desejosos de descobrir o segredo pelo qual o seu pai se tornara tão poderoso perante o Grande Arquitecto do Universo, foram até à sua tumba e exumaram o seu cadáver. Vendo que o corpo estava quase decomposto, pegaram-no pelo dedo e viram que a carne se desprendia dos ossos. Depois o levantaram ombro contra ombro, cotovelo contra cotovelo, pé contra pé, peito com peito, face com face, mãos nas costas, e gritaram “Oh! Senhor meu Deus!” E depois de ver que ainda havia tutano nos ossos, concordaram que deviam dar ao corpo morto um nome de código. Esta lenda foi aproveitada no desenvolvimento do Drama de Hiram, que representa a passagem do Companheiro para Mestre [8].

Os cavaleiros teutónicos

Esta lenda é desenvolvida no Grau 21, um dos mais importantes graus do Rito Escocês Antigo e Aceito, pelo valor iniciático que encerra. Por isso é chamado Cavaleiro Prussiano ou Noaquita. Além das alegorias referentes a Noé e os seus filhos, ele também evoca antigos mitos ligados à Cavalaria, especialmente os cavaleiros teutónicos, cuja participação nas Cruzadas foi de extrema importância.

Os cavaleiros teutónicos, da mesma forma que os templários, também estão ligados a uma larga tradição de esoterismo, misticismo e feitos heróicos. É desta Ordem de Cavalaria que se origina a maioria das lendas do Graal.

Os cavaleiros teutónicos, na sua maioria, eram oriundos da Alemanha. No século XIX, em alguns círculos intelectuais alemães de orientação mística, havia uma crença comum que os povos germânicos descendiam directamente de Noé, através do seu neto Gomer, filho de Jafeth. Esta tradição, verdadeira ou não, inspirou os teóricos do nazismo na montagem da teoria racial que levou mais de seis milhões de judeus e mais outro tanto de latinos, eslavos e outras raças aos campos de concentração e morte durante os horríveis anos de ascensão e queda do Terceiro Reich alemão [9].

Esta tradição situa a origem dos teutónicos na Ásia Central. A partir do Dilúvio, tendo como fundador o filho mais novo de Noé, Jafeth, eles distribuíram-se por diversas tribos, dando origem a vários povos, mais tarde conhecidos como germânicos, celtas, jónios, aqueus, saxões, nabateus, etc. Estes povos de raça branca, chamados geralmente de arianos, viviam nas planícies da Europa Central e em várias regiões da Ásia, dali se espalhando por toda a terra. Os seus descendentes mais importantes eram as tribos germânicas que ocuparam extensos territórios na Europa Central e deram origem aos estados alemães [10].

O Super-homem

De acordo com os teóricos da supremacia da raça ariana, estes povos eram os responsáveis por tudo de bom que havia na civilização. Entre os povos teutónicos se incluíam os germânicos, “raça pura”, que não se tinha contaminado na miscigenação promovida pelo desenvolvimento do Império Romano. Além dos germânicos, somente outra raça tinha conservado a pureza do sangue: os judeus [11]. Mas estes eram degenerados morais, que perverteram a história e os grandes mitos do passado, para justificar os crimes que praticaram contra a humanidade. O principal destes crimes consistia na divulgação de mitos religiosos incompatíveis com o desenvolvimento da raça humana, pois submetiam o espírito do povo a uma escravidão psicológica, representada pela imposição de um Deus ciumento, intolerante, preconceituoso e castrador de todas as esperanças humanas.

Para eles, o deus de Israel era inimigo do verdadeiro humanismo e conspirava contra o desenvolvimento da civilização. Neste sentido, a verdadeira religião era aquela que valorizava os grandes mitos do passado, especialmente a saga dos heróis arianos, entre os quais se encontravam os mitos gregos e germânicos.

Nietzsche, por exemplo, um dos filósofos mais influentes do século XIX, sustentava que o Judaísmo tinha deformado a história da humanidade, transformando-a numa involução. Na opinião dele, o Cristianismo, que nada mais era que uma continuação do Judaísmo, instituíra uma religião de escravos espirituais que se conformavam com a pobreza, a escravidão e a ignorância, em troca da promessa absurda de outra vida num paraíso inexistente. Os cristãos eram larvas e o seu deus um “pastor de larvas”, que ensinava uma compassividade que induzia à fraqueza, uma benevolência que produzia a permissividade, e a tolerância que enfraquecia o carácter, enquanto os povos germânicos eram o que de melhor existia na raça humana. Assim, o super homem de Nietzsche era um guerreiro implacável que destruía civilizações incompetentes e construía outras com fogo e sangue, dando às teses de Darwin uma aplicação histórica e lógica [12].

Este é o cerne da doutrina anti-semita que inspirou o genocídio praticado pelos nazistas contra os judeus. Estas teorias, amplamente divulgadas na Europa nos anos que antecederam as duas guerras mundiais, curiosamente, tiveram como principais doutrinadores um inglês chamado Houston Stewart Chamberlain, com o seu trabalho As Bases do Século XX, e um francês, Joseph Arthur de Gobineau, com a sua obra Ensino sobre a Desigualdade das Raças Humanas [13].

Outros grandes intelectuais alemães, como Hegel, Fichte e grande compositor Richard Wagner, com as suas magníficas óperas versando sobre os grandes mitos da cultura alemã, e sobretudo o filósofo Alfred Rosemberg, o principal ideólogo dos nazistas, também contribuíram para o desenvolvimento das absurdas teorias da supremacia da raça ariana. Entretanto, os dois autores acima citados foram os que mais directamente as inspiraram [14].

A Torre de Babel

A lenda do grau, embora não encontre adequado desenvolvimento no Rito Escocês Antigo e Aceito, (talvez pela sua origem germânica), tem, não obstante, um profundo conteúdo simbólico.

Este simbolismo é explorado de modo mais eficiente no Rito Adonhiramita. Ali conta-se que os descendentes de Noé, não confiando muito na promessa de Deus, expressa através do arco-íris, de que não haveria mais dilúvios sobre a terra, intentaram construir uma torre onde se poderiam abrigar, caso o Senhor resolvesse castigar novamente a humanidade com outro dilúvio.

A partir desta torre desenvolveu-se uma cidade, onde o seu rei Ninrod, “poderoso caçador perante o Eterno”, segundo a Bíblia, começou a fazer a distinção entre os homens, atribuindo a cada um seus direitos e deveres. A esta cidade ele chamou de Babel, pois esta era a comunidade de todos os povos e línguas, onde se adorava a verdadeira divindade. Como a consagração da cidade ocorrera numa noite de lua cheia, os cavaleiros Noaquitas adoptaram a tradição de realizar as suas assembleias anuais na lua cheia de Março [15].

No Rito Escocês a lenda tem algumas variáveis e evoca tradições gnósticas que o Rito Adonhiramita não integrou. Aqui, a Torre de Babel aparece como um santuário construído antes do Dilúvio e o seu objectivo é alcançar os sete céus da tradição gnóstica. É evidente que as diferenças rituais reflectem as variantes filosóficas adoptadas pelos diferentes grupos, mas a alusão a Ninrod, como “o primeiro rei a estabelecer distinção entre os homens” é bastante significativa, dado ao fato já observado do referido grau ter nascido entre os alemães. Vemos aí o cerne das doutrinas discriminativas que floresceram entre aquele povo e que tanta infelicidade tem trazido para a humanidade [16].

O ensinamento do grau

O que se pretende, no entanto, no ensinamento do grau, é alertar o obreiro da Arte Real contra os sentimentos de arrogância, malícia, infidelidade, vaidade e orgulho. Por isso as referências à Torre de Babel, tendo em vista que tradicionalmente ela é vista como sendo um monumento erguido para dar vazão ao sentimento de orgulho e vaidade dos homens. E também a citação feita no Ritual, às cidades de Sodoma e Gomorra, símbolos de corrupção, perfídia e arrogância humana, que foram, por isso mesmo, destruídas pelo Grande Arquitecto do Universo, são um exemplo que nos leva a essa interpretação [17].

Já dissemos que nem sempre o Templo do Rei Salomão foi a alegoria mais importante no desenvolvimento do ensinamento maçónico. Já houve tempo em que essa primazia, segundo o Manuscrito Régius, cabia à Torre de Babel, sendo o rei Ninrod e não Salomão, o primeiro monarca a patrocinar a Maçonaria operativa. Diz-se que foi aquele rei que primeiro dividiu os trabalhadores da construção em aprendizes, companheiros e mestres, criando palavras de passe, toques e outras formas de distinção entre as suas graduações.

Esta é, na nossa opinião, uma clara referência às teses de distinção entre as raças humanas. Estas ideias, como se pode perceber, também foram acolhidas pela cultura judaica, que as disfarçou na alegoria da confusão de línguas que Deus teria promovido para evitar que os homens terminassem de construir a Torre de Babel [18]. Pois não há uma forma mais eficiente de diferenciar uma cultura da outra do que pela alusão à língua utilizada. Tanto que na época clássica de Grécia e Roma, somente a língua grega e o latim eram consideradas línguas civilizadas. As demais eram tidas como bárbaras.

Neste sentido, também as palavras de passe, toques, sinais, símbolos que só podem ser compartilhados por determinados grupos, constitui uma linguagem discriminatória que representa um claro sinal de distinção [19].

Assim, é a tradição cavalheiresca legada pelos cavaleiros teutónicos que inspira a maior parte da liturgia do grau. Embora todo o conteúdo do ritual esteja centrado na reconstrução do Templo de Jerusalém, efectuada por Zorobabel, os ensinamentos que ali se propagam buscam muito mais efectuar uma ligação entre a Maçonaria e as Ordens de Cavalaria que foram criadas na Terra Santana época das Cruzadas, do que propriamente evocar a missão de Zorobabel.

Todos os símbolos e alegorias trabalhados no Ritual estão a demonstrar essa evidência. Haja vista as denominações dos oficiantes da Loja e a iconografia que nela aparecem. Nela se vê um triângulo de prata, atravessado por uma flecha dourada, claramente um símbolo militar. Uma representação de raios lunares, penetrando por uma janela, representa o lugar de reunião dos iniciados, evocativa dos cubículos medievais onde se reuniam os cavaleiros. Os oficiantes são chamados Cavaleiro Tenente Comendador (presidente da Loja), Cavaleiros Inspectores (os Vigilantes), Cavaleiro da Eloquência (o Orador), Cavaleiros Prussianos ou Patriarcas Noaquitas (os demais mestres em Loja). Estes títulos, como se vê, fazem remissão à Cavalaria. Diz-se também que o Presidente da Loja representa Frederico II, rei da Prússia, o que demonstra, mais uma vez, a origem prussiana do grau [20].

A moral desenvolvida no ensinamento do grau denota também a sua origem prussiana. Historicamente, os prussianos sempre foram criticados pelos demais povos europeus pela sua arrogância, o seu orgulho e as suas tendências francamente militaristas.

A ideia de supremacia racial, que sempre se associou aos alemães, especialmente os de origem prussiana, tem sido geratriz de muitos ressentimentos e não raras vezes, de violentos conflitos, como os que resultaram nas duas guerras mundiais. Parece-nos que os maçons da época de Frederico II já tinham consciência deste fato e procuraram de alguma forma, desenvolver um catecismo cuja intenção era combater esta ideia, colocando os temas da vaidade, do orgulho, da arrogância e do egoísmo sobre um cerrado fogo moral.

É neste sentido que na variante do Rito Escocês se procurou exaltar outros sentimentos mais consentâneos com as virtudes cristãs, que os teóricos do anti-semitismo sempre tentaram desqualificar [21].

Como já dissemos, foi o filósofo Nietzsche que melhor transmitiu a noção de superação das virtudes cristãs pelas qualidades guerreiras, que ele entendia ser o que de melhor existia no homem. Na tonitruante linguagem bíblica que ele utilizou para escrever o seu mais famoso livro, “Assim Falava Zaratustra“, ele diz:

Deveis amar a paz como um motivo para novas guerras, e mais a curta paz que a prolongada. Não vos aconselho o trabalho, mas a luta. Não vos aconselho a paz, mas a vitória. Seja vosso trabalho uma luta, seja vossa paz uma vitória! Não é possível calar-se e permanecer tranquilo senão quando há flechas no arco; não sendo assim, questiona-se. Seja vossa paz uma vitória. Dizei que uma boa guerra é a que santifica também a guerra? Eu vos digo: a guerra justa é a que santifica todas as coisas. A guerra e o valor realizaram coisas mais grandiosas do que o amor ao próximo. Não foi a vossa piedade, mas a vossa bravura que até hoje salvou os náufragos. Que é bom? – perguntais. Eu digo – Ser valente. Deixai as moças dizerem:” Bom é o belo e o meigo”. Chamam-vos gente desapiedada; mas o vosso coração é sincero, e a mim agrada-me o pudor da vossa cordialidade. Envergonhai-vos do vosso curso, e os outros que se envergonhem do seu regresso. Sois feios? Pois bem, meus irmãos; envolvei-vos no sublime, o manto da fealdade. Quando a vossa alma cresce, torna-se arrogante, e há maldade na vossa ascensão . Conheço-vos.” [22]

Segundo ainda o pensamento de Nietzsche e os autores acima citados, foram os semitas, descendentes de Sem, que inventaram o mito da serpente que engana o casal humano no Jardim do Éden. Este mito, diziam eles, é uma clara prova da inferioridade da raça semita, pois mostra uma criação ignorante, preguiçosa e irresponsável, que não se dispõe a lutar por nada. É uma criação feita unicamente para obedecer e nunca contestar coisa nenhuma, uma “estirpe de escravos”, que obedece irrestritamente a um Senhor cruel e instável, que inclusive se deixa enganar pelos seus inimigos, já que permitiu que um dos seus subordinados se revoltasse contra ele e corrompesse a sua criação. Esse é o homem inferior criado pela filosofia judaico-cristã, enquanto que o homem das lendas arianas, que não tem piedade nem falsos pudores é o super-homem, herdeiro da terra [23].

O homem maçónico

Em franca oposição às virtudes do “super-homem” de Nietzsche, o “homem maçónico” do grau 21 combate o orgulho porque ele conduz à prepotência; Desestimula a vaidade porque esta é irmã da inveja; Despreza o egoísmo porque ele nos conduz à subserviência e à desafeição por tudo que seja ele mesmo; Pratica a humildade, pois nela está o reconhecimento de que ele não é perfeito e precisa constantemente evoluir; Venera a Deus e estima os valores que fazem um homem ser justo; Controla as suas paixões e fá-las trabalhar em prol do desenvolvimento pessoal e colectivo; Pratica a virtude como forma de vencer o vício, acatando as leis, mostrando-se justo em todos os actos e reservado com todos, sobre a aprendizagem dentro dos ensinos maçónicos [24].

Notas

[1] James Anderson, As Constituições, Ed Fraternidade, S. Paulo, 1982.

[2]  Idem, op. citado. Conforme ensina a doutrina da Cabala, Deus fez o homem para que servisse de receptáculo (vaso) para a recepção da sua Luz. Adão, ao cometer o pecado da desobediência, ou seja, ao desenvolver um ego, quebrou esse vaso, e assim a Luz espalhou-se pelo mundo, ficando presa nos limites da matéria. Por isso todas as fadigas do homem e a luta do seu espírito se destina a libertar essa Luz, que é a sua alma, da prisão da matéria, para que livre dessa “casca” (kelipot), ele possa voltar ao Criador, limpo e puro.

[3] Segundo lendas andinas, a família de Bochica teria erigido Tihuanaco, a cidade construída “antes que as estrelas surgissem no céu.” Estas tradições também são cultivadas no Tibete e na Índia, onde se diz que os altiplanos do Himalaia já foram, um dia, estações marítimas.

[4] Notadamente a chamada Epopeia de Gilgamés, o herói sumério que teria vivido por volta de 2700 a.C.. As lendas que falam desse herói constam da grande biblioteca de Assurbanipal, rei assírio que volta do século VII a. C. reinou em todo o oriente, e reuniu, na capital do seu império, a cidade de Nínive, mais de 30.000 placas de argila, contendo diversos textos literários, que supostamente, teriam servido de fonte para a produção da própria Bíblia hebraica.

[5] As Moradas dos Filósofos, pg. 426 e ss.

[6] Tradições conservadas no Tibete e as lendas dos povos andinos sustentam que os seus territórios, situados nos picos do Himalaia e na Cordilheira dos Andes, respectivamente, já foram, um dia, estações marítimas. Esta hipótese foi comprovada pelo arqueólogo inglês Ralph Bellamy.

[7] As Constituições, op. citado pg. 4

[8] Lenda adaptada do Manuscrito Coocke (+- 1456). Esta lenda é uma clara adaptação de uma metáfora cabalista. Segundo a Cabala, os filhos de Noé teriam desenterrado o seu corpo e tentado ressuscitá-lo usando fórmulas mágicas (o poder do Nome Sagrado).

[9] William Shirer, Ascensão e Queda do Terceiro Reich, Ed. Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 1975.

[10] Teutos, ou teutões, é o nome geral que os romanos davam às tribos bárbaras que habitavam as fronteiras a leste do Império, equivalentes hoje à Alemanha, parte da Polónia e Ucrânia. Antigas tradições dizem que o povo nabateu, conhecido principalmente pelas famosas ruínas da cidade de Petra (Jordânia) eram descendentes de Nebo, o deus babilónico da sabedoria, daí o seu nome. Os nabateus seriam, inclusive, os fundadores da Babilónia. Segundo o pesquisador árabe Massoudi, os nabateus eram descendentes de Cam e não de Jafet, mas os historiadores, de modo geral, costumam classificá-los entre os jaféticos.

[11] Conforme a Doutrina Secreta, os judeus e os árabes são arianos de segunda cepa, descendentes dos jaféticos que não quiseram imigrar para a Índia quando as nações se dispersaram. Síntese da Doutrina Secreta, op. citado, pg. 174

[12] Friedrich Nietzsche, Assim Falava Zaratustra, op. citado. Charles Darwin (1809-1882) escreveu o clássico, “Sobre a Origem das Espécies,” onde sustenta a tese da evolução natural, fundamentada na sobrevivência das espécies mais competentes para se adaptar às mudanças do ambiente.

[13] William Shirer, Vol. II, op. citado, pg. 221

[14] Obras clássicas de Richard Wagner, como Parsifal, O Anel dos Nibelungos, A Cavalgada das Valquírias, são exemplos destes trabalhos.

[15] Jean Palou, op citado. Pg. 107

[16] Idem, pg.108.

[17] Alex Horne – O Templo do Rei Salomão na Tradição Maçônica, citado.

[18] Historicamente, acredita-se que a chamada Torre de Babel seja um dos “zigurats”, torre que os sacerdotes caldeus costumavam construir para fins de observações astrológicas. A religião dos israelitas condenava a prática da astrologia e da astronomia, razão pela qual ela foi estigmatizada na lenda da Torre de Babel.

[19] Este tipo de linguagem era utilizado pelas antigas seitas iniciáticas como forma de reconhecimento e distinção entre os seus membros.

[20] Cf. Jean Palou, op citado, pg. 223. O Ritual do grau também trás esta informação. A Prússia, antes da unificação da Alemanha, promovida pelo Kaiser Guilherme e liderada pelo barão Otto Von de Bismark, era o mais rico e importante estado alemão.

[21] Não é demais lembrar que durante o regime nazista, a Maçonaria foi banida da Alemanha.

[22] F. W. Nietzsche – Assim Falava Zaratustra, citado, pg.36. Do mesmo autor veja-se O Anticristo, L&PM Pocket, São Paulo, 2009.

[23] Referência à história de Satã, que se traveste de serpente e engana o casal humano.

[24] Conforme o discurso ritual do grau 21.


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