Tradução José Filardo
A Maçonaria chegou à Suécia por meio do conde Axel Wrede-Sparre, iniciado durante sua estada na França como oficial da cavalaria entre 1731 e 1733. Ao retornar ao seu país, ele funda em Estocolmo, com alguns amigos – iniciados como ele no estrangeiro – uma loja com o seu nome. Nos primeiros tempos, o rei Frederico I impede a difusão da maçonaria.
Depois, em 1751, ele permite ao conde Knut Carlsson-Posse criar uma nova loja, a de São João. O sucesso ajudando, outras lojas aparecem no curso dos anos seguintes. Em 1760, os barões Eckleff e Scheffer fundam, finalmente, a Grande Loja da Suécia. Catorze anos mais tarde, o duque Charles de Sudermanie, irmão de Gustavo III – o futuro rei Charles XIII – se torna Grão Mestre e organiza o rito sueco.
Ele instaura um sistema com dez graus repartidos em três grupos: graus de São João, de Santo André de Escócia e do Capítulo. Além deste sistema, distinguem-se os altos oficiais: Altíssimo Irmão Iluminado, cavaleiro e comandante.
Este rito afirma-se fundamentalmente cristão, mas com aspectos de esoterismo, assumindo como objetivo o conhecimento de Deus pelo reconhecimento do espírito divino que cada um traz em si. Mais prosaicamente, a Grande Loja da Suécia estabelece tal sistema de corte onde as classes mais altas encontram prazer em se reunir e a comportar sua superioridade colocada em segundo plano pelas reformas de Gustavo III em favor dos camponeses.
Em 1811, Charles XIII aproveita a ciração da ordem que traz o seu nome para anunciar que o príncipe Bernadotte fora “admitido” nos graus inferiores da Maçonaria Francesa. Dai em diante, o novo príncipe herdeiro terá a responsabilidade pela ordem maçônica sueca, com o título de “procurador de Salomão” – reservando-se a dignidade de “vigário de Salomão”. Com a morte de Charles XIII em 1818, o príncipe real da Suécia torna-se o Rei Charles XIV-Jean e herda o conjunto de dignidades e responsabilidades do pai. A partir dai – iniciado ou não na França – Bernadotte saberá utilizar a rede instalada por seu pai adotivo para estabelecer seu poder e sua dinastia.
A curiosidade sobre Bernadotte é – conta a história – que não podendo ser liberado por seus comandantes no exército, ele envia seu ajudante de ordens, o futuro barão Pinoteau que será iniciado em seu lugar!
Assim, fica a dúvida, para sempre, se o Príncipe Bernadotte, grão-mestre da Maçonaria Sueca foi realmente iniciado.
Por Franck Favier – Professor de História, autor de Bernadotte, um marechal do Império no trono da Suécia.
publicado em http://www.journaux.fr – Abril 2012 – Revista Histoire