Bibliot3ca FERNANDO PESSOA

E-Mail: revista.bibliot3ca@gmail.com – Bibliotecário- J. Filardo

Carbonária, a Maçonaria Guerreira

Tradução J. Filardo

http://en.wikipedia.org/wiki/Carbonari

Os Carbonários (“Carvoeiros”  [1] ) eram grupos de  sociedades secretas revolucionárias  fundadas no início do século 19 na Itália. Embora seus objetivos muitas vezes tivessem um foco patriótico e liberal, eles não tinham uma agenda política clara.  [2]  Eles eram um foco para aqueles descontentes com a situação política na Itália após 1815, especialmente no sul da península italiana.  [3]  Os membros da Carbonária, e aqueles influenciados por eles participaram de eventos importantes no processo de Unificação Italiana (muitas vezes chamada Risorgimento) e no desenvolvimento do nacionalismo italiano.

No norte da Itália, outros grupos como o Adelfia e Filadelfia eram mais importantes.  [3]

Conteúdo

Organização

Eles eram organizados da mesma forma que a Maçonaria, divididos em pequenas células  espalhadas por toda a Itália. Eles buscavam a criação de uma Itália liberal e unificada. Carbonari era o nome de uma sociedade secreta política, que se levantou durante o século XIX na França e na Itália. Um dos protetores da sociedade foi Francisco I da França; ele era o Rei de França e seu nome aparecia em um monte de documentos. Ela foi uma conseqüência da  Revolução Francesa e mostrou o seu poder, primeiro no Reino de Nápoles e nos Estados da Igreja. O nome Carbonari vinha de “carvoeiros” e o lugar onde eles se reuniam era chamado de “Baracca”; os membros se chamavam de “bom primo”; assim, pessoas que não pertenciam aos Carbonari eram os “pagani”. Havia cerimônias especiais para iniciar os seus membros. O objetivo dos Carbonari era a criação de uma monarquia constitucional ou uma república; eles queriam também defender os direitos das pessoas contra todas as formas de absolutismo. Os Carbonari, para alcançar seus objetivos, estavam prontos a cometer assassinatos e revoltas armadas. A composição do quadro era separada em duas classes – aprendiz e mestre. Havia duas maneiras de se tornar um mestre: servir como aprendiz por, pelo menos, seis meses  [4]  ou por ser um maçom quando do seu ingresso.  [5]  Seus rituais de iniciação eram estruturados em torno do comércio de carvão, daí o seu nome.

Origens

Em 1814, os Carbonários quiseram obter uma constituição do Reino de Nápoles pela força. Fernando I, que era o governante legítimo opôs-se a eles. Murat queria criar uma Itália unida e independente e quando Fernando subiu ao trono, Murat morreu. Em 1815, Ferdinand I encontrou seu reino fervilhando com eles. A sociedade incluia nobres, oficiais do exército, pequenos proprietários rurais, funcionarios do governo, camponeses e até mesmo padres. A sociedade era dominada pelo papado. Em 15 de agosto de 1814, os cardeais Consalvi e Pacca emitiram um decreto contra as sociedades secretas, em que todos eram proibidos sob severas sanções de se tornarem membros destas associações secretas, participar de suas reuniões, ou fornecer um local de encontro para tal atividade. Em 1817, houve uma revolta contra Macerata, Ancona e outras partes dos estados papais que tinha sido organizada pelos Carbonari de Romagna e Marche. Eles publicaram muito, principalmente folhetos, vários deles na Inglaterra.  [6]

Histórico

Embora ainda não esteja claro onde eles originalmente se estabeleceram,  [7]  eles começaram a ganhar destaque no Reino de Nápoles durante as Guerras Napoleônicas.  [8]

 

 

Levantes de 1820-1821

Eles começaram resistindo aos invasores franceses, a sabe Joachim Murat  o bonapartista,  Rei de Nápoles. Mas, uma vez que as guerras tinham terminado, eles se tornaram uma organização nacionalista com uma distinta tendência anti-Austríaca e foram instrumentais na organização da revolução na Itália em 1820-1821 e 1831. A revolução de 1820 começou em Nápoles contra o Rei Fernando I das Duas Sicílias, que foi forçado a fazer concessões e a prometer uma monarquia constitucional. Este sucesso inspirou os Carbonari no norte da Itália a se revoltar também. Em 1821, o Reino da Sardenha obteve uma monarquia constitucional, como resultado das ações dos Carbonari, assim como outras reformas liberais. Mas, a Santa Aliança não iria tolerar este estado de coisas e, em fevereiro de 1821 enviou um exército para esmagar a revolução em Nápoles. O Rei da Sardenha também pediu a intervenção austríaca. Confrontados com um inimigo esmagadoramente superior em número, as revoltas Carbonarias entraram em colapso e os seus líderes fugiram para o exílio. Os Carbonarios passaram pela primeira vez das palavras à ação em 1820 em Nápoles, organizando rebeliões liberais e constitucionais anti-absolutistas que se inspiravam naquela feita em Cádiz, em 1 de Janeiro do mesmo ano: os dois oficiais Michele Morelli e Joseph Silvati (que contou com a participação do ex-general Murat, como Guglielmo Pepe) em 01 de julho, marcharam em direção à cidade de Nola na Campânia, à frente de seus regimentos de cavalaria.

Preocupado com os protestos, o rei Fernando concordou em conceder uma nova Constituição e a adoção de um parlamento. A vitória, ainda que parcial, ilusória e aparente, causou muita esperança na península e conspiradores locais em Turim, liderados por Santorre di Santarosa marcharam em direção à capital do Reino da Sardenha e em 12 de março de 1821 obtiveram a constituição democrática.

No entanto, a Santa Aliança não tolerava esse tipo de comportamento e, desde Fevereiro de 1821 enviou um exército que derrotou os rebeldes no sul, sobrepujados em número e mal equipados. Mesmo na região de Piemonte, o rei Vittorio Emanuele I, indeciso sobre o que fazer, abdicou em favor de seu irmão Charles Felix da Sardenha, que pediu a intervenção militar da Áustria: Em 8 de abril, o exército dos Habsburgos derrotou os rebeldes e os levantes de 1820-1821, provocados quase que inteiramente pelos Carbonários, terminou em um fracasso total.

Em 13 setembro de 1821, o Papa Pio VII, com a bula Ecclesiam a Jesu Christo condenou os carbonários, como uma sociedade secreta maçônica, excomungando seus membros.

Entre os principais líderes dos Carbonari, Morelli e Silvati foram condenados à morte; Pepe foi para o exílio; e Confalonieri, Pellico Maroncelli foram presos.

Os levantes de 1831 e o fim dos Carbonari

Os Carbonari foram derrotados, mas não vencidos, parte na revolução de julho de 1830, que apoiou a política liberal do Rei Louis Philippe de França nas asas da vitória para a revolta em Paris; mesmo os carbonários italianos pegaram em armas contra alguns estados na região central e Norte e, particularmente, nos Estados Pontifícios e Modena.

Ciro Menotti deveria tomar as rédeas da iniciativa, tentando obter o apoio do Duque Francisco IV de Modena, que pretendia responder positivamente em troca de ter o título de Rei da Itália, mas o Duke fez jogo duplo e Menotti, manteve-se praticamente desarmado e foi preso um dia antes da data fixada para a insurreição. Francisco IV, por sugestão do estadista austríaco Klemens von Metternich, o tinha condenado à morte e muitos outros entre os seus aliados.

Consequências

Em 1820, os Carbonari napolitanos, mais uma vez pegaram em armas, a fim de arrancar uma constituição do rei Fernando I. Eles avançaram contra a capital a partir de Nola sob o comando de um oficial do exército e do Abade Minichini. A eles se juntaram o General Pepe e muitos oficiais e funcionários do governo, e o rei fez um juramento de respeitar a constituição espanhola em Nápoles. O movimento se espalhou até o Piemonte, e Victor Emmanuel abdicou do trono em favor de seu irmão Carlos Félix. Foi só através da intervenção da Áustria. O Carbonari continuaram secretamente sua agitação contra a Áustria e os governos em relação amigável com ela. Eles formaram uma “vendita” (Venda). O Papa Pio VII emitiu uma condenação geral da sociedade secreta dos carbonários. A associação perdeu sua influência gradualmente e foi aos poucos absorvida por novas organizações políticas que surgiram na Itália; seus membros se tornaram filiados, especialmente, com a “Jovem Itália” de Mazzini. A partir da Itália, a organização foi levada para a França, onde apareceu como Charbonnerie, que era dividido em Vendas. Os membros eram especialmente numerosos em Paris. O objetivo principal da associação na França também era político, ou seja, obter uma constituição em que a concepção da soberania do povo pudesse encontrar expressão. De Paris, espalhou-se rapidamente por todo o país, e foi a causa de várias revoltas entre as tropas. O movimento perdeu sua importância depois de alguns conspiradores foram executados, especialmente à medida que brigas eclodiram entre os líderes. A Charbonnerie participou na Revolução de 1830, após a queda dos Bourbons, a sua influência declinou rapidamente. Depois disso, a Charbonnerie democrática foi formada entre os republicanos franceses; depois de 1841, nada mais se ouviu falar dela. Os Carbonários também podiam ser encontrados na Espanha, mas seu número e importância eram mais limitados do que nos outros países romanicos.

Em 1830, os Carbonários participaram da Revolução de Julho na França. Isso lhes deu a esperança de que uma revolução bem-sucedida pudesse ser intentada na Itália. Uma tentativa em Modena foi um fracasso total, mas em fevereiro de 1831, diversas cidades dos Estados Pontifícios levantaram-se e hastearam a bandeira tricolor Carbonária. Uma força de voluntários marchou sobre Roma, mas foi destruída por tropas austríacas que intervieram a pedido do  Papa Gregório XVI. Após os levantes fracassados de 1831, os governos dos vários estados italianos reprimiram os Carbonários, que agora praticamente deixaram de existir. Os membros mais astutos perceberam que nunca poderia enfrentar o exército austríaco em batalha aberta e ingressaram em um novo movimento, Giovane Italia (“Jovem Itália”), liderado pelo nacionalista  Giuseppe Mazzini. Independente dos Filadelfos Franceses, grupos homônimos carbonários surgiram no sul da Itália, especialmente na região de Puglia [3] e em Cilento, entre 1816 e 1828. Em Cilento, em 1828, uma insurreição de Filadélfos, que pediam a restauração da Constituição napolitana de 1820 foi duramente reprimida pelo diretor da polícia Bourbon Francesco Saverio Del Carretto: entre as intervenções nos lembramos da destruição do povoado de Madeira .

Esta derrota deixou claro para muitos Carbonários que militarmente, especialmente se sozinhos, eles não podiam competir com a Áustria, uma das maiores potências do Velho Continente: Giuseppe Mazzini, um dos mais agudos Carbonari. Eles fundaram uma nova sociedade secreta chamada Itália Jovem, em que muitos membros seriam canalizados para o Carbonari, toda sem partidários, praticamente deixou de existir, embora a história oficial deste importante empreendimento tivesse continuado fracamente até 1848.

Em Portugal

Os Carbonari (Carbonária) foi fundada em Portugal em 1822, mas foi logo desfeita. Uma nova organização de mesmo nome e reivindicando ser ser sua continuação foi fundada em 1896 por Artur Augusto Duarte da Luz de Almeida. Esta organização era ativa nos esforços para educar as pessoas e esteve envolvida em diversas conspirações antimonarquistas. Mais notavelmente, os membros da Carbonária foram ativos no assassinato do Rei Carlos I de Portugal e seu herdeiro, o Príncipe Luís Filipe, Duque de Bragança em 1908. Os membros Carbonários também desempenharam um papel na revolução republicana de 05 de outubro de 1910. Um ponto comum entre eles era a sua hostilidade contra a Igreja e eles contribuíram para o anticlericalismo da república.  [9]

Do ponto de vista Europeu

 Dois resultados de grande importância para o progresso da Revolução Europeia (Revoluções de 1848) surgiram dos acontecimentos que ocorreram em Nápoles em 1820-21. Um deles foi a reorganização dos Carbonarios, na sequência da publicidade dada ao sistema quando ele tinha produzido a revolução, e o sigilo em que ele até então tinha sido envolvido não era mais necessário; o outro foi a ampliação do sistema para além dos Alpes. Quando a revolução napolitana tinha sido realizada, os Carbonarios emergiram de seu mistério, publicado estatutos e sua constituição, e deixaram de esconder suas patentes e seus cartões de membro.  [10]

Em particular, a dispersão dos líderes Carbonarios tinha, ao mesmo tempo, o efeito de ampliar o sistema na França. O General Pepe  prosseguiu até Barcelona, ​​quando a contra-revolução era iminente em Nápoles, e sua vida não era mais segura ali; e para a mesma cidade foram alguns dos revolucionários Piemonteses, quando o país foi Austrianizado da mesma forma anárquica. A dispersão de Scalvini  e Ugoni  que se refugiaram em Genebra, e outros membros do proscrito movimento que foram para Londres adicionaram ao progresso que o Carbonarismo estava fazendo na França, sugeriram ao General Guglielmo Pepe a idéia de uma sociedade secreta internacional, que combinaria sob um propósito comum os reformadores políticos avançados de todos os Estados europeus.  [11]

Relações com a Igreja Católica

Os carbonários eram anti-clericais tanto em sua filosofia quanto em seu programa. A Constituição Papal Ecclesiam a Jesu Christo e a encíclica Qui Pluribus foram dirigidas contra eles. O polêmico documento, a Alta Vendita (Alta Venda) que pedia uma tomada de poder liberal ou modernista da Igreja Católica foi atribuído aos Carbonários Sicilianos.

Carbonários proeminentes

Membros proeminentes da Carbonária incluiram:

Na literatura

A história Vanina Vanini de Stendhal envolvia um herói Carbonário e uma heroína que se tornou obcecada por isso. Foi transformado em filme em 1961.

A história de Robert Louis Stevenson  “O Pavilhão sobre o Links” apresenta os Carbonários como os vilões da trama.

A novela de Katherine Neville  O Fogo (livro)  apresenta os Carbonários como parte de um complô envolvendo um tabuleiro de xadrez místico.

Em Wilkie CollinsA Mulher de Branco” a personagem do Professor Pesca é um membro da “Irmandade”, uma organização colocada contemporaneamente com, e com características semelhantes às dos Carbonários. Clyde Hyder suspeita que o modelo para o Professor Pesca era Gabriele Rossetti, que era membro da Carbonária, bem como um professor italiano residente em Londres, durante a década de 1840.

A biografia de Beethoven de Anton Felix Schindler “Beethoven como eu o conheci” afirma que a sua estreita ligação com o compositor começou em 1815, quando este último pediu um relato da participação de Schindler em uma rebelião dos partidários de Napoleão em Viena, que estavam agitando contra os levantes carbonários. Schindler foi preso e perdeu um ano na faculdade. Beethoven era simpatizante e, como resultado, tornou-se amigo íntimo de Schindler.

Os Carbonários são mencionados com destaque na novela de Sherlock HolmesA Aventura do Círculo Vermelho” (1911), escrita por Sir Arthur Conan Doyle.

Os Carbonários também são mencionados brevemente no livro “Homens da Ressurreição” de T.K. Welsh , em que o pai do personagem principal é um membro da organização secreta.

Eles aparecem em  “O estresse de seu olhar” de Tim Powers como oponentes do Império Austríaco apoiado por vampiros.

Avô do Sr. Settembrini na novela A Montanha Mágica de Thomas Mann tem a reputação de ser Carbonário.

O Carbonários são mencionados em The Hundred Days de Patrick O’Brian, parte da série Aubrey-Maturin.

Umberto Eco em O cemitério de Praga menciona os carbonários, quando sua personagem principal se junta a eles em um determinado ponto (como um espião)

Veja também

Referências

  1.  ^  “CARBONARI (uma palavra italiana que significa carvoeiros)” no  artigo Carbonari  na Enciclopédia Britânica de 1911
  2.  ^  Denis Mack Smith, em The Making of Italy (1968) refere-se ao seu programa político “completamente indeterminado” e aos carbonários como um “movimento generalizado de protesto”
  3. ^  a  b  Denis Mack Smith, em The Making of Italy (1868) e Christopher Duggan, em The Force of Destiny (2008)
  4.  ^  “aprendiz poderá atingir o grau de mestre antes do final de seis meses.” De  Carbonários  na  Enciclopédia Católica ^ 
  5. “Maçons podiam entrar na Carbonária como mestres imediatamente.” De  Carbonários  na  Enciclopédia Católica
  6.  ^  Bertoldi (1821).  Memórias das sociedades secretas do sul da Itália: em particular a Carbonária  . J. Murray.
  7.  ^  “Não é certo se os Carbonários, enquanto sociedade política, tiveram sua primeira organização em França ou Itália.” Segundo o livro Política Externa e Guerras na Europa (sem mais informações, além do que está em um livro antigo) “carvoeiros” da principal ocupação da população em Abruzzi, um distrito acidentado dos Apeninos centrais, onde suas primeiras associação foram fundadas em 1808. Do artigo  Carbonários na  Enciclopédia Católica
  8.  ^  “Os carbonários eram, provavelmente, um ramo da Maçonaria, da qual eles diferiam em detalhes importantes, e começaram a assumir importância no sul da Itália durante as guerras napoleônicas.” Do artigo CARBONARI na Enciclopédia Britânica de 1911
  9.  ^  Birmingham, David, História Concisa de Portugal, P. , Editora da Universidade de Cambridge. 2003
  10.  ^  Frost, Thomas (2003). Sociedades Secretas da Revolução Europeia. Kessinger Publishing. p. 1. ISBN 0766153908, 9780766153905.
  11.  ^  Frost, Thomas (2003). Sociedades Secretas da Revolução Europeia. Kessinger Publishing. p. 2. ISBN 0766153908, 9780766153905.


33 comentários em “Carbonária, a Maçonaria Guerreira

      1. O grande problema é a fauna que a Carbonária atrai. Lançamos um balão de ensaio sobre abertura de cabana em S.Paulo e só atraiu gente comparável ao Bolsonazi, aliás, infinitamente pior que #ele. Só nazistas.

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      2. Pois é … a maçonaria já tá cheia de fascistas, e gente q nunca nem leu os princípios da maçonaria, se entrarem nesses carbonários, com incentivo do Bozo, vão sair dando tiro pra todo lado aí se achando revolucionários da “liberdade” … aff

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  1. É preciso conhecer todas as faces de uma pedra, para angular o melhor meio de lapidá-la. Mesmo discordando, sugiro que leiam “Maçonaria – Seita Judaica” de Gustavo Barroso. Também sugiro a todos, inclusive os BB:.PP:. da carbonária paranaense que leiam alguns dos livros de D. Boaventura Koplenburg (alias – catarinense), entre tantos outros. Somente com o conhecimento de quem discorda de nossas ideias é que poderemos compreende-las de fato, assim não seremos meros desavisados, bonifrates daqueles que prezam mais as vaidades do que as virtudes. Se alguém DISCORDAR estou disponível sergiopaoli@libero.it
    Grazzie a tutti !

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  2. Caríssimo,
    consta que o pai do escritor italiano Italo Calvino pertenceu à Carbonária Italiana. Há informações segundo as quais Italo Calvino teria pertencido a Maçonaria?
    TFA

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    1. Encontrei essa referência:

      “Le profonde origini matuziane di Calvino ed i luoghi di Sanremo che fin da bambino lo circondarono funsero da catalizzatore per il pensiero e la singolare poetica dello scrittore. A cominciare dalla sua casa d’infanzia e da suo nonno Gio Bernardo, un personaggio a suo modo curioso ed anch’egli “anticonformista”, fedele agli ideali mazziniani risorgimentali, anticlericale, adepto della Massoneria, ed artefice e padrone di una stupenda villa di fine ‘800 – ancora oggi situata sotto il Santuario della Madonna della Costa una delle realtà di Sanremo meno conosciute ed apprezzate.”

      http://www.info-sanremo.com/italo-calvino.html

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  3. Cuidado meu Ir.´. com o que falas!
    A Alta Venda Carbonária do Brasil, existe legalmente constituída há mais de 30 anos e não é formada por desavisados como vc mencionou ao consulente. Vc sabe muito bem que temos nos manifestados em seu blog procurando orientar aos sedentes de conhecimentos, todavia, não aceitamos ser assim tratados por um fratello que tem a obrigação de ser consciente.
    Não esqueças, que conhecemos tão bem a alvenaria ou tanto mais do que possas imaginar e nem por isso nos damos ao exagero de fomentar discórdia, difamação ou calúnias contra a Ordem.
    Melhor estudar mais acerca do assunto e na dúvida, nos consulte que teremos o prazer de orientá-lo.
    http://www.carbonaria.org
    altavenda@carbonaria.org

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    1. Meu Bom Primo,

      Desculpe-me. Foi uma resposta apressada e sem reflexão. Tens certa razão.

      Digo certa, porque você há de convir que houve solução de continuidade na Carbonária italiana. O reavivamento dela em solo brasileiro, em condições políticas totalmente diversas do ambiente histórico italiano de sua criação implica em que seja uma instituição totalmente nova. Mas, o mesmo ocorreu com a Maçonaria no Brasil. Ela morreu em 1925. Depois da ação do getúlio e seus asseclas, houve uma retomada, mas é apenas uma pálida imagem do que ela foi.

      Em relação às tendências políticas, minha sensação de que a Carbonária atrai desavisados se funda em muitas consultas e manifestações que recebe em particular. A unanimidade delas manifesta uma opinião que resumida, seria “precisamos ter uma Carbonaria no Brasil. Assim, cortaremos as gargantas de todos esses políticos…”

      Por essa razão, pessoalmente desisti de um projeto que seria fundar uma Venda em São Paulo.

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      1. A maçonaria Florestal não existe de fato no Brasil, ou seja, tanto a carbonária como a maçonaria que ali estão implantadas, não se misturam, e são meros esboços do verdadeiro escopo de ambas. A Carbonária existe sim, eu garanto, não usa chapéu coco “a la Chaplin” e não é essa que se reúne em Curitiba, certamente. Como os “beati Paoli” ou a camorra, na Itália, ela continua presente e ativa, e persevera, e prospera, e se infiltra. Somente é avessa a churrascarias e afins para ágapes…

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      2. Não duvido disso, Brother Sergio

        Mas, aparentemente, é menos ativa e eficiente ainda do que a Maçonaria.

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  4. Meu antepassado direto foi Gran Maestro da Venda Carbonara de Modugno, na Itália, em 1821. Seu nome é Nicola Domenico Gianvecchio. Como posso encontrar mais informações sobre este antepassado?

    obrigado

    Henrique Gianvecchio

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    1. Meu caro,

      existe muito pouco material sobre a Carbonária disponível, já que ela não sobreviveu. Existem algumas tentativas contemporâneas, mas elas costumam atrair desajustados em busca do aspecto vingativo da atuação daquela ordem. Se puder visitar Modugno, talvez encontre alguma coisa.

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  5. À título de contributo, recomendo-vos os livros: Dossier do Regicídio, O Processo Desaparecido – Portugal, 2a. Edição (Tribuna); Nos Bastidores do Mistério, de Adelino Figueiredo Lima, Edição 3a. 1958. Lembrando que a Carbonária operou em muitos países do mundo, sendo que em cada país, adoptou um tipo de procedimento ritualístico. O que menos se comenta, é sobre a Carbonária brasileira. Esta, é assunto proibido dentro do Grande Oriente do Brasil e Grandes Lojas. Curioso ainda, que muitos mestres maçons nunca ouviram falar da Carbonária.
    Recebam meu Triple Abbracci.´.
    Giuseppe Garibaldi33.´.

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  6. Gostaria de saber se a Carbonáira, em suas Lojas ou tendas realizavam ou realizam banquetes ritualísticos e se dispõe de ritual para o desenvolvimento deste tipo de sessão ou loja de mesa.
    Helio Pereira Leite

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  7. Importante lembrar, que a Carbonária Portuguesa foi a mais meticulosa e radical das Carbonárias e que orientou e teve no Grande Oriente Brazílico (Brasílico), o GM.´. Gomes Freire igualmente GM.´. do Grande Oriente Lusitano, seu grande articulador. Ligado pelos apertados laços fraternais com Joaquim do Ledo, influenciou grandemente as ações da Carbonária no Brasil, isso já comprovado por trabalhos profundos de pesquisas da Alta Venda Carbonária do Brasil.
    No caso da Carbonária portuguesa, por exemplo, as Lojas Montanha, Obreiros do Futuro e Globo, forma centros sediciosos da Carbonária e nelas se filiavam maçons de todos os quadrantes e de índoles republicanas, uma vez que a Carbonária em todo o mundo foi e é republicana e, onde não pudesse ser diferente, lutava por uma monarquia constitucional, à exemplo do que aconteceu na Itália quando da sua Unificação, condição essa, imposta por Giuseppe Garibaldi.
    Mas, não se enganem com a Carbonária. Ela existe e opera numa surda luta em combate à tirania, ao comunismo e à corrupção deslavada e reinante no Brasil. O que falta, é emergir das fileiras da Alvenaria, maçons probos e sedentos de justiça para unírem-se às fileiras da Carbonária. Quem venham todos aqueles que desejam passar esse país a limpo!
    Salute e Fratellanza!
    V.´.B.´.V.´.
    BPr.´. Giuseppe

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  8. Ando pesquisando ligações genéticas de uma possível linha sanguínea dos Carbonários com a família Carbonari, instituída em Mato Grosso do Sul na metade do século XX.

    Conheço membros que levam este sobrenome e possuem clara e assumida descendência italiana, muito embora os proeminentes e registrados membros oficiais da Carbonária não levassem o sobrenome da mesma.

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    1. O nome da família Carbonári, tem origem nos trabalhadores do ramo de carvão, há mil anos passados. A Carbonária, tem origem igualmente nos trabalhadores do ramo de Carvão, cuja comunidade de florestais, trabalhavam no fender da madeira, na forja, na carpintaria, na construcção e edificação de casas (cabanas, choupanas, choças) e Igrejas juntamente com os operacionais da pedra, posto que a Carpintaria era actividade indeclinável na construcção geral, na confecção de andaimes, coberturas, assoalhos, aberturas (janelas, portas, portões e tal), enquanto que o carvão era produto dessa matéria prima.
      Dele, dependiam os carvoeiros, os forjadores, os ferramenteiros, metalúrgicos e etc. Os agrupamentos de Florestais, é que serviram à formação de uma Sociedade revolucionária para combater aos perniciosos que os exploravam, atacavam-lhes e roubavam-lhes seus recursos. O então ex Templário São Theobaldo, tendo integrado às famílias florestais, assim como as bruxas Italianas, fez e organizou aos moldes das cruzadas, a Sociedade dos Carbonários como foi e até hoje o é. Daí que, Carbonári, não significa “Maçom Carbonário”, ou seja: CONSTRUCTOR SOCIAL!
      Triple Abbraccio.´.
      BPr.´. Giuseppe

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  9. Embora a história bastante truncada, justamente pela dificuldade de documentos que contem à miúde a sua trajectória, no Brasil também teve grande influência política através do Apostolado dos Nobres Cavaleiros de Santa Cruz e consequentemente por meio do Grande Oriente Brasílico, este liderado pelo Carbonário Joaquim do Ledo. Igualmente José Bonifácio, como Grão Mestre adjunto de Dom Pedro I, fizeram a independência do Brasil. Há muitos documentos que comprovam a liderança da Carbonária nas revoluções que eclodiram por todo o Império, especialmente a Guerra dos Farrapos, constituída pela Carbonária Italiana no Rio Grande do Sul, tendo como seu mentor intelectual e não menos organizador, Conde Tito Lívio Zambeccare. A História Secreta do Brasil, do renomado escritor Gustavo Barroso, deixa bem claro que a Carbonária Italiana já operava no Brasil, juntamente com as Carbonárias Francesa e Portuguesa desde 1800. A Grande Loja Carbonária do Brasil, restabelecida em 1983 e até hoje operando no país, é a prova inequívoca de que jamais se extinguiu, embora pareça estar sua chama à uma vela no coto, todavia, arde incessantemente para todo o sempre!

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    1. Meu B.´. P.´. Giuseppe,

      Efetivamente, faltam documentos que comprovem a existência de uma estrutura carbonária organizada no Brasil. Tenho interesse no assunto e se pudesse indicar algum material, eu agradeceria.

      O grande problema no Brasil é que a Carbonaria, assim como a Maçonaria, tiveram suas garras aparadas, acomodaram-se e se transformaram em peças de museu. Conheço particularmente a historia da maçonaria brasileira, em que a introdução de ritos teistas (muito proximos da religião) em 1852 e mais recentemente com a cisão de 1927 matou o espírito carbonário que ela tinha por suas raízes francesas e a anulou.
      Hoje, temos uma situação irreversível, dado que a maçonaria foi tomada de assalto por forças reacionárias e conservadoras – naturalmente conformistas e inoperantes – que impedem o retorno da ação efetiva da maçonaria no estilo do Grande Oriente de França e do Grande Oriente Lusitano.
      É uma grande pena.

      TAF

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  10. Os Cabonarios foram ao extremo em suas aspirações da liberdade italiana. Eram bastante severos com traições e usavam punhais como simbolo da lei do silencio.Há algumas referencias também do surgimento de movimento semelhante na Alemanha. Muito bom este estudo. Parabens.

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  11. Mas atenção que falta aqui um nome muito importante .
    Felice Orsini.
    F.Orsini juntamente com Manzzini ( na minha opinião ) eram os grandes cerebros por trás das revoluções.
    ….e tenho alguma duvida se estes também não seriam controlados pelo Vaticano, visto que a Familia Orsini, provém das dinastias do vaticano.
    Vou continuar a pesquisar o seu trabalho.
    Abraço
    Nuno

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  12. Bastante interessante e clara a exposição mostrando a Carbonária desde os seus primórdios, relacionando as duas mais importantes(francesa e italiana) nos seus objetivos até a instituição da Monarquia de Julho, quando desiludidos, hostis ao Rei Luis XVI reuniram-se a outras sociedades até a Revolução de 1848, quando Luis- Felipe foi destronado.
    Parabéns.
    Ivan Tadeu Rezende

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