Bibliot3ca FERNANDO PESSOA

E-Mail: revista.bibliot3ca@gmail.com – Bibliotecário- J. Filardo

Neste dia, em 1776: A Illuminati, bicho-papão favorito atual dos teóricos da conspiração, é fundada na Baviera

Tradução José Filardo

Por Dominic Selwood

1 MAIO 2017 • 12:17

 

Ingolstadt, na Baviera foi o lar de Adam Weishaupt

 

Adam Weishaupt nasceu em Ingolstadt, Baviera . Ele ficou órfão muito jovem e foi educado por jesuítas, antes de assumir um cargo em 1772 como professor de Direito Natural e Canônico na Universidade de Ingolstadt. Ele foi o primeiro não-sacerdote a ocupar o cargo e suas simpatias racionalistas logo o colocaram em conflito com a universidade.
Para Weishaupt, a influência dominante da monarquia bávara e da Igreja era sufocante e incompatível com os ideais iluministas de livre pensamento e da razão então na moda. Para conhecer e compartilhar ideias com pensadores de mentalidade igual à dele, portanto, resolveu formar uma sociedade baseada na liberdade e virtude moral na busca da felicidade racional. Embora indesejável aos olhos de estadistas e religiosos do período, tais fraternidades e sociedades secretas eram comuns no século XVIII. Dessa forma, em 1º de maio de 1776, em uma floresta perto de Ingolstadt, Weishaupt se reuniu com quatro outros para fundar a Ordem dos Perfeitabilistas, agora mais comumente conhecida como os Illuminati.

Johan Adam Weishaupt

A estrutura da ordem tinha três níveis. Os novos membros eram “Noviços”. A seguir vinham os “Minervais”: um grau cujo nome homenageava Minerva, deusa romana da sabedoria. Finalmente, os membros eram promovidos à categoria de “Minerval Iluminado”. O novo grupo intelectual apelava amplamente a nobres progressistas do Iluminismo, pensadores e profissionais. Até 1784, os Illuminati podem ter tido 2.000 a 3.000 membros, com lojas no exterior, na Itália, França, Bélgica, Holanda, Dinamarca e Suíça.
Entre os primeiros membros estavam Mayer Amschel Rothschild e Johann Wolfgang von Goethe. Outro membro inicial era o Barão Adolph von Knigge. Embora não houvesse nenhuma conexão formal entre os Illuminati e a Maçonaria, a adesão a ambas as organizações era comum entre os homens inspirados pelos ideais do Iluminismo, e a criação por Von Knigge de um sistema de 13 graus para os Illuminati deveu muito à sua experiência como maçom.
Os problemas começaram a aparecer quando surgiram rumores de que Weishaupt era um revolucionário, possivelmente em termos amigáveis com grupos radicais na França. Desacordos internos também cobraram o seu preço, com von Knigge finalmente abandonando após uma desavença com Weishaupt.
A sentença de morte da sociedade veio quando um ex-membro descontente enviou um relatório fantasioso das atividades dos Illuminati à grã-duquesa da Baviera. Seu marido, o Duque-Eleitor, logo entrou em ação, e aprovou leis em 1784 e 1785 efetivamente proibindo sociedades secretas.

Uma coruja empoleirada em um livro aberto era o símbolo dos Illuminati.

Na onda de prisões que se seguiu, a polícia encontrou materiais prejudiciais nas casas de alguns membros da Illuminati: tintas secretas, defesas do ateísmo e suicídio, instruções para abortos, e até mesmo um plano para uma ala feminina da Illuminati. Em 1787, mais uma lei decretou a pena de morte para os membros da Illuminati.
A sociedade experimental de Weishaupt tinha acabado. Ele foi demitido da Universidade de Ingolstadt e se mudou para Saxônia, onde assumiu um cargo de professor de Direito na Universidade de Göttingen. Na época de sua morte, em 1830, ele tinha se reconciliado com a Igreja e renunciado às suas antigas atividades secretas.
Apesar do colapso dos Illuminati da Baviera depois de apenas uma década de existência, teóricos da conspiração, desde então, se deleitam com a noção de que descendentes dos Illuminati continuam a operar nas sombras, dirigindo uma série de agendas subversivas e elitistas.

Publicado em: http://www.telegraph.co.uk/news/2017/05/01/day-1776-illuminati-modern-day-conspiracy-theorists-favourite/?WT.mc_id=tmgoff_fb_tmg

%d blogueiros gostam disto: