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Maçonaria Relevante – Parte III

Tradução José Antonio de Souza Filardo

Revista Nouvelle Observateur – Agosto 2011

O homem que fala ao ouvido dos irmãos

Jean-Louis Borloo também jura que não é. Mas, que talento para conseguir suas boas graças!

Ele ri de si mesmo: “Muitas pessoas acredita que eu sou maçom; para alguns, não há a menor sombra de dúvida. Mas a realidade é que não sou. Nem hoje, nem ontem. Nem de perto, nem de longe.” Ao contrário de Claude Guéant ou Xavier Bertrand, Jean-Louis Borloo nunca foi classificado entre os mais prováveis irmãos da direita e do centro. Mas sempre flutuou sobre ele uma dúvida, na medida em que ele preside o Partido Radical, partido onde os maçons estão em casa desde que a República é a República. Mais uma vez, ele ri: “Entre os radicais é uma cultura dominante, é verdade. Eu sou, talvez, o primeiro presidente do Partido Radical não ser maçom. Para ser honesto, eu não sei, eu nunca verifiquei.”.

Um episódio recente alimentou as suspeitas: no outono passado, quando os dias de François Fillon como primeiro ministro pareciam contados, dois pesos-pesados presumivelmente da Maçonaria, Claude Gueant e Henri Proglio, o chefe do FED, que se supõe (veja o outro texto Ser ou não ser) teriam aconselhado Nicolas Sarkozy a nomeá-lo primeiro-ministro. Borloo desmente o apoio do segundo: “Proglio não intervém no domínio político.” Quanto ao ativismo dos primeiros em seu favor, isso não teria qualquer ligação com a Maçonaria.

Um dirigente radical, próximo do agora candidato presidencial, confirma: “Jean-Louis é realmente um presidente de partido de um tipo muito especial porque ele não é maçom. Mas, em torno dele existem toneladas.” Entre os radicais conhecidos como maçons aparecem André Rossinot, o presidente anterior do partido e prefeito de Nancy; François Loos, ex-ministro de Jacques Chirac, que velava para que a cada nomeação de um novo governo um maçom radical o integrasse; Patrice Gassenbach, Vice-Presidente do Partido e presidente da federação de Paris; ou, ainda, Dominique Paillé, o antigo porta-voz do UMP e agora conselheiro político do Partido Radical.

A lista é interessante na medida em que mostra os maçons divididos na hipótese da candidatura de Borloo à presidência em 2012. André Rossinot, por exemplo, é mais do que relutante: Ele argumenta que o Partido Radical não corte todos os laços com o UMP. Dominique Paulé, ao contrário, empurra o ex-ministro para ir até o fim da sua abordagem, na crença de que apenas um candidato centrista poderá parar a deriva para a direita da UMP.

Borloo sabe, é claro, mobilizar as redes de maçons: é o que lhe permitiu reunir um grupo de qualidade, em dezembro de 2010, durante um primeiro “jantar republicano”, inspirado no jantar anual do CRIF (Conselho Representativo das Instituições Judaicas da França). Excelente ao reunir em torno de uma mesma mesa pessoas com ideias opostas, e as colocar de acordo, Jean-Louis Borloo tem demonstrado ao longo de sua carreira política um senso de habilidades interpessoais digno de um verdadeiro maçom. No entanto, jura-se que ele é um “falso irmão”!

H. A.

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