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5 Declarações contundentes de Mandela sobre os Estados Unidos

Tradução José Filardo

 AlterNet  / Por  Jodie Gummow

Enquanto lamentamos sua morte, é preciso lembrar que a cruzada de Mandela pela justiça social, muitas vezes o levou a se opor às políticas dos Estados Unidos – e que essa luta contra o imperialismo continua viva hoje.

Nelson "Mandiba" Mandela (1918-2013)
Nelson “Madiba” Mandela (1918-2013)

À medida que chovem homenagens após a morte do ícone anti-apartheid, Nelson Mandela, é importante que nos lembremos de que, como parte de sua cruzada permanente pela justiça global, Mandela era um ativista de longa data e crítico apaixonado de muitas políticas e ideologia americanas.

Mais importante, ao contrário de outros, ele estava disposto a se levantar e falar contra a sua implementação e até mesmo apoiar a oposição a ela, diante de controvérsias.

Enquanto comemorarmos a sua morte, vamos homenagear algumas das frases mais memoráveis ​​de Madiba e dizê-las como realmente são. Tais palavras impactaram o ativismo americano e espera-se que venham a servir como um lembrete de que a luta tem que continuar.

1. Falando contra a guerra no Iraque

Em 2003, dois meses antes de os EUA invadir o Iraque, Mandela disse que qualquer ação militar contra o regime de Saddam Hussein, sem a aprovação do Conselho de Segurança da ONU seria ilegal. Ele também condenou Bush por minar as Nações Unidas, Huff Post publicou.

“É uma tragédia o que está acontecendo, o que Bush está fazendo. Mas Bush está agora minando as Nações Unidas. Se há um país que cometeu atrocidades indescritíveis no mundo, são os Estados Unidos da América. Eles não se importam com os seres humanos. Quem são eles agora para fingir que são os policiais do mundo, aquele que devem decidido pelo povo do Iraque sobre o que deve ser feito com o seu governo e sua liderança “, disse ele.

2. Chamando Bush e pequeno homenzinho

Falando contra a guerra no Iraque em 2003, Mandela denunciou Bush.

“O que eu estou condenando é que um poder, com um presidente que não tem nenhuma visão, que não consegue pensar direito, agora está querendo mergulhar o mundo num holocausto. Por que os Estados Unidos se comportam de forma tão arrogante? Tudo o que ele quer é o petróleo iraquiano. ”

3. Denunciando os Estados Unidos como uma séria ameaça à paz mundial

Embora inicialmente apoiasse a guerra no Afeganistão, Mandela, em seguida, criticou os Estados Unidos por suas ações:

“Os Estados Unidos cometeram erros graves na condução de seus negócios exteriores que tiveram repercussões infelizes muito tempo depois de as decisões foram tomadas … Se você olhar para essas questões, chegará à conclusão de que a atitude dos Estados Unidos da América é uma ameaça à paz mundial “, ele disse.

4. Expondo a hipocrisia nas relações Israel-EUA

Mandela também denunciou os EUA por sua postura hipócrita em relação a Israel, em entrevista à revista Newsweek em 2002:

“Nem Bush nem Tony Blair apresentou qualquer evidência de que tais armas existem [no Iraque]. Mas o que sabemos é que Israel tem armas de destruição em massa. Ninguém fala sobre isso. Por que deveria haver um padrão para um país, especialmente porque ele é negro, e outro para outro país, Israel, que é branco.”

Mandela também condenou Israel e seus apoiadores pelo tratamento ao povo palestino:

“Israel deve se retirar de todas as áreas que conquistou dos árabes em 1967, e, em particular, Israel deve retirar-se completamente das Colinas de Golan, do sul do Líbano e da Cisjordânia”, disse ele.

5. Recusando-se a seguir a linha dos EUA sobre Cuba 

Em 1991, Mandela elogiou Castro e forjou uma amizade duradoura com o líder, apesar relação antagônica dos Estados Unidos com Cuba. Mandela defendeu a Revolução Cubana:

“Desde seus primeiros dias, a Revolução Cubana também tem sido uma fonte de inspiração para todas as pessoas que amam a liberdade. Admiramos os sacrifícios do povo cubano na manutenção da sua independência e soberania em face da cruel campanha imperialista orquestrada para destruir os ganhos impressionantes feitos na Revolução Cubana …. Viva a Revolução Cubana. Vida Longa ao camarada Fidel Castro”, ele disse.

Jodie Gummow é membro sênior e equipe de escritor em AlterNet.

12 comentários em “5 Declarações contundentes de Mandela sobre os Estados Unidos

  1. Bom, ser contra o caráter imperialista americano é aceitável (eu também sou). Mas um homem que divide um povo por cor de pele, na minha humilde opinião é racista! Inclusive Mandela apoiou movimentos africanos contra os holandeses sul-africanos. Até hoje existe retaliação contra os fazendeiros descendentes de europeus.

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  2. Lembremos HIROSIMA 166.000 mortos e NAGASAki 80.000 , total 246 mil inocentes entre crianças, idosos em nome da paz……….

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  3. Adaptado de uma frase atribuida a Mandela: ” A glória de um ser humano não é nunca ter caído, mas a de ter levantado todas as vezes que caiu.”
    Ninguém acerta todas!

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  4. Meu querido, estou longe de ser um conservador. Creio é que sou meio burrinho, pois dei a entender o que não desejava. Na verdade eu comentava não o artigo, excelente, mas um comentário abaixo do artigo que chamava Mandela de “comunista” porque ele criticou os EUA e era amigo do Fidel. Um abraço fraterno.

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    1. Desculpe, Brother Pucci

      Comprei o peixe pelo preço aparente. Também não sou muito brilhante.

      Fica, então, transferido o meu comentário para o autor da nota a que se refere a sua nota

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  5. Uma pena esses preconceitos. Quem quer que critique os EUA ou admita que a Revolução cubana trouxe algumas coisas boas para o povo cubano é comunista. Não há governos inteiramente bons ou inteiramente maus. Esse terrível número 2, que faz com que os seres humanos bebam da taça da doçura e também a do amargor, é uma lição sábia sobre isso.
    Pucci

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    1. Brother Pucci,

      Cada um é guiado pela sua própria posição ideológica. Você é conservador como a maioria dos maçons brasileiros.

      Mas, acho um exagero, primeiro, dizer “comunista” como se fosse um defeito. Segundo, e isso eu acho grave, colocar os Coitados Unidos acima de críticas, um país que se equipara à Alemanha de Hitler.

      Mandela não é um crítico qualquer. Ele tem gabarito de estadista e sempre foi fiel à sua ideologia.

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  6. Nunca tive uma especial predileção pelo Mandela, apesar de admirar sua luta contra o regime racista sul africano. Por outro lado, ao ler o texto acima, entendo que ele foi também uma marionete nas mãos do movimento comunista internacional. Só assim para entender como pode defender o regime cubano e seu “comandante”. Não discutirei as visões sobre o problema africano, apesar de discordar quanto ao que ele disse a respeito da etnia de Israel, um pais que não tem nada de branco, e não se presta á comparações do tipo das que ele produziu, mas o que se atribui á sua autoria no que se refere a Cuba, é, pelo menos risível, e faria muito sucesso entre os ambientes que atualmente comandam nosso país. Que Deus o tenha.

    TFA/JC Seixas

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    1. Brother Seixas, Salut!

      Long time no see.

      Respeito sua posição. É consentânea com sua formação e sua ideologia.

      Só “disconcordo” com o uso da palavra “marionete” em relação ao Madiba. A trajetória dele revela um político de personalidade que acreditava. Esse “movimento comunista internacional” surgiu depois que Mandela já desenvolvera sua ideologia.

      Mas, não entendi a questão de Israel não ser branco. A maioria dos judeus que conheço é bem branquinha… rss

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      1. Meu Querido Irmão Filardo,
        Tenho admiração e respeito o seu trabalho. Para mim, ser “comunista” ou não é irrelevante. E eu não disse que o Mandela era um. Entretanto, disse que ele teria se tornado uma marionete nas mãos do movimento, que não é posterior ao Mandela, mas existe desde que a Revolução Bolchevique de 1917 descobriu que, para sobreviver, deveria “exportar” a sua revolução. Aliás, esse movimento nada tem de “comunista”.A história está aí para testemunhar o que aconteceu por causa dessa “exportação”, que criou filhotes no mundo inteiro, e até aqui em nosso universo tupiniquim, salve salve. A questão é que o tal “movimento” consegue convencer aos menos avisados de que é muito bom e defende a causa dos oprimidos. Eu também defendo essa causa, mas sou partidário do respeito que devemos ter ao trabalho, e que nada virá até nós se não através dele. Não tem igreja, nem sindicato, nem boquinha em qualquer governo, nem premio da loteria, nada, absolutamente nada, virá até nós se não em virtude de nosso trabalho. Incluo também as bênçãos divinas nesse universo. Se Deus desse a todos os que rezam a resposta que desejam, estaria sendo injusto com outros. Mas Deus é, antes de mais nada, JUSTIÇA, equilíbrio e justa remuneração pelo que se faz, seja o que for. Como diz o Livro que respeitamos: “a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória”. Pois bem, meu Irmão, dedico-me a tentar entender porque a Lógica é tão esquecida pelos mais jovens, e até por alguns bem velhos. Porque eles não entendem que, se uma premissa é inconsistente, sua conclusão também o será? Como pode alguém defender um regime que matou dezenas de milhares de pessoas, ao comando de um médico argentino e sanguinário, cuja foto ornamenta as camisetas dos ingênuos? Como é possível aceitar a fome e a exploração da mão de obra, exportada até para nosso país, contrariamente ás nossas leis, mas provavelmente com motivações obscuras? Não vou querer aqui descer aos detalhes dessa excrecência que conhecemos. Também não defendo os EUA, porque fazem muita besteira. Mas os admiro por seu nacionalismo exacerbado, coisa que um dia já tivemos por aqui, mas que foi jogado no lixo por que a “intelligentsia” nacional resolveu demonizar aquele país. Enquanto alguns fazem isso, ele continua a produzir riquezas e a abrigar milhões de imigrantes, inclusive muitos Cubanos, que até já fizeram uma Grande Loja de Cuba no exilio, instalada na Florida. Respeito o sr Mandela e sua luta, mas jamais o aplaudirei, mesmo post mortem, quanto á defesa daquilo que não consigo engolir, por inconsistente.

        Fraternalmente, seu Irmão

        Seixas

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