Bibliot3ca FERNANDO PESSOA

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Galeria: Paulo de Tarso Liberalesso

Irmão Paulo de Tarso Liberalesso
Um grande maçom, um intelecto privilegiado.

( * 12/03/1949 –  + 12/10/2008)

BIOGRAFIA:

Filiação: Ettore Liberalesso e Virgínia Soares Liberalesso

Data de Nascimento: 12/03/1949 em Salto – SP

Data de Falecimento: 12/10/2008 em São Paulo – SP

CIM: 116.392

Iniciação: 29/04/1978 – Loja Justiça e Lealdade nº 1908 – Lins – SP

Elevação: 06/07/1978

Exaltação: 02/05/1979

Instalação: 24/06/1983

Distinção Maçônica: Grande Benemérito da Ordem

Lojas que pertenceu:    Justiça e Lealdade nº 1908 – Lins – SP

De Pesq e Est Maç Friedrich Ludwig Schroeder nº 3606 – SP – SP

Brisas Suaves nº 3739 – Votuporanga – SP

Profissão: Engenheiro Agrônomo

Esposa: Maria Cristina Noronha Liberalesso

Filhos: Paulo Breno Liberalesso

Paulo de Tarso Liberalesso Filho

CURRÍCULO MAÇÔNICO

DATA Histórico
31/05/1979 Expedido dipl. M. Ii/i. Reg. nº 8069
17/03/1981 Expedido dipl. S.m.ivi. Reg. Nr. 88045
10/08/1982 Orador per. 82/83/84/85
25/08/1983 Expedido dipl., ivi. I. Reg. nr. 448
16/04/1985 Venerável per. 85/86
11/06/1992 Deputado Federal per.06/91 a 06/95 lj. 436.
22/03/1995 Deputado a SAFL lj. 1908-spper.23/ob/91 a 23/06/95.
03/04/1995 Deputado Federal per. 93/95 lj. 1908-sp.
27/07/1995 Deputado Federal per. 23/06/95 a 23/06/99 lj. 1908-sp.
27/04/1998 Deputado Federal constituinte, pr. a. f. c. n° 285/98, de 13/4/98, Loja n°1908-SP, empossado no dia 20/03/98.
01/02/2000 Deputado Federal per.23/06/99 a 23/06/2003, pr.a.f.l.n° 608/99, de 30/09/99, loja n° 1908-SP.
27/03/2001 Nomeado membro do ilustre Conselho Federal, decreto n° 0446, de 27/03/01.
04/05/2001 Diploma de Conselheiro Federal registro n° 8594.
30/06/2001 Eleito orador adjunto do Conselho Federal para o período de junho/2001 a fevereiro/2002, conforme comunicado do Conselho Federal.
13/12/2002 Eleito orador do Conselho Federal para o período de julho/2002 a junho/2003, conforme pri. 405/02 – Conselho Federal, de 13/12/2002.
05/02/2003 Designado para representar o Grão Mestre Geral, na sessão magna para proceder a entrega da condecoração da cruz da perfeição maçônica, ao ir. Guilherme Fernando Nogueira – cad. 071.618, conforme ato n° 3663, de 04/o2/03.
04/06/2003 Expedido dipl. de Benemérito, reg. 84279, ato nr. 3862 de 02/06/2003, proc. 0557/03, loja 01908-SP.
10/08/2003 Eleito vice- presidente do Conselho Federal para o período de agosto de 2003/2004. Conforme comunicado do Conselho Federal.
16/08/2003 Certificado de participação da Suprema Congregação da Federação, realizada de 14 a 16 de agosto de 2003, na sede do poder central, Brasília – DF, registro nº 10.447.
22/08/2003 Eleito para o cargo de vice-presidente do Conselho Federal-GOB, para o período de agosto de 2003/2004. Conforme pr. 318/03, de 21/08/03, do Conselho Federal.
19/06/2004 Certificado de participação da Suprema Congregação da Federação, realizada de 17 a 19 de junho de 2004, na sede do poder central, Brasília – DF, registro n° 10.674.
05/08/2004 Membro da Comissão de Constituição e Justiça do Grande Oriente do Brasil para o período de agosto de 2004 a 2005, conforme comunicado do Conselho Federal.
25/09/2004 Fundador da Loja de P. e Est. Maç. “Friedrich Schroeder n° 3606-SP, conforme processo nº 1869/2004.
15/08/2005 Membro da Comissão de Constituição e Justiça do Grande Oriente do Brasil para o período de agosto de 2005 a 2006, conforme comunicado do Conselho Federal.
18/08/2005 Eleito membro da Comissão de Constituição e Justiça do Conselho Federal para o período de agosto de 2005/2006, conforme MM.`. 28/2005, de 16/08/2005, do Conselho Federal.
13/03/2006 Fundador da Loja Brisas Suaves n° 3739-SP, conforme processo nº 0286/2006.
12/09/2006 Placetado a pedido, loja n.º 3739 – SP, reg. N ° 3113/2006, sessão de 11/08/2006, publicado no Bol/GOB n.º 17/2006.
19/09/2006 Eleito suplente da comissão de Constituição e Justiça do Conselho Federal para o período de agosto 2006/2007, conforme comunicado do Conselho Federal.
07/12/2006 Certificado de presença honrosa à cerimonia de inauguração do memorial maçônico de Itápolis, concedido pela loja dr. João Carlos Ferraro n° 2011 – SP- reg. 12012.
27/05/2008 Membro da comissão de Constituição e Justiça do Grande Oriente do Brasil, período agosto 2007/2008, conforme comunicado do Conselho Federal.
05/06/2008 Grande Benemérito da Ordem, através do ato nº 009358, de 05/06/2008, registro n° 84543.
18/06/2008 Certificado de participação na Suprema Congregação da Federação, realizada nos dias 21, 22,23 e 24 de junho de 2008, reg. 12574.
24/06/2008 Exonerado a pedido, do cargo de Conselheiro Federal, conforme decreto n° 957, do Grão-Mestre Geral. Nomeado para o cargo de Grande Secretario de Educação e Cultura, conforme decreto n° 1002, do Grão Mestre Geral.
12/10/2008 Falecimento – Bol./GOB nº22 de 2008

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TESTEMUNHOS:

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Lembro-me como se fosse hoje…  Corria o ano da Graça de 2008.  Recebi a mensagem via grupos da Internet de que o Irmão PTL havia falecido e que seu velório ocorreria no Araçá, em S.Paulo.  Para lá me dirigi.  Esperava encontrar centenas de irmãos prestando as últimas homenagens a este pilar da Ordem maçônica.

Qual não foi meu espanto ao lá chegar e encontrar o Irmão PTL no esquife, paramentado, rodeado por meia dúzia de amigos dele, a viúva, um filho e nenhum maçom! Passado algum tempo, apareceram alguns irmãos do GOSP representando o GM, entre eles lembro-me do Maestro Tulio Colacciopo e do Irmão Wagner Veneziani. Durante o velório, a nota pitoresca foi a invasão do velório por um padre que desandou a recitar sua lenga-lenga, sem ser chamado.  Mais tarde, revelou-se que esse pretenso “padre” – Marcos Fontana – era um vigarista que se fazia passar por padre e cobrava taxas das famílias dos defuntos.

Ao final, pedimos que os amigos e parentes deixassem o recinto e fizemos uma cadeia de união, antes de remover os paramentos e fechar o caixão e inuma-lo devidamente. Foi-se o homem, mas ficou sua imagem de competência, suas idéias esclarecidas e firmes sobre a Ordem que precisam ser, com urgência, compiladas e publicadas.

Quanta falta nos faz esse brilhante maçom!

[J.FILARDO, O Apóstata, M.´.I.´. )

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Foi um amigo ímpar, exemplar. Exemplar? Não, nunca jamais. Esse adjetivo nem de longe consegue retratar a personalidade e o ser do Irmão Paulo de Tarso Liberalesso. Ele era simplesmente completo em tudo o que possa se imaginar de bom e do melhor. Sua cultura era tão profunda e ampla, que não existia assunto ou tema maçônicos ou de cultura geral, que não conseguisse com muita propriedade discutir. Em política tinha dois defeitinhos: 1. gostava de tocar piano com o Maluf a 4 mãos e 2. nos apoiou um candidato ao GMG, que jamais poderia se tornar GMG.

Ele tão tão, que se deixou iniciar por duas vezes. Entrou na ordem pelo ‘Independente’, depois procurou uma Loja do GOB, que o iniciou regularmente. Qdo. o conheci, virtualmente no primeiro grupo da net, ele era tão ortodoxo, que defendia a obediência total e absoluta a um GM. Entendia, que se um GM determinasse a um Ir. que ‘plantasse bananeiras’ em plena Praça da Sé (SP), esse incontinente devereia cumprir a ordem.

Demorou bastante. Muita luta, muita briga, tabefe pra cá, tabefe pra lá, baladeira teleguiada, serviços secreto, xingamentos brabos e impróprios até 200 anos de idade (ele próprio já tinha vencido alguns milênios), furada daqui, furada dali, tiros e canhões. Mas, ele chegou à conclusão de que ‘plantar bananeiras’, não. Isso, um GM não poderia exigir de ninguém.

Foi uma festa geral conseguir que ele aceitasse pelo menos isso. Festejamos meses, até começar a briga novamente para avançarmos, naturalmente, centímetro a centímetro.

E avançamos. Até chegarmos ao momento de que tinhamos muito trabalho em recuperar a nossa Subl. Ordem no Brasil. Muitos foram os IIr. que contribuiram e lutaram juntos. As discussões rendiam milhares de mensagens. Só a questão da mulher na Maçonaria foi a mais 3000 msg, mais não conseguir contar. Maçonaria é Religião foi outro fogo quente. Os Landmarks também perdi as contas. Para os antigos listeiros não preciso nem contar.

E daí partimos para discutir o GOB e o que mudar no GOB. A AFL e sua reprentatividade e legitimidade. O que fazer? Discussão ía, discussão vinha e íamos progredindo, acabando com os ‘tamboretes’ e diminuindo o poder da famosa bancada. Vagarosamente, após as conclusões nas listas, com muita eficiência ele levava as proposições ao Poder Central e com o tempo as coisas tomavam outros rumos.

Cultura Maçônica foi um grande foco. Então surgiu com grande força do Em. Ir. João Correia e ele uma nova lista para captar as melhores contribuições literárias e colocar no site do GOB, para assim contribuir para o desenvolvimento cultural dos IIr. de todo o país. E assim, íamos discutindo todos os problemas do GOB, propondo soluções e levando à realização. Tudo isso sem alharde e sem personalização. Cada um colocava a sua pedrinha no processo e, num passo de mágica, as coisas aconteciam. Não tinha pai da criança, mas ele era no mínimo o grão semeador.

Perjúrio. Batalhou como ninguém e de forma incisiva contra os perjúrios, todos eles, independentemente de poder ou cargo. Encarou inclusive o mais poderoso e conhecido escritor maçônico. Isso não o impediu de incisivamente lutar para quem estava sofrendo numa UTI, abandonado por todos e sem qualquer apoio nosso, conseguisse todo o apoio possível dos IIr. e do GOB.

Muitas são as histórias. Mas, o que mais me emociona é o seu entendimento de fraternidade. Fraternidade para ele não conhecia limite, qualidade, cor, raça, tipo ou o que se possa imaginar. Abnegação total era o lema, para quem quer que fosse pedir a sua ajuda. Mesmo gravemente enfermo, não tinha tempo para si e sua enfermidade, se a questão era a prática da fraternidade.

A emoção que me move agora, não me permite mais escrever, pois a saúde não mais me ajuda. Sei, que na madrugada de seu passamento, chorei até não mais poder e ainda hoje choro a perda desse maior amigo que pude conquistar em minha vida e que jamais esquecerei.

Paulinho, eu te amo de todo o meu coração e ser.

Entendeu? Não preciso dizer, eu já sei. O GADU te tem no melhor lugar que Ele pode oferecer. Só não me esqueça aqui, pois quero matar as saudades, breve.

TFA

[Acelino Pontes – Fortaleza, Ceará]
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Maçom Exemplar.

O Grande Oriente do Brasil sofreu uma perda irreparável em seus quadros. Os iniciados maçons viram partir para o Oriente Eterno um irmão cuja memória será inesquecível.

Paulo de Tarso Liberalesso foi um maçom de estatura moral e intelectual digno de admiração e de reverência. Sua total dedicação à Ordem o coloca entre aqueles que serão sempre respeitados e seguidos pelos irmãos em Maçonaria.

Iniciado em 29 de abril de 1978, na Loja Justiça e Lealdade, do Oriente de Lins, Estado de São Paulo, durante 30 anos deu o máximo de si mesmo em importantes missões de sua Loja e do Grande Oriente do Brasil. Foi Venerável-Mestre da Oficina e em seguida enviado para a Soberana Assembléia Federal Legislativa, onde durante a cerca de nove anos exerceu com amor e responsabilidade das tarefas de legislador maçom.

Nomeado para o Conselho Federal em 2001, ali ocupou cargos, sempre com eficiência e prontidão. Do Conselho saiu, ainda este ano, para ocupar as funções de Grande Secretário-Geral de Educação e Cultura, mas o destino não lhe concedeu mais tempo.

Partiu de entre nós em 12 de setembro de 2008, deixando lágrimas e saudades de seus irmãos maçons, familiares e amigos, que foram muitos. O reconhecimento do GOB pelos relevantes serviços prestados à instituição está expresso no diploma de Grande Benemérito da Ordem, a ele outorgado também este ano.

Paulo de Tarso Liberalesso, grande maçom, pranteado exemplo a ser seguido pelos jovens que entram hoje na maçonaria, vida rica de gestos de fraternidade humana e de responsabilidade social reconhecida pelos velhos companheiros de jornada, irmãos que hoje choram a ausência de um grande mestre. Entre esses, incluo-me humildemente, certo de um reencontro na suprema loja do Oriente Eterno, onde ele de braços abertos nos receberá. 31-10-2008

[Marcos José da Silva, Grão-Mestre Geral – GOB]

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Realmente, o dia 12/10/08 (dia do velório) caiu num domingo. Eu, particularmente, estava no interior e só vim a saber efetivamente do passamento do PTL, além de irmão, particular amigo e velho colega de empresa.
Porém, fui à missa de 7o. dia, quando apresentei solidariedade à Cristina e aos seus filhos. Na Igreja do Arquidiocesano. Lembro-me de ter visto poucos irmãos (Zanini, Duarte, Onias…). Acho que menos de 12, talvez.
Nosso sistema de comunicação é falho, mesmo nas lojas, no Grande Oriente muito pior ainda.
Mas, enfim o que vale é o exemplo que o PTL deixou nas listas, na PAEL (na constituinte apresentou mais de 100 emendas; aliás de mais de 200 deputados, apenas ele e mais 2 ou 3 apresentaram emendas), no Conselho Federal (se deslocava a Brasília, muitas vezes de ônibus).
Embora, por razões políticas, alguns não queiram ver dessa forma, o SGMG, Marcos José da Silvam quis prestar-lhe uma homenagem — e efetivamente prestou — nomeando-o Grande Secretário de Educação e Cultura do GOB, já sabendo de seu estado terminal.
PTL não foi dedicado e capacitado apenas nas listas de discussão. Trabalhamos mais de 20 anos na mesma empresa, em áreas diferentes (eu no Jurídico e ele no Meio Ambiente), e sempre mantivemos relacionamento estreito, desde quando ele se encontrava no início de sua caminhada na empresa, em Promissão. Lá foi nosso primeiro contato. E já visando implantar uma rede maçônica dentro da CESP. Fizemos levantamento dos irmãos, dos ativos, dos inativos, do GOB, do GOP, das GGLL… Profissionalmente era o verdadeiro “Caxias”. Chegou a assessor da presidência da empresa. Aí nossos encontros eram, senão diários, pelo menos 3 a 4 por semana, pois estávamos na mesma área organizacional. Era sempre o último a deixar a empresa, às vezes 22, 23 horas. E, no dia seguinte, lá estava às 7, 8 horas, no máximo. Quando mudou o presidente ele perdeu o cargo que era de confiança, abri então as portas do departamento jurídico, que gerenciava para abrigá-lo, mas ele tinha convite de outra área mais afeita à sua formação.
Vale dele, o exemplo. Vale dizer que muitas vezes tínhamos posições opostas ou longínquas, mas isso nunca impediu ou maculou o relacionamento de nível elevado. (Por exemplo, eu não concordava, e externei isso a ele, com o uso do distintivo de lapela da Maçonaria —esquadro e compasso; dizia na pilhéria, apenas concordava que ele usasse o do Rotary, às vezes na lapela, às vezes na gola da camisa).
PTL um exemplo, num instante de tanta falta de qualidade na Ordem.
[Walter Paschoalick Catherino]


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