Tradução José Filardo
POR IRENE Mainguy
Os maçons executam sinais de ordem que correspondem a um gestual preciso traçando figuras geométricas no espaço. A marcha do aprendiz, o sinal de ordem e o toque compõem o conjunto de um gestual que é um meio de se familiarizar com um novo universo, assim como de começar a perceber o espaço de outra forma. O passo ou a marcha ritual, assim como a bateria definem a expressão numérica de cada grau. Os sinais de ordem traçam no espaço uma figura geométrica e recordam o compromisso prestado.
Todos estes gestos codificados correspondem a sinais e são portadores de significado. Eles favorecem uma melhor atitude física que facilita a abertura da mente para um melhor entendimento e compreensão do universo.
Este gestual tem dois aspectos, um estático e outro dinâmico. Ele é diferente para cada grau, inscrevendo-se em uma continuidade. Ele introduz, favorece e facilita uma reflexão geral sobre o escopo iniciático, sobre o valor do gesto em associação com a palavra e o pensamento.
A noção de sinal de ordem sinal não significa rigidez
Os sinais de ordem estabelecem uma forma de código como uma conivência entre cada maçom, na medida em que eles são sinais de reconhecimento. Esses gestos expressam ao mesmo tempo uma ameaça e proteção. O sinal de ordem, como o próprio nome indica, quando bem executado, expressa um sentido de ordem, disciplina e rigor que não pode ser confundido com rigidez.
Esses gestos seguem um ritmo. Na abertura e no encerramento dos trabalhos de uma loja, conjunto de assistentes fazem, juntos, os mesmos movimentos à imagem de uma orquestra tocando em uníssono. Movimentos precisos marcam a tomada da palavra individual em loja que se denomina “estar à ordem”. Toda tomada de palavra em loja tem um caráter ritual que faz com que cada maçom fique de pé, à ordem, a atitude do corpo se ajustando ao ritmo da fala e à retidão da atitude.
Este simbolismo do movimentos em maçonaria pode ser visto como uma linguagem verbal e corporal, de acordo com as posturas que acompanham o ritual. Os ritos são, essencialmente, gestos que os maçons chamam de “sinais”, e que podem ser considerados como símbolos de ação.
Geralmente, entendemos por gestual um conjunto de gestos expressivos e significativos, como sinais que podem sugerir um pensamento e assim substituir a palavra. A linguagem corporal é a mais antiga, a mais universal e a mais difundida de todas as línguas. Ela é mais fácil de interpretar. Então, quando viajamos em um país onde não sabemos o idioma, é por meio de gestos que tentamos nos expressar ou imitando uma ação que permita que o nosso desejo seja compreendido.
Um gesto ritual bem entendido favorece um comportamento positivo
Esses gestos são uma indicação da necessidade de compreender correta e harmoniosamente as seis direções do espaço, mas também para encontrar o equilíbrio e a estabilidade, bem como a boa direção em todas as atividades realizadas.
Cada Maçom, ao aceitar submeter voluntariamente seu corpo às regras do gestual, coloca-se em conformidade física com os compromissos assumidos, o que o ajuda a disciplinar seu espírito no cotidiano.
O valor pedagógico do gesto está ligado à qualidade de sua execução para promover a autotransformação. Todo gestual carrega uma mensagem e permite canalizar a energia individual. Ele promove uma dinâmica do autocontrole e constitui um primeiro passo para uma melhor programação e controle das suas emoções e pensamentos.
O ritual maçônico dá movimento a todo movimento um significado compartilhado que coloca em comunhão de gestos os assistentes. Este gestual codificado permite a cada maçom expressar sua condição de membro da ordem e seu nível hierárquico dentro da Ordem Maçônica. Ele é, também, um meio de reconhecimento.
Sobre a autora
Autora
http://www.fm-mag.fr/article/660/les-signes-un-langage-corporel-au-rythme-de-la-loge