Tradução J. Filardo

Por Robert Rouyat[1].

O Regulador dos Cavalheiros Maçons foi publicado por Caillot e Brun em 1801, sem atribuição de autor. No entanto, ele amplia o trabalho de Prosper Moutier que, na mesma data e com os mesmos editores, se refere aos três primeiros graus.

O tumulto revolucionário havia fechado Lojas e perseguido Irmãos. O duque de Orleans, Grão-mestre, fora guilhotinado em 6 de novembro de 1793. Mas, assim que ocorreu o relaxamento do Termidor, Roëttiers de Montaleau despertou a Maçonaria. Em 1792, ele havia salvado os arquivos e os rituais. A partir do final de 1795, ele retomou discretamente as reuniões. Em 7 de junho de 1796, ele foi proclamado Grande Venerável. Em fevereiro de 1797, a Maçonaria era tolerada pelo Diretório. Em 23 de junho de 1799, um tratado de união foi ratificado entre a Grande Loja e o Grande Oriente.

Assim, quando em 1801, o Grande Venerável mandou publicar os rituais, assegurou vários anos de estudo e revisão de textos resgatados da clandestinidade e instituiu uma versão unificada após exame e votação de especialistas: o regime dos sete graus que ele publicou viria a se tornar o Rito Francês.

E ainda assim outro ritual em Sete Graus se revelava simultaneamente em Marselha. Este era o da Loja-Mãe Escocesa que, fundada em 1751, operava, como sempre fizera, longe das brigas parisienses do Grande Oriente e da Grande Loja.

Agora, mesmo os dois sistemas sendo comparáveis, eles não são de forma alguma idênticos, apesar do fato de que os nomes dos graus superiores serem análogos:

  • A um ELEITO do Grande Oriente corresponde o MESTRE ELEITO, dito dos Nove, na Loja Mãe de Marsellha.
  • Marselha chama o 5º. grau, o ESCOCÊS, de VERDADEIRO ESCOCÊS DA ESCÓCIA.
  • O CAVALEIRO DO ORIENTE é chamado CAVALEIRO DA ESPADA, e apelidado de CAVALEIRO DO ORIENTE ou da ÁGUIA.
  • O ROSA-CRUZ é conhecido como PRÍNCIPE DA ROSA-CRUZ.

Mas mesmo se o número de graus é o mesmo, seu conteúdo é muito diferente.

Entre as duas versões, pode-se ser tentado a atribuir ao Regime de Marselha o privilégio da estabilidade, enquanto os encaminhamentos e os inevitáveis compromissos da vida obediencial classificariam a obra de Roëttiers de Montaleau como uma síntese muito honesta.

Deve-se notar em particular que, comparado ao Mestre Eleito dito dos Nove da Mãe da Loja, o grau de Eleito aqui apresentado reativa a mitologia da vingança.

Mas o que há para se vingar?

Hiram.

E de onde vem a fábula de Hiram?

Qual é a origem, senão histórica, pelo menos semântica e hierográfica, do nome dos três infelizes que devem ser punidos?

Romvel, Gravelot e Abiram, nós os encontramos objetos da vingança dos graus de perfeição da Maçonaria Adonhiramita patrocinada pelos reis da Prússia e coroada pelo Noaquita ou Cavaleiro Prussiano. Entre esses guerreiros rudes, o psicodrama é mais realista e o misterioso realmente corta a cabeça de um manequim de vime.

Os Cavaleiros da Estrita Observância são, no entanto, mais explícitos. Esta Ordem aparece na Prússia, sua missão é punir Filipe o Belo, Clemente V e Nogaret; depois restaurar os Templários como poder financeiro, político e espiritual acima das nações.

Encontra-se a confirmação do sistema francês em sete graus nos Tuilleurs do mesmo período e vê-se em 1883 sobreviver paralelamente aos trinta e três graus do Rito Escocês Antigo e Aceito que voltaria dos EUA com um grau supremo onde Frederico, rei da Prússia, corresponde a Jacques de Molay.

Os puristas ainda pesquisam qual ritual praticava a primeira Loja parisiense de 1735 e o que usos aprovava Lord Derwentwater, primeiro Grão-Mestre. A investigação histórica encontraria uma pista se pudesse estabelecer o parentesco desses rituais.

Foi a origem e influência inglesa ou germânica?

Notas

[1] Robert Rouyat foi um maçom e autor associado a rituais maçônicos. Ele é conhecido por sua contribuição ao Régulateur des Chevaliers Maçons (O Regulador dos Cavaleiros Maçons), também chamado de Les Trois premiers grades et les quatre Ordres Supérieurs (Os Três Primeiros Graus e os Quatro Graus Superiores). Este trabalho foi publicado em 1801 e é uma extensão do trabalho de Prosper Moutier, que abordou os três primeiros graus maçônicos. O Régulateur des Chevaliers Maçons foi publicado sem atribuição de autor, mas é amplamente associado a Robert Rouyat.