Reflexões sobre a sedução tecnológica dentro da Maçonaria

J.Filardo, com a ajuda de inteligência artificial.

O canto da sereia é uma metáfora antiga que representa a sedução e o fascínio irresistível que levam à perdição. Na era contemporânea, a tecnologia desempenha um papel semelhante, atraindo indivíduos e organizações para seu sofisticado encanto, mesmo quando suas atividades não estão diretamente relacionadas à produção, como é o caso da Maçonaria. Este fenômeno apresenta riscos consideráveis que devem ser cuidadosamente avaliados e compreendidos.

Atração irresistível

A tecnologia avança a passos largos, trazendo inovações que prometem transformar a maneira como vivemos e trabalhamos. Smartphones, aplicativos, inteligência artificial, automação e outras ferramentas tecnológicas são constantemente promovidos como soluções indispensáveis para qualquer tipo de atividade. No entanto, o deslumbramento com essas inovações pode levar a decisões precipitadas e investimentos desnecessários, especialmente em contextos onde a atividade principal não está ligada à produção ou ao desenvolvimento tecnológico.

Desvio de foco

Um dos principais riscos de se encantar com o canto da sereia da tecnologia é o desvio de foco. Quando se adota uma nova tecnologia simplesmente por sua modernidade, sem uma análise cuidadosa dos benefícios reais para a atividade em questão, corre-se o risco de desviar-se dos objetivos centrais da organização ou do indivíduo.

Custo financeiro

Investir em tecnologia representa um custo significativo que pode não ser justificado em todas as atividades. Quando a atividade principal não está relacionada à produção, os recursos financeiros destinados a tecnologias avançadas podem ser melhor empregados em áreas mais diretamente ligadas à missão e aos objetivos da organização. O custo de aquisição, manutenção e atualização de tecnologias pode se tornar um fardo financeiro, desviando fundos de iniciativas mais críticas e necessárias.

Complexidade e curva de aprendizado

A adoção de novas tecnologias inevitavelmente envolve uma curva de aprendizado que pode ser íngreme e árdua. Para atividades não produtivas, esse tempo e esforço podem ser melhor direcionados para melhorar práticas existentes e desenvolver competências essenciais. Além disso, a complexidade das novas tecnologias pode criar barreiras de utilização, levando à frustração e à ineficiência quando a equipe não está adequadamente preparada para utilizá-las.

Dependência tecnológica

Outro risco significativo é a dependência excessiva da tecnologia. Quando uma atividade não produtiva se torna excessivamente dependente de ferramentas tecnológicas, pode-se criar uma vulnerabilidade a falhas técnicas e ciberataques. A resiliência e a capacidade de adaptação são reduzidas, uma vez que a atividade se torna intrinsecamente ligada ao funcionamento de sistemas tecnológicos que não são infalíveis.

Impacto sobre a criatividade e habilidades interpessoais

A obsessão por tecnologia pode também inibir a criatividade e as habilidades interpessoais. Atividades que não estão relacionadas à produção, como arte, educação, consultoria e serviços pessoais, muitas vezes dependem de interações humanas e criatividade. A tecnologia, se usada de forma inadequada, pode distanciar as pessoas dessas qualidades essenciais, criando uma barreira que impede a expressão espontânea e a conexão pessoal.

Avaliação crítica

Para evitar cair no encanto da tecnologia, é crucial adotar uma abordagem crítica e deliberada. Antes de investir em novas ferramentas ou sistemas, deve-se fazer perguntas fundamentais: esta tecnologia realmente agrega valor à minha atividade? Melhora a eficiência ou a qualidade de meus serviços? Estou preparado para os custos financeiros e a curva de aprendizado associados?

Exemplos práticos

Vejamos alguns exemplos práticos para ilustrar os riscos mencionados:

  • Educação: Um colégio pode investir pesadamente em tecnologia de ponta como tablets para cada aluno, plataformas de ensino online e softwares interativos. No entanto, se os professores não estiverem treinados para usar essas ferramentas de maneira eficaz, ou se os alunos não tiverem a disciplina necessária para aproveitar esses recursos, o investimento pode não trazer o retorno esperado.
  • Artes: Um artista pode sentir a pressão de adotar ferramentas digitais e softwares de design gráfico avançados. Embora esses possam ser úteis, a verdadeira essência de sua arte pode residir em técnicas tradicionais de pintura ou escultura que não requerem tecnologia sofisticada.
  • Consultoria: Consultores podem ser tentados a utilizar softwares complexos de análise de dados e ferramentas de gestão de projetos. No entanto, o valor de seu trabalho pode estar mais na experiência e no julgamento profissional, que não dependem exclusivamente de tecnologia.
  • Serviços pessoais: Profissionais como terapeutas, coaches e conselheiros podem investir em plataformas de videoconferência e aplicativos de rastreamento de progresso. Embora úteis, esses profissionais devem garantir que a tecnologia não se torne um substituto para a empatia e a conexão pessoal, que são fundamentais para seu trabalho.

Conclusão

Encantar-se com o canto da sereia da tecnologia é um risco real, especialmente em atividades não produtivas. A tecnologia deve ser uma ferramenta que apoie e melhore a atividade principal, e não uma distração ou desvio. Ao adotar uma abordagem crítica e deliberada, avaliando os verdadeiros benefícios e custos, é possível evitar os perigos da sedução tecnológica e garantir que os recursos sejam utilizados de maneira eficaz e eficiente. Afinal, é essencial lembrar que, ao contrário do canto da sereia, a tecnologia deve servir ao propósito humano e não o contrário.