
Dizer que não sabemos a data exata de aparecimento de um costume é sinal de cautela de corajosos aficionados por história que se escondem atrás da dúvida.
No entanto, para descobrir por que as rosetas às vezes estão presentes nos aventais maçônicos, alguns diriam que a Grande Loja Unida da Inglaterra instituiu essa prática nos aventais de Companheiros e Mestres em 1815.
Outros diriam que, muito antes, a presença de rosetas era atestada no campo militar na fita de medalhas, como as de Oficial da Ordem da Legião de Honra instituída em 1802 na França em reconhecimento a serviços excepcionais civis ou militares. A roseta ou cocar tem sido durante séculos um ornamento para distinguir países ou partidos, bem como uma distinção. Na França, conhecemos a roseta tricolor republicano, mas também havia uma branca para a monarquia. Na Inglaterra, a roseta era preta e em toda a Europa, encontramos esse símbolo que remonta à antiguidade.
Alguns, entretanto, arriscariam que nas iconografias britânicas anteriores, os aventais tinham um buraco na parte superior central. Isso poderia ser um lembrete de um costume de dobrar um canto do avental inferior para cima para indicar o grau. Um botão está localizado no canto inferior direito e no canto inferior esquerdo para que os dois lados possam ser dobrados alternadamente para indicar às vezes o grau de companheiro, às vezes o de mestre.
Ou então, esse furo na parte central da abeta permitia que ela fosse levantada e presa a um botão do casaco, conforme ilustrado em The free-masons surpriz’d ou the secret discover’d de 1754 (ver ilustração) ou em O Pocket Companion e a História dos Maçons do mesmo ano. Dali viria a origem desse costume das rosetas.
Observemos, no entanto, que em 1744, as medalhas alemãs em prata e bronze da Loja As Três Chaves de Ouro cunhadas por ocasião da primeira celebração de São João* mostram as famosas rosetas.
Como explicar então a presença dessas rosetas nos aventais alemães de meados do século XVIII? Mistério absoluto. Mas notemos que antes de 1815, a forma e as ornamentações dos aventais não eram reguladas uniformemente pelas Grandes Lojas. Cada mestre podia decorar seu avental como quisesse, o que aliás continuou fora da área de influência britânica direta. Talvez devêssemos ver nessas rosetas um aspecto prático? Com efeito, a maçonaria inglesa não conhece superioridade de graus, mas sim ordens complementares. Cada Ordem pode assim ter cores diferentes para se identificarem mais facilmente. Os aventais e as rosetas distinguindo assim os irmãos segundo os graus de cada Ordem. Às vezes, as razões mais simples são as mais prováveis…
* Medalhas listadas em As medalhas da fraternidade maçônica descritas e ilustradas por William TR Martin, cuja cópia é mantida no Worcestershire Freemasonry Museum.
Publicado na excelente revista





