Bibliot3ca FERNANDO PESSOA

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Sobre as Lojas (Maçônicas) de Estudo e Pesquisas – V

          Por   Ivan A. Pinheiro[1]

Embora parte integrante de uma Série, este texto dá continuidade direta ao tema iniciado em Pinheiro (2025): Citações e Referências Bibliográficas, e se no anterior o foco recaiu sobre as primeiras, neste está dirigido, sobremodo, às Referências Bibliográficas. E a exemplo da abordagem anterior, que no primeiro momento passou ao largo dos aspectos normativos mais estritos e deteve-se na demonstração da razão de ser das citações no contexto da produção intelectual escrita, também aqui o enfoque será diferenciado. Esse aparente distanciamento dos aspectos normativos espelha a própria dinâmica histórica: o quadro normativo só é delineado quando se justifica, isto é: após o surgimento e o crescimento dos fenômenos (a exemplo da produção intelectual em massa) e destina-se, no primeiro momento, sobretudo a organizar, a padronizar e a solucionar os problemas surgidos no curso do funcionamento dos processos; mas já em etapa posterior, é então (re)projetado para induzir comportamentos à luz de um determinado objetivo. E é importante conhecer e entender os princípios porque, mesmo as normas mais completas, e inclusive por esta característica, quando outorgadas ou promulgadas já nascem defasadas em razão da inércia inerente ao processo da sua elaboração: versões preliminares, debates em reuniões, comitês de especialistas, e mais debates, “negociações, concessões”, novas versões, aprovação em primeira instância, em segunda, aprovação em última e derradeira instância, prazo para vigência … enquanto isto, o mundo muda e norma antes mesmo de viger, já nasce defasada. Exemplo: a questão da Inteligência Artificial no contexto da produção intelectual (Peças de Arquitetura, Trabalhos para Progressão de Grau, Artigos competitivos, etc.) – nada, ainda, encontra-se normatizado e prescrito sobre o assunto. Nesse ambiente, dinâmico e incerto, conhecer os princípios é como ter à mão uma bússola: pelo menos apresenta um norte, um critério para, em dúvida, tomar como direção.

Vistas as razões de ser das Citações, a questão que ora se coloca é: por que, nos trabalhos escritos, há uma seção destinada às Referências Bibliográficas? A resposta a essa pergunta segue os mesmos motivos já apresentados quando o foco era a questão das Citações, a saber: a atender as condições necessárias para assegurar a cientificidade do processo e, na sequência, ao relatório que lhe dá a publicidade, o que é tornado possível mediante a apresentação de elementos que assegurem a transparência, a verificabilidade e a reprodutibilidade; assim, não é à toa que o tema, de regra, é abordado conjuntamente: Citações – Referências Bibliográficas (CRB). Esse conjunto é, pois, o que se pode denominar como o princípio básico que fundamenta a Norma que rege a matéria (CRB), e o resto, como se diz, “são detalhes”. Assim, o objetivo da seção Referências Bibliográficas, apartada do corpo do texto, é reunir e apresentar ao leitor (eventual pesquisador ou avaliador) um conjunto mínimo de informações para que o interessado possa localizar o autor-obra (informação!) citada no corpo do texto, o que inclui: 1) o(s) nome(s) do(s) autor(s); 2) o nome da obra; 3) aonde ela foi publicada (país, cidade); 4) por quem (editora) foi publicada ou veiculada; e, finalmente, 5) quando (data). Importante destacar: esse conjunto é universal, deve ser observado por todos os estudiosos e pesquisadores, quer submetam o texto (livro, artigo, relatório, etc.) à publicação no Brasil ou qualquer outro país.  

Portanto, apenas 5 (cinco) informações são necessárias e, conforme visto, o princípio é extremamente simples, autoevidente à luz dos propósitos enunciados. O que confere ao quadro normativo (para alguns) um aspecto de aparente complexidade é a multiplicidade de possibilidades de cada uma das condições acima:

  • autoria: única ou múltipla, quantos? Grupo de Pesquisa? Anônimo, pseudoepígrafo?
  • nome da obra:
    • se ela foi dividida em Volumes, como é o caso da “Coleção de Artes Liberais” produzida e editada pelo ICHSV – Instituto Hugo de São Vitor (2020), então as CRB devem discriminar o volume … parece óbvio, não é?
    • do mesmo modo se ela se apresenta em Tomos, a exemplo do “Moral e Dogma” (Pike, 2011) que, no Brasil, foi editado pela Yod; finalmente,
    • não custa lembrar que a Bíblia não é um livro, mas antes uma biblioteca, daí que cada Livro deve ser devidamente (CRB) identificado. A propósito, há ainda uma questão anterior: qual dentre as inúmeras Bíblias existentes? O tradutor de “Os Irmãos Karamázov” (Dostoiévski[2], 2013) logo de pronto esclarece: “Nesta tradução, as citações bíblicas seguem o texto de A Bíblia de Jerusalém (Nova. ed. São Paulo: Paulinas)”;
    • e se referir a um livro em geral, a primeira, a segunda ou as edições subsequentes, ou ainda a revista e ampliada? Texto legislativo (Leis, Decretos, etc.) são atualizados quase que diariamente; a depender da necessidade torna-se imperativo consultar a última versão, mas há ocasiões, a exemplo de resenhas históricas, que o que importa são as versões anteriores;
  • veículo da publicação: enquanto obra isolada (livro), como capítulo de um livro, na forma de artigo em um periódico, nos Anais, em um blog, em um site, jornal, carta, palestra, filme, outra mídia (painel, mural), etc.? E se parte integrante dos Anais, de qual evento?

Para cada um desses casos, entre outros, a Norma tem uma previsão específica quanto ao modo de informar ao leitor. Todavia, a multiplicidade se estende: a informação foi obtida mediante entrevista (ao autor ou a terceiros, foi anotada ou gravada), depoimento? Há circunstâncias, tudo à luz do projeto de pesquisa em andamento, que a qualificação do tradutor adquire relevância, assim como se a tradução teve por base o idioma original (p. ex., se do aramaico ou do chinês para o português) ou antes de chegar à versão final (português) passou pelo inglês (ou francês, ou alemão)? Clássicos da literatura internacional, a exemplo de “Os Irmãos Karamázov” (Dostoiévski, 2013), têm sido são reeditadas e, como maior apelo para as vendas, o fato de terem sido traduzidas diretamente do idioma original. Há casos nos quais o comentarista (analista, especialista) divide o espaço e a importância com o próprio autor, razão pela qual também deve ser citado e, se for o caso, referido na obra em elaboração; que tal, por exemplo, dialogar com os comentários de Napoleão Bonaparte ao “O Príncipe”, de Maquiavel[3] (2004)?

            Conforme já mencionado, a “complexidade” no que refere às CRB é, antes, aparente, posto que de pronto elucidada a partir da consulta às Normas Técnicas que regem a matéria, no Brasil, a ABNT[4] NBR 10520 (citações) e a ABNT NBR 6023 (Referências), ambas vistas em UNESP (2023). Corolário: quem quer que se proponha a escrever um texto técnico com rigor, acadêmico-científico ou não, deve ter em mãos, pelo menos, as Normas mencionadas – são textos que pelos detalhamentos são considerados longos por aqueles que não estão habituados, porém não são difíceis, não escapam ao entendimento do leitor mediano. Somente quem, por dever de ofício, com frequência escreve ou revisa textos, passado um tempo memoriza as principais instruções, raramente todas; daí porque memorizá-las não deve ser o objetivo do redator ocasional – o que importa é ter consciência das circunstâncias em que o uso das CRB se torna obrigatório, quando então as Normas devem ser consultadas para o uso adequado. E que não se pense que as Normas constituem excentricidades exclusivas dos acadêmicos pesquisadores, e que, portanto, somente a estes será exigido o conhecimento; ledo engano: elas (entre outras) são exigidas, por exemplo, na elaboração e submissão de projetos (para obtenção de financiamento público ou privado, para a aprovação regulatória, legislativos e outros), relatórios em geral, correspondências, etc.

            Parece claro, por tudo o que já foi dito, que a primeira relação entre as Citações e as Referências Bibliográficas é a de correspondência biunívoca, isto é: cada citação deve (em princípio estabelecido pelas razões de ser, mas também por determinação normativa) possuir a sua obra correspondente na seção das Referências Bibliográficas. Ora, também é sabido que uma mesma obra pode ser inúmeras vezes citada, o que possibilita, então, combinada a outras possibilidades, criar um instrumento de trabalho: a Ferramenta de Análise & Avaliação das CRB (FAA&CRB) ora introduzida a partir do Quadro 1, a seguir:

Quadro 1: FERRAMENTA DE ANÁLISE & AVALIAÇÃO DAS CITAÇÕES vs REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (FAA&CRB): modelo esquemático geral.           

    Hipóteses        CRB(*)Número de Ocorrências                       Interpretação/Significado                     
CIT(**) “c”RB(***) “r”
Hip. 100O texto aparenta ser opinativo, sem CIT e sem RB.
Hip. 2“c” = “r”Por suposto, a cada CIT corresponde a sua RB.
Hip. 3“c” maior do que “r” e “r” diferente de 0Um texto pode ter sido citado mais de uma vez.
Hip. 4“c” menor do que “r”Certamente algumas RB são desnecessárias.
Hip. 5“c” diferente de 0 e “r = 0”Citação sem qualquer RB: erro.

  Legenda:

(*): Citações & Referências Bibliográficas

(**) Citações

(***) Referências Bibliográficas.

“c” e “r” pertencem ao conjunto dos números naturais: “c” = quantidade de citações; e, “r” = quantidade de referências bibliográficas

Observações:

  1. Hipótese 1: é o caso mais comum, em que o texto possui caráter opinativo, certamente (excluindo a possibilidade de plágio) o produto de toda a trajetória de vida do autor, tanto as suas experiências (no cotidiano, viagens, sucessos, fracassos, etc.) quanto as leituras (de todo gênero) realizadas. E como é impossível citar a todas, nenhuma é citada. Pode ter caráter de aquiescência ou contestação, como também sugestivo e, na esfera das ideias, até ser provocativo. É nessa hipótese que se enquadram os Ensaios, espécie de textos mais flexível e que admite maior subjetividade. Mas é claro que, no contexto de uma LEP, há limites que, por cautela, talvez não devessem transpostos, como é o caso, por exemplo, de submeter a determinados veículos Crônicas ou Palestra – questão de medida, de bom senso, de adequação;
  2. Hipótese 2: é o caso mais simples e comum, seja a CIT direta, indireta, transcrição ou paráfrase, ela deverá ter o seu correspondente na seção das RB;
  3. Hipótese 3: há textos, que de tão ricos (não necessariamente volumosos[5]) comportam grandes elaborações e discussões. Além disso, por vezes o objetivo do autor é analisar um, e somente um determinado texto (ou aspecto dele), portanto, sendo prescindíveis outras RB. Considere o exemplo: “c” = 10 e “r” = 1, sendo “r” correspondente à Bíblia, ou à Constituição Federal;
  4. Hipótese 4: ora, se não há a citação correspondente, não o quê e tampouco porque referenciar. Que motivos levariam o autor a fazê-lo?
    1. descuido em razão do aproveitamento (“copia-cola”) de um texto autoral anterior?
    1. expectativa de atender as exigências de alguns veículos (editores) a exemplo da Revista Ciência & Maçonaria[6] que estabelece: “[…] um mínimo de referências de autores diferentes equivalente a, pelo menos, o mesmo número de páginas do artigo. Exemplo: um artigo de 10 páginas deve ter, no mínimo, 10 referências de autores diferentes” ou, dos Editais da CMSB[7] que instituem “[…] um mínimo de 05 (cinco) referências bibliográficas, que devem estar referenciadas no corpo do artigo, seja como citação direta ou indireta, e listada ao final do artigo, conforme normas da ABNT”?
    1.  independentemente do(s) motivo(s), é prática vista como tentativa de ilusionismo, pois induz o leitor a imaginar que as ideias dos autores referidos foram exploradas ao longo do texto. Em linguagem popular, “em meio ao trigo foi misturado o joio” ou, ainda, houve a tentativa de “dourar a pílula”. À primeira leitura, o número de Referências é um indicador de esforço, da diversidade e da cultura geral do autor; ademais, não se pode perder de vista a possibilidade do comportamento estratégico e oportunista dos autores[8]: o peso e a autoridade das obras-autores referenciados são, em alguma medida, transferidos ao autor e ao trabalho em tela. Em um texto sobre Filosofia e Política, quem confere maior densidade ao texto: citar Platão e Sócrates ou Pinheiro e Dutra?
    1. por fim, quanto maior a diferença “r-c”, mais grave o erro incorrido; e, por fim,
  5. Hipótese 5: caso assemelhado à Hip. 3, porém diferenciado porque em meio ao trigo, encontra-se misturado o joio. Em textos reduzidos é mais fácil identificar o joio, mas naqueles com 10 ou mais páginas, não é fácil, entre 15/25 Referências, identificar 5 (cinco) desnecessárias; todavia, à primeira leitura, o número de Referências é um indicador de esforço, diversidade e cultura geral do autor.

            Conforme visto no Quadro 1 e nas Observações que se seguiram, há hipóteses aceitáveis, esperadas até, mas há também as que não cabem, não devem ser admitidas se o propósito for a veiculação; estas, primeiro porque violam as Normas, mas também porque ferem o Princípio que permite caracterizar a produção como científica – por oportuno, não se pode perder de vista que este texto é parte integrante das reflexões na perspectiva das Lojas de Estudos e Pesquisas. À exceção das Hipóteses 1, 2 e 3, as demais suscitam desconfianças e suspeitas desonrosas contra o(s) autor(es), ainda que o equívoco tenha sido involuntário. E, querendo ou não, as ilações podem se estender e abalar a credibilidade do veículo (editora, periódico, etc.), trazer constrangimentos à Instituição (Loja ou Organização coordenadora) bem como prejuízos à imagem no grupo de referência, algo difícil de reparar. Portanto, se antecipar e fazer tudo o que for possível para evitar as hipóteses indesejáveis, parece ser a melhor recomendação. Como? Oportunamente eu voltarei ao assunto com maior detalhamento, mas por ora ressalto 2 (duas) iniciativas já comentadas: 1) trabalhar com planejamento, tanto pessoal quanto institucional, oferecendo assim um largo espaço para o desenvolvimento do trabalho (estudo, pesquisa, relatoria, etc.)[9]; e, 2) contar com quadro de revisores qualificados.

            Restam ainda algumas questões a serem observadas no que tange à Hipótese 1 vis-à-vis às Hipóteses 2 e 3:

  • ao ler um texto enquadrado na Hipótese 1, o leitor (razoavelmente instruído) sabe que ele não tem o peso e a relevância acadêmica-científica porque não se enquadra nas exigências já discutidas nesta Série. Na prática, a depender da situação, admite-se exceções, como é o caso dos autores reconhecidos como de notório saber, alguns agraciados com prêmios, a exemplo do Nobel, do Templeton, da Medalha Fields e outros, todos conferidos por Institutos ou Comissões ad hoc e independentes. No Brasil, ser premiado com o Jabuti, torna o autor uma referência no seu campo, no seu gênero literário, sendo praticamente dispensadas as apresentações (curriculum vitae) por ocasião dos futuros eventos. Um derradeiro exemplo, contemporâneo, bastante conhecido e citado pelos autores-maçons: os livros de Yuval N. Harari são repletos de dezenas de RB, mas quando escreve Ensaios menores, ele as dispensa, mas não será por isto que ele deixará de ser referenciado. Pergunta-se: e no Brasil, há entre os autores nacionais alguém que ocupe status semelhante? Existe alguma entidade certificadora independente, não necessariamente formal, mas que pelos usos e costumes, cujo pronunciamento sobre a autoridade técnica e intelectual dos autores tenha o pleno reconhecimento da comunidade maçônica?
  • já os textos enquadrados nas Hipóteses 2 e 3, nos termos ora considerados (porque atendem aos Princípios) são dotados de maior status quanto à cientificidade. Pelo menos o leitor tem as bases para concordar, discordar, dados os pontos de partida (as RB) ir mais a fundo nos estudos e reflexões, bem como citar nos seus próprios trabalhos;
  • em suma, as Hipóteses 1, 2 e 3 são aceitáveis; todavia, deve ser evitado, para não confundir ao leitor, apresentá-las como partes de um mesmo conjunto, e muito menos intercaladas no mesmo volume (livro) porque são de natureza distintas e não atendem aos mesmos propósitos. A experiência dos periódicos acadêmicos pode ser útil aos editores maçônicos: já no momento da submissão o texto deve ser enquadrado nas possibilidades oferecidas como, por exemplo:
    • a Revista Ciência & Maçonaria requer do autor a declaração de que o texto submetido se enquadra em uma das seguintes possibilidades: artigo teórico, artigo empírico, ensaio ou resenha[10], pois, por certo, cada enquadramento será lido pelas lentes que lhes são próprias, as mais adequadas; já
    • a REMLAC+ abre 7 (sete) opções, entre elas, também Entrevistas e Perfis de “acadêmicos proeminentes em estudos da Maçonaria”[11];
    • e por evidente que a publicação, o volume, também discrimina e agrupa os semelhantes na seção correspondente, antecipando-se, assim, no alerta ao leitor.

Antes de apresentar um caso prático da aplicação da FAA&CRB, revela-se oportuno resgatar 2 (dois) trabalhos nos quais se procurou demonstrar o quanto a seção Referências Bibliográficas, habitualmente negligenciada, pela maioria até mesmo ignorada, per se se constitui como fonte de valiosas informações acerca do universo maçônico como, por exemplo, “quais os autores-obras têm feito a cabeça dos Irmãos?” e, desde aí, o que se pode inferir. As citações, ainda que mais extensas do que as habituais, são necessárias não só para atestar o que se defende (as CRB como fontes de informações em si mesmas), mas também, por consequência, para chamar a atenção dos autores para o indispensável zelo a ser dedicado à matéria:

  • o primeiro estudo encontra-se em Pinheiro (2023): trata-se de um levantamento das Referências Bibliográficas utilizadas pelos autores que submetam textos aos Editais dos Concursos promovidos pela CMSB nos anos 2020, 2021 e 2022. Desse texto (op. cit., p. 46-7) foram extraídas algumas citações consideradas pertinentes à temática ora em foco:

Tendo várias obras já publicadas na forma de livros, relatórios de pesquisa, artigos ou textos no blog que mantém, o Prof. e Irmão Kennyo Ismail, com 17 referências, de longe foi o mais citado dentre os autores nacionais. Segue-o Irmão Cassiano T. de Morais e sua “Evasão Maçônica”; tendo ainda sido citada a obra que assina com o Prof. Kennyo: “Motivação e Evasão no Trabalho Voluntário: um estudo de caso na Grande Loja Maçônica do Distrito Federal”. Embora referidos, clássicos como A. Pike, J. Anderson e W. Preston, tiveram baixa frequência, análoga aos autores nacionais (como J. Castellani), entre os quais se observa a grande dispersão, como se cada “autor-Edital” tivesse o seu “autor-citado” preferido. Talvez isso seja o reflexo do mosaico que caracteriza a Maçonaria; se de um lado revela a diversidade sempre apreciada (teorias quanto à origem, Ritos, cosmovisões, etc.), de outro pode trazer o insulamento e dificuldades ao diálogo interno no sentido à formação de agendas e à promoção de avanços. O tema certamente é um dos fatores determinantes para a seleção da bibliografia, mas os igualmente conhecidos Robert F. Gould, Joseph F. Newton, Robert L. D. Cooper e David Stevenson, assim como o nacional Rizzardo da Camino, não foram lembrados.

Os livros, com 150 registros, constituem a principal fonte de consulta, superando em muito os artigos publicados em periódicos (37) e os relatórios de pesquisa (12) […] De regra, os livros são tidos como depositários de conhecimentos já amadurecidos, o que em si não é ruim, pois o que seria do mundo sem Platão, Aristóteles, Kant e outros antigos citados? Periódicos e relatórios de pesquisa, em geral, apresentam novas e inusitadas reflexões, trazendo o arejamento intelectual necessário em todos os campos do conhecimento. Mas tudo, é claro, é uma questão da exata medida: há conteúdos “que pedem” textos históricos e amadurecidos, enquanto outros “convidam” à consideração o que há de novo […] A “Ciência & Maçonaria” e “A Trolha” foram as revistas mais citadas no contexto temático, às quais se somam ainda as referências colhidas em publicações específicas de acordo com áreas/temas abordados pelos autores. 

As mais de 250 referências evidenciam que os autores predominantemente recorreram às fontes em português; apenas 25 consultaram obras em outro idioma, quase a totalidade, em inglês. Em síntese, é possível dizer que o “maçom-pesquisador-brasileiro-médio” busca nos livros em português os conhecimentos já amadurecidos.

  • o segundo, para prestar uma homenagem ao Irmão João J. P. Moreira (JJPM), o autor (Pinheiro, 2024) fez um levantamento sobre o seu legado visto a partir das publicações das Edições “Universum[12]:      

[…] em meio a 42 autores, até àquela oportunidade o Irmão JJPM, em termos de quantidade de trabalhos, com 12, ocupava o terceiro lugar e, se considerado o número de páginas publicadas, com 407, o segundo lugar, a mesma colocação se levado em conta o número médio de páginas/artigo (33,9) […].

[…] de pronto ressalta uma informação: considerando terem sido 18 o número de publicações, o número médio de “referência bibliográfica/texto” é de praticamente 32.

Em visão panorâmica observa-se o quão variadas foram as fontes do estudioso: no campo da Filosofia, dos Clássicos (Platão, Aristóteles) aos Modernos e Contemporâneos (F. Nietzsche, M. Heidegger, I. Kant, L. Wittgenstein, J. Habermas, M. Foucault, J. P. Sartre), e do mesmo modo no que refere à Maçonaria: de J. Anderson, S. Prichard, W. Preston, L. Dermott, Albert G. Mackey, Albert Pike, Robert F. Gould a Joseph F Newton, J. M. Ragon, D. Stevenson, entre outros. De imediato tem-se, aqui, uma recomendação sobre quais os autores que, se não são indispensáveis, foram lidos, consultados e citados pelo homenageado, o que por si mesmo é uma sugestão para que constem da biblioteca de todo aquele que se propuser a estudar e fundamentar as suas manifestações sobre a Maçonaria, independentemente do Rito praticado. 

[…] o que mais chama a atenção é a habilidade com que o Irmão JJPM estabelecia o diálogo dos primeiros com outros tantos e das mais diversas áreas do conhecimento, a exemplo de I. Newton (físico e matemático, mas também ocultista), J. Piaget (psicólogo, epistemólogo), Carl G. Jung (psicoterapeuta), M. Eliade (cientista das religiões, mitólogo), I. Asimov (escritor), Humberto Eco (semiólogo, linguística), J. Campbell (mitólogo, estudioso de religiões comparadas), M. Gleiser (astrônomo e cientista), C. Lévi-Strauss (antropólogo, sociólogo), Jorge L Borges (poeta, ensaísta) e mais […] duas importantes lições: a multidisciplinaridade e a transversalidade exigidas para a compreensão da Maçonaria, bem como a sua conexão com a realidade do cotidiano […] não se observa nos seus textos, gratuitamente e sem fundamentação, longas e exageradas tessituras de loas à Maçonaria, mas antes, quando oportuno o reconhecimento, realizado a partir da lógica, da Maçonaria considerada como um produto do seu tempo e da História. 

[…] a fluência do autor, tanto em inglês, quanto em francês e espanhol, competência que lhe permitiu, em vários textos e quando oportuno, confrontar a tradução em português com os respectivos originais (em alguns textos ambos são citados). Para escrever Landmarks (Edição 36, 2016), das 19 referências, 15 não estão escritas em português […] abre novos e por vezes inusitados horizontes, diferentes perspectivas de análise sobre o mesmo fenômeno […] seguindo a mais estrita recomendação técnica, que ao trazer a contribuição de um determinado autor, o Irmão JJPM a complementasse com as análises e os comentários de terceiros sobre a obra (a contribuição) do citado, mesmo quando não disponível em português; isto, sem dúvida, enriquece sobremodo o conteúdo geral. Vale a pena frisar, porque é equívoco demasiado comum, a confiança absoluta no (quando não o único) autor citado. Zeloso, JJPM buscava e convidava, no texto, à reflexão, reunia os pontos de vista e salientava os contraditórios; esta é, pois, mais uma lição deixada pelo Mestre. Oxalá tenha deixado uma Escola de seguidores.   

            Portanto, na sequência desse entendimento, e para reforçar o que se entende como mais do que necessário, indispensável até, a atenção ao tema, que começa pelo maçom-autor, mas que também compete às representações institucionais, a exemplo das LEP, das Organizações Associativas e dos veículos de divulgação, o que se segue é um levantamento análogo aos anteriores (citados acima) porém lastreado em 3 (três) publicações recentes no mercado editorial maçônico brasileiro: “Os Desafios da Maçonaria na Contemporaneidade” (AMVBL, 2025), “Maçonaria & Democracia” (Leite e Bezerra, 2024) e “O Futuro da Democracia” (Leite e Altafim, 2023), conjunto ora visto como uma amostra (não representativa) do universo de escritores-maçons atuantes no Brasil.

É importante que fique absolutamente claro que o se segue não é uma análise crítica aos textos e tampouco aos autores, todos de notório saber, já consagrados e laureados entre os pares em razão da contribuição que têm trazido à Ordem. Quanto aos textos, primeiro porque não os li na integralidade, tendo a minha leitura sido seletiva à luz de interesses temáticos pontuais; em segundo, porque me falta a competência para criticá-los com a indispensável proficiência. E quanto aos autores[13], antecipo uma curiosa observação, também considerada um achado de pesquisa: como há autores que, porque participa(ra)m de mais de um dentre os livros, ou porque têm mais de um texto no mesmo livro, foi possível observar que o erro cometido em um texto/livro não se repete na segunda (e há casos de terceira) participação, o que parece indicar que mesmo os grandes autores, eventualmente, caem nos braços de Hipnos, ou então, como qualquer um, “os cedros do Líbano também caem”, sobretudo quando pressionados. No caso dos produtores intelectuais, em geral, a pressão é dada pelos prazos vis-à-vis aos demais compromissos, o que torna os autores mais propensos ao cometimento de deslizes que em condições normais não ocorreriam. Nesses termos, foi deliberada a omissão da autoria individual dos achados de pesquisa, tendo sido privilegiada a abordagem mais abrangente; o leitor que desejar colher, nos textos indicados, os exemplos e os contraexemplos, poderá fazê-lo de motu proprio. Portanto, o que se apresenta é, antes de tudo, um retrato de uma realidade apurada e agregada a partir da aplicação, aos textos mencionados, da FAA&CRB.

            O procedimento adotado consistiu: por primeiro, reunir em uma planilha, colhido texto-a-texto, o que anteriormente foi denominado de “conjunto mínimo de informações” que deve constar nas seções identificadas como Referências Bibliográficas; por segundo, identificar e contar, em cada texto, todas as formas de citações à luz do que dispõe a NBR 10520 (direta, indireta, paráfrase ou transcrição). A inspeção visual por sobre as citações ao longo dos textos deixou à vista várias “problemas”, entre eles:

  • a existência de citações visualmente não identificadas – autor/data, “…”, página ou recuo), provavelmente um legado da “Escola Rizzardo da Camino”, consagrado autor que citava o nome (mais como uma homenagem), quando citava, mas não destacava nem o texto e tampouco os demais elementos obrigatórios às CRB; e,
  • determinadas citações, destacadas e indexadas, se faziam acompanhar, em nota de rodapé, de algumas, mas nem de todas as informações que deveriam, mas não constavam das RB; e por fim, mas sem esgotar o rol de ocorrências,
  • inúmeras RB no formato https://www…., algumas com dezenas, até com mais de 200 caracteres (&%-89/#blabla-&@xky…), o que, em texto impresso, praticamente inviabiliza o acesso do leitor à fonte de informação.

E então, o quê fazer? Algumas, mas nem todas as ocorrências poderiam ser ajustadas (para elaborar a planilha), mas optou-se por deixar tudo como está, pois, afinal, um dos objetivos é chamar a atenção (do leitor, autor-maçom, dos editores) para estas ocorrências.

O levantamento revelou muitas informações interessantes, mas cuja apresentação e análise fugiriam ao escopo deste texto – focado nas CRB -, razão pela qual serão oportunamente exploradas; por ora, no Quadro 2, apenas o resultado quantitativo agregado e apurado segundo a FAA&CRB é trazido a público:

Quadro 2: FERRAMENTA DE ANÁLISE & AVALIAÇÃO DAS CITAÇÕES vs REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (FAA&CRB): dados colhidos na amostra (1).

   Hipóteses          CRB(*)Número de OcorrênciasResultado do levantamento amostral                                               Interpretação             /Significado                     
CIT(**) “c”RB(***) “r”
Hip. 10012O texto aparenta ser opinativo, sem CIT e sem RB.
Hip. 2“c” = “r”06Por suposto, a cada CIT corresponde a sua RB.
Hip. 3“c” maior do que “r” e “r” diferente de 022Um texto pode ter sido citado mais de uma vez.
Hip. 4“c” menor do que “r”15Certamente algumas RB são desnecessárias.
Hip. 5“c” diferente de 0 e “r = 0”02Citação sem qualquer RB: erro.
Total de Ocorrências57____

Legenda:

(1): “Os Desafios da Maçonaria na Contemporaneidade” (AMVBL, 2025), “Maçonaria &

       Democracia” (Leite e Bezerra, 2024) e “O Futuro da Democracia” (Leite e Altafim, 2023)

(*): Citações & Referências Bibliográficas

(**) Citações

(***) Referências Bibliográficas.

“c” e “r” pertencem ao conjunto dos números naturais: “c” = quantidade de citações; e, “r” = quantidade de referências bibliográficas

                A interpretação dos dados parece ser autoevidente:

  • em se tratando de uma amostra qualificada, as 17/57 ocorrências, correspondentes às Hip. 4 e 5, chegam a surpreender;
  • considerando que um dos livros da amostra teve o patrocínio da AMVBL, as 12/57 ocorrências classificadas como Hip. 1 são vistas como normais, esperadas, quiçá até desejadas como expressão da amplitude do seu campo de atuação; de outro lado,
  • quanto mais a instituição (seja uma LEP, uma Academia de Ciências, um Periódico, etc.) ou evento (Edital, Seminário, Congresso, Cursos, etc.) se posicionaram como ou aspirarem o reconhecimento como “padrão acadêmico-científico”, mais esforços, deliberados, deverão ser promovidos no sentido à convergência para as Hip. 2 e 3, sendo inaceitáveis as Hip. 1 e, muito menos, as Hip. 4 e 5. Todavia, seria totalmente aceitável, no formato da Hip. 1, a transcrição, nos Anais do evento, da Aula Magna, em geral uma conferência proferida por alguém de notório saber.

É importante esclarecer que a FAA&CRB é útil para uma apreciação panorâmica, mas não capta, porque insensível, determinadas ocorrências verificadas na amostra como, por exemplo: o fato de, quantitativamente, “c” = r”, nada informa sobre a qualidade da informação, isto é, se o autor-obra citados guardam correspondência com os listados nas RB. No caso, a apuração e o tratamento dessas ocorrências demandariam um tempo ora não disponível e, creio, o resultado não mudaria (para melhor) o entendimento do quadro geral.

                Contudo, isto é, apesar das limitações que se levantaram à abordagem metodológica, bem como da FAA&CRB, à luz da revelação acima, parece haver um longo caminho a ser percorrido pelos escritores-Iniciados brasileiros que desejarem participar da Premier League da Maçonaria mundial. E no curso dessa trajetória cada um tem um papel a cumprir:

  • aos produtores intelectuais que já as conhecem, maior zelo em observar as Normas. Ficou claro, ao longo desse levantamento, que parte dos erros cometidos poderiam ser facilmente evitados com um pouco, só um pouco mais de empenho dos autores;
  • aos que ainda não as conhecem, primeiro devem procurar entender que elas não são meros artefatos burocráticos concebidos para atrapalhar, mas antes, no âmbito da geração e da difusão do conhecimento científico, exercem funções relevantes, têm razões de ser;
  • na sequência, devem então observá-las em todos os seus empreendimentos, mesmo naqueles nos quais não são exigidos, senão por outros motivos, para fins de treinamento – a expertise tende a ser o resultado natural do esforço continuado;
  • mas de nada adiantará os esforços individuais se os promotores e divulgadores não criarem mecanismos de enforcement e compliance aplicados a todas as suas iniciativas, pois também ficou claro que parte dos erros, sem dúvida, são devidos à falha de gerenciamento de processo. E chega mesmo a ser desmotivador, para aquele que se empenhou, demonstrou respeito e consideração pelos leitores (pesquisadores que alimentam o círculo virtuoso), ver o seu trabalho lado a lado com outro que, salta aos olhos, não observou os protocolos.

                Esse assunto, ainda vai render …


Referências Bibliográficas

AMVBL – Academia Maçônica Virtual Brasileira de Letras. Os Desafios da Maçonaria na Contemporaneidade: tecnologia, olhares e impactos na sociedade. São Paulo: Novo Milênio, 2025. ISBN 978-65-83652-02-7.

DOSTOIÉVSKI, Fiodor. Os Irmãos Karamázov. São Paulo: Martin Claret, 2013. ISBN 978-85-72232-941-5.

ICHSV. Trivium e Quadrivium: a doutrina das 7 Artes Liberais. Porto Alegre: Instituto Hugo de São Vítor, 2020. Coleção em 12 Volumes, cada um com o seu ISBN específico.

LEITE, Hélio P.; BEZERRA, Luiz A. de H. (Orgs.). Maçonaria & Democracia. Brasília, DF: A Gazeta Maçônica, 2024. ISBN 978-85-98961-40-80.

LEITE, Hélio P.; ALTAFIM, Ruy A. C. (Orgs.). O Futuro da Maçonaria. São Paulo: A Gazeta Maçônica, 2023. ISBN 978-85-98961-35-4.

MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. São Paulo: Martin Claret, 2004. Coleção a Obra-Prima de Cada Autor (comentado por Napoleão Bonaparte).

PIKE, Albert. Moral e Dogma. Birigui, SP: Yod, 2011. Coleção organizada em 7 Tomos. ISBN 978-85-63947-03-1.

PINHEIRO, Ivan A. Sobre as lojas (maçônicas) de estudos e pesquisas – IV. Disponível: https://bibliot3ca.com/wp-content/uploads/2025/05/sobre-as-lojas-maconicas-de-estudos-e-pesquisas-iv.pdf. Publicado em 19.05.25, acesso em 22.05.25.

PINHEIRO, Ivan A. O Legado de um Mestre. Freemason. Disponível em: https://www.freemason.pt/o-legado-de-um-mestre/. Publicado em 25.08.24, acesso em 22.05.25. Também disponível em Bibliot3ca Fernando Pessoa, https://bibliot3ca.com/2024/08/12/o-legado-de-um-mestre/.

PINHEIRO, Ivan A. A Produção Intelectual Maçônica no Brasil – um recorte a partir dos concursos promovidos pela CMSB em 2020, 2021 e 2022 – I/II. EdiçõesUniversum”, Ed. 45, janeiro de 2023, p. 25-56. Porto Alegre, RS: GLMERGS, Loja de Estudos e Pesquisas Universum n0 147.

PINHEIRO, Ivan A.; DUTRA, Lucas V.; MENDES, Jorge A. A Maçonaria no Divã. Revista Ciência & Maçonaria. Brasília, Vol. 10, n.1, p. 51-65, jul./dez., 2023. Disponível em: https://www.cienciaemaconaria.com.br/index.php/cem/article/view/226/113. Acesso em 22.05.25.

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Notas

[1] MM, Pesquisador Independente, e-mail: ivan.pinheiro@ufrgs.br. Porto Alegre-RS, 25.05.25. O autor não só agradece a leitura e as considerações do Irmão Lucas V. Dutra, Mestre Maçom do Quadro da ARLS Presidente Roosevelt, 75, Or. de São João da Boa Vista, jurisdicionada à GLESP – Psicólogo, Professor Doutor em Psicologia, Especializado em Maçonologia (UNINTER), e-mail: dutralucas@aol.com, como também reafirma a sua responsabilidade pelo conteúdo, erros e omissões remanescentes.     

[2] 1821 – 1881.

[3] 1469 – 1527.

[4] Associação Brasileira de Normas Técnicas.

[5] Quem já leu algum livro (ou melhor: livreto) de Byung-Chul Han sabe do que estou falando.  

[6] Fonte: https://www.cienciaemaconaria.com.br/index.php/cem/about/submissions#authorGuidelines. Acesso em: 22.05.25.

[7] Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil. Fonte: https://cmsb.org.br/wp-content/uploads/2024/11/Edital-V-Concurso-Literario.pdf. Acesso em: 23.05.25.

[8] Sim, acadêmicos, estudiosos e pesquisadores não são santos, também são passíveis de tentação aos vícios e paixões; a literatura está repleta de casos.

[9] Vide, por exemplo, o trabalho desenvolvido pela LEP Quatuor Coronati, 333 (GLMESP), que com mais de um ano de antecedência à publicação divulga o Edital de Chamada de trabalhos; assim, não só os autores interessados podem se organizar, como resta tempo para os avaliadores e revisores se pronunciarem sobre as submissões, propondo ou não melhorias nos trabalhos. Passado um tempo, já acostumada pela consistência, a comunidade de interessados incorpora o calendário em meio às suas demais atividades, criando, assim, um círculo virtuoso, modificando os usos e os costumes de até então, estabelecendo uma nova cultura. Mas há, é claro, a possibilidade do fluxo contínuo, tema a ser explorado nos próximos números desta Série. 

[10] Fonte: https://www.cienciaemaconaria.com.br/index.php/cem/about/editorialPolicies#focusAndScope. Acesso em: 24.05.25.

[11] Fonte: https://revistas.ucr.ac.cr/index.php/rehmlac/about. Acesso em: 24.05.25.

[12] Periódico de divulgação da LEP Universum, 147, Grande Loja Maçônica do Estado do Rio Grande do Sul.

[13] Alguns com a titulação de Mestres ou Doutores.