Por giorgionicoletti
Maçonaria e literatura humorística
Uma parte importante da literatura do entretenimento é, sem dúvida, representada pelo gênero cômico e humorístico. Seu objetivo é nos fazer rir. No entanto, é desejável distinguir textos que visam despertar no leitor uma simples risada que termina na piada, daqueles que, em vez disso, visam, através da piada, desencadear uma reflexão mais profunda no leitor.
Acredito que esta é a literatura humorística que deve prevalecer na Maçonaria. Em linguagem comum, o termo “humor” muitas vezes é mal utilizado como sinônimo de comédia e jovialidade: diz-se que aqueles que “têm senso de humor” são espirituosos e brincalhões, fazem as pessoas rir e aceitar piadas. Aqueles que não têm isso são sérios e muitas vezes sensíveis e incapazes de compreender situações engraçadas e cômicas. No entanto, deve-se ressaltar que nem tudo o que é engraçado ou que desperta nosso riso é bem-humorado. É necessário distinguir uma comédia pelo próprio bem de um humor espirituoso. A comédia tem como objetivo provocar uma risada por pura diversão, a sagacidade está em um nível mais alto porque visa um prazer intelectual. Da mesma forma, humor e sátira são ferramentas que servem para abrir nossos olhos e refletir sobre certos aspectos da realidade que muitas vezes são injustamente esquecidos. Um mestre da literatura italiana que se distinguiu pelo uso calibrado deste auxílio é Luigi Pirandello que, além de estudar os mecanismos do riso, usou humor e inteligência para descrever o que está por trás das aparências do comportamento humano. Nesse sentido, o humor, além da aparência da diversão, sugere uma dimensão às vezes triste e amarga. Essa maneira desconfortável de comunicar verdades se espalha na segunda metade do século XIX, especialmente na burguesia que favorece uma atitude moderadamente crítica e que representa uma das marcas da classe média. Na verdade, alguns dos mais importantes autores do romance burguês também foram humoristas sutis. Pense, por exemplo, em Charles Dickens, Italo Svevo e James Joyce.
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Quando o humor é inteligentemente usado, serve para alegrar uma ocasião, imprescindível para nosso bem viver. O que não se deve, mas ocorre, é fazer com que o humor também tenha seu lado depreciativo.
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