Por O.´. M.´.
O século XVIII era conhecido como Iluminismo o “Século das Luzes”. Trazia o sentido de liberdade e progresso para o homem. Assistiu ao surgimento do mundo moderno tal como o conhecemos. Foi uma época de grande crescimento político e cultural na Europa e, consequentemente, na América. Pensadores progressistas abraçavam o racionalismo, o método científico, a importância do indivíduo e a perfectibilidade da moral da humanidade. E seus ideólogos pregavam a substituição das “trevas” da ignorância, pela “luz” (conhecimento) do poder da razão (ciência), para iluminar os aspectos “escuros” da Idade Média. Defendia o domínio da razão, sobre a visão teocêntrica (Deus, como centro de tudo), posição defendida pela Igreja desde a Idade Média. Os “enciclopedistas” (iluministas) propunham a imediata separação da Igreja do Estado, combate às superstições e aos pensamentos mágicos, como as instituições religiosas.
A característica do Iluminismo é a fé “nas luzes” da chamada razão humana, livre das idiotices das pesquisas dos problemas metafísicos, conhecidos até então. Surgia, daí, a teorização da liberdade humana. E, mesmo com a censura e condenação papal, o Iluminismo influenciou o mundo intelectual e inspirou o movimento social que originou a Revolução Francesa de 1789.
E se o Iluminismo era a mensagem, a linguagem universal que a transmitia era a Maçonaria. O idealismo do momento enquadrava-se perfeitamente na filosofia maçônica de tolerância, fraternidade e humanismo, e a organização tornou-se um importante veículo para a disseminação desses valores. O movimento iluminista foi um duro golpe à ideologia do poder eclesiástico, no intuito de anular, nos cristãos europeus, o domínio da Igreja Católica sobre eles.
A consequência foi a colocação de Deus no coração do homem, sem a intermediação da igreja, mas, agora sendo “iluminado” pelo Espírito Santo, que o desperta para a realidade e necessidade da Salvação em Deus, segundo o preceito bíblico dos ensinos atribuídos a Jesus de Nazaré. Ou seja, a Igreja continuou sacrificando a verdade em troca da mentira piedosa. Configurava-se tambem uma nova forma de fé e religião, refletindo a mudança de visão do mundo: o deísmo.
O deísmo aceitava o fato de que o mundo era o produto de um plano inteligente e benevolente criado sob o desígnio de um ser, por si mesmo incriado, não-criatura e, portanto, incompreensível, indivisível, absconso, inconsútil e incognoscível; e que concedera aos mortais tanto a virtude natural – em vez do pecado original – como o dom da razão, permitindo-lhes, até certo ponto, forjar um destino de sua própria escolha.
Na França, ficou conhecido como o Siècle des Lumières (Século das Luzes); na Alemanha, Aufklärung (Filosofia das Luzes, Iluminação) e, em uma melhor conceituação, “o homem iluminado pela própria razão”; na Grã-Bretanha, Enlightenment (Esclarecimento); na Espanha, Ilustración (Ilustração); e na Itália, onde sua influência maior foi nas cidades de Nápoles e Milão, Illuminismo mesmo (com dois eles).
Embora a fraternidade se mantivesse oficialmente apolítica, seus valores naturalmente conduziam seus membros para as crenças democráticas contra os domínios repressivos em muitos países.
O grande mérito da Maçonaria, foi justamente livrar a sociedade ocidental do cerceamento exercido pela Igreja Católica sobre todas as formas de pensamento e manifestação não só político-religiosa, como também, na ciência, nas artes, na cultura etc.
Maçons famosos fundaram diversas entidades que prestam serviços a humanidade, vejamos alguns exemplos: Os escoteiros por Robert Baden Powell, os Clubes de Rotary por Paul Harris (maçom?), os Clubes de Lions por Melvin Jones, os grupos de jovens DeMolays por Frank Sherman Land.
Adam Weishaupt professor de Direito Canônico na Universidade de Ingolstadt, fundador dos Illuminati da Baviera, foi um dos primeiros maçons racionalistas a abordar questões religiosas e políticas dentro das lojas. Ensinava que existia uma iluminação racional, fora e acima da fé religiosa, acessível a qualquer pessoa, e poderia levar a uma maior perfeição. Agindo nas sombras, seus membros tinham um objetivo maior: a destruição da Igreja Católica.


