Tradução J. Filardo

Por Jean-Moïse Braitberg

Estátua do rei Robert I (Robert The Bruce), que garantiu a independência da Escócia da Inglaterra. As lendárias fundações da maçonaria escocesa fazem do rei Robert I o primeiro grão-mestre da ordem. Imagem da Shutterstock

O Escocismo, esse aparato de graus que se soma à maçonaria “azul” ou simbólica, tem muito pouco a ver com a Escócia. É especialmente na França e na Europa continental que devemos buscar a origem de um sistema que ampliou o rigor protestante das primeiras lojas simbólicas para uma escala de graus que tem uma semelhança familiar com a exuberância do ritual católico.

Ah, a Escócia! Suas brumas, seus castelos assombrados, seu uísque, o Lago Ness e seu monstro, seus maçons… É ao som de uma vibrante gaita-de-foles que a lista infinita de declinações maçônicas tem sido enumerada, há quase três séculos, que, dispostas em um aparato de degraus, diriam outros de estágios, formam o edifício do que é designado pelo termo Escocismo.
Por que a Escócia? Não faltam alegações, algumas baseadas em fatos tênues, mas reais, outras baseadas em lendas e outras, ainda, francamente rebuscadas. Comecemos pela última. Alguns quiseram ver na palavra escocês uma distorção da expressão ritual do 3º grau “A acácia me é conhecida”. Diz-se que a palavra Acácia, neste caso bastante desconhecida, tornou-se Escócia sob o efeito de uma oportuna, mas totalmente implausível, metamorfose fonética. Em um livro de muito sucesso[1], o autor argumenta que as origens da maçonaria escocesa podem ser encontradas na “maçonaria florestal”. Referências poderiam ser encontradas no grau de Cavaleiro do Machado Real – Príncipe do Líbano, grau 22 do Rito Escocês Antigo e Aceito. Não vemos, no entanto, como é que esta audaciosa afirmação de lenhador liga o escocismo à Escócia. Há também a lenda, ou, como você deseja, a fábula templária vendida tardiamente por mentes românticas ansiosas por reunir o que está espalhado sem preocupação com a história, com o único propósito de expandir a lenda maçônica. De acordo com esta versão, após a supressão da Ordem dos Templários pelo Papa Clemente V, os Cavaleiros Templários refugiaram-se na Escócia, onde estiveram na origem da Maçonaria. 

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A Escócia Imaginária dos Maçons