Juliano A.’. ***
1. INTRODUÇÃO – UM CONVITE À REFLEXÃO
Imagine uma filha que cresceu dentro da empresa da família. Presenciou o esforço diário do pai, acompanhou reuniões, estudou o setor, se formou com excelência e, ao retornar, se preparou para assumir responsabilidades. No entanto, ao chegar o momento da sucessão, ela é preterida. O comando vai para um irmão, um primo ou mesmo alguém de fora. Não por falta de mérito, mas por ser mulher.
Essa realidade, ainda hoje comum, expõe um preconceito estrutural: a resistência em reconhecer filhas como legítimas sucessoras. Este trabalho busca refletir sobre esse cenário, questionar suas causas e mostrar como ele pode comprometer o verdadeiro sentido de legado.
2. O SIGNIFICADO DO LEGADO NO MUNDO PROFANO
Construir um negócio é mais do que gerar renda. É edificar algo com propósito, com valores, com identidade. No entanto, essa construção só cumpre sua missão se tiver continuidade.
Muitos fundadores buscam sucessores para perpetuar aquilo que foi iniciado. Mas, por apego a tradições distorcidas ou paradigmas antigos, acabam por negar essa missão às filhas — mesmo quando estas se mostram as mais preparadas.
3. O PRECONCEITO VELADO
Esse tipo de exclusão não é sempre declarado. Ele se manifesta de forma sutil, em frases como:
- “Ela é sensível demais.”
- “Ela não vai aguentar a pressão.”
- “Negócio é coisa de homem.”
São resquícios de um preconceito estrutural, que associa liderança exclusivamente ao masculino. É uma pedra bruta ainda não lapidada — e, portanto, incompatível com a lógica do mérito e da justiça.
4. AS CONSEQUÊNCIAS DE UMA SUCESSÃO INJUSTA
Recusar a continuidade às filhas tem impactos profundos:
- Rompe com o sentido verdadeiro do legado;
- Gera frustração e perda de talentos;
- Compromete a identidade construída;
- Perpetua uma visão desigual de mundo.
Isso fere os princípios de justiça, de equidade e de razão — fundamentos que deveriam sustentar qualquer tomada de decisão.
5. A FILHA COMO GUARDIÃ LEGÍTIMA DO LEGADO
Quando a filha é reconhecida como sucessora legítima, a obra se fortalece.
O comando não se baseia em gênero, mas em capacidade. E essa confiança é um gesto de sabedoria, não de concessão.
Confiar na filha é perpetuar valores, é preservar o propósito, é honrar a continuidade.
6. CONCLUSÃO – ROMPENDO COM O CICLO DA EXCLUSÃO
Se desejamos construir um mundo mais justo, devemos começar pelas escolhas que fazemos no seio da nossa própria história.
Negar à filha a sucessão, mesmo sendo a mais preparada, é interromper o fio condutor de uma obra.
Sucessão sem justiça não é legado. É desperdício.
É tempo de confiança, de coragem e de verdade.
O futuro pode — e deve — estar também nas mãos das mulheres.
Sobre o autor
*** Juliano A.’. é pesquisador independente com interesse nos estudos da Maçonaria, simbolismo, legado e filosofia iniciática. Dedica-se à reflexão de temas contemporâneos sob uma ótica tradicional, ética e espiritual.
Março de 2025


Conheço esse problema na pele. Meu pai, quando vivo, não me ajudou a abrir meu escritório de advocacia porque meu marido disse a ele – por pura inveja – que eu não tinha capacidade para advogar, embora fosse eu a verdadeira provedora de nossa casa pq ele vivia com um violão debaixo do braço tocando na noite…
Quando meu pai faleceu, minha mãe não me deixou fazer o inventário porque “mulher não entende disso” e quando eu argumentei que tinha especialização nessa área, ela me respondeu que “papel não quer dizer nada. Se compra em qualquer lugar”. Entregou para meu irmão que fez uma lambança e ainda me prejudicou na partilha…
Quando eu realizei meu grande sonho de conhecer Paris, ela ficou impressionada como foi que eu consegui e me perguntou quem pagou…
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Agradeço imensamente por ter publicado na página. É uma honra poder contribuir, ainda que de forma discreta. Fico grato pela consideração e pelo respeito à confidencialidade.
Em ter., 25 de mar. de 2025 às 17:06, Juliano Albuquerque < julianotkd@gmail.com> escreveu:
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Brother J.
Como isso não foi informado no email original, não tinhamos como conhecer esse detalhe. Mas, já providenciamos e alteramos o post. E, em seguida, vamos apagar esses comentários que também revelam se nome completo.
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Prezado irmão, por gentileza, gostaria de solicitar que meu nome e minha localização fossem ocultados. Sempre valorizei a descrição e prefiro permanecer anônimo e reservado.
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