Bibliot3ca FERNANDO PESSOA

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Reflexões sobre a Maçonaria do Século XXI: distopias e utopias

Rubens Pantano Filho[1]
Marcelo Nicoleti dos Santos[2]
José Ricardo Ballerini Borsoi[3]
Cesar Fidelis[4]

1 Introdução

A Maçonaria, tal como conhecida hoje, teve seu limiar na Inglaterra, há 300 anos aproximadamente. No que diz respeito à época de seu nascimento não há unanimidade de opiniões dos estudiosos sobre o tema, tendo em vista a existência de considerações outras sobre suas origens no tempo. No entanto, muitos autores renomados consideram o século XVIII como sendo o período de aparecimento da Maçonaria simbólica (MOREL e SOUZA, 2008; NAME, 2011). Pode-se afirmar também que foi nessa época que surgiram os rituais que, com as várias adaptações ocorridas ao longo dos anos, são seguidos até hoje. O ano de 1723 é uma data emblemática para a Ordem, quando James Anderson publicou o primeiro regulamento da Arte Real, possibilitando então sua posterior divulgação pela Europa e pelas Américas (MOREL e SOUZA, 2008; SCARPARO, 2019). Dessa maneira, pode-se afirmar, sem sombra de dúvidas, que a Maçonaria simbólica é uma instituição madura, já com seus 300 anos de vida.

Em tempos atuais, considera-se que a Ordem maçônica é uma sociedade discreta, aberta aos homens de todas as religiões, que mantém grande respeito por todas as convicções, por todas as etnias, por todas as compreensões de mundo. Suas lojas são polos de concentração da liberdade de pensamento e expressão, o que possibilita sua constante evolução.

Nessas três centenas de anos, a Maçonaria participou de inúmeros eventos proeminentes nos quatro cantos do planeta. Se como instituição nem sempre foi o ator principal, em vários deles foi um dos protagonistas. Mesmo naqueles em que não tenha ocupado um papel relevante, é lícito afirmar que, no mínimo, vários de seus dignos membros estiveram na vanguarda dos históricos episódios. Assim, cabe elencar algumas perguntas para esses três séculos ou mais de existência e de trajetória gloriosa. Quais foram os feitos significativos da Maçonaria nesse período? Quem foram seus ilustres personagens ao longo da história? Que papel teve a Ordem maçônica nos admiráveis movimentos sociais? Como foi seu caminhar em território brasileiro?

Essas primeiras perguntas registradas são de fáceis respostas. Há uma vasta literatura disponível, seja impressa ou em meio eletrônico pela Internet, que registra a participação da Maçonaria ou de nobres maçons em grandes eventos da história nacional e mundial. Alguns exemplos dessa citação serão adiante elencados.

Além dessas perguntas anteriores, tantas outras igualmente importantes poderiam ser aqui assinaladas. Para muitas há respostas seguras; parte delas tem explicações discutíveis e algumas tantas ainda aguardam soluções plausíveis. Entre essas últimas, talvez as mais relevantes seriam: Como está a Maçonaria hoje, nessas primeiras décadas do século XXI? Nesses tempos pós-modernos, de incertezas e de mudanças muito aceleradas em termos sociais, morais, éticos, científicos e tecnológicos, qual o papel da Arte Real? Quais são hoje as utopias e, talvez, as distopias da instituição? Conseguirá a Maçonaria recuperar a posição de destaque que ocupou em largos anos de sua história? Com o advento da pandemia do Covid 19, as lojas se viram obrigadas a realizar sessões virtualmente. Que lições serão tiradas desse período? Será essa prática virtual mantida, ao menos parcialmente, uma vez equacionado a doença?

Feitas essas considerações, destaca-se agora que esse texto não tem o propósito de responder a essas questões explicitadas, até porque seria muita pretensão tentar aqui respondê-las, tal a complexidade das mesmas e a multiplicidade de opiniões possíveis, seguramente divergentes em um primeiro momento. Com esse escrito, pretende-se sim levantar hipóteses, tal qual outros Irmãos têm feito, objetivando dessa forma contribuir para a imperativa reflexão na intimidade da Ordem, de modo a colaborar para o encontro de algumas sendas possíveis e a busca da convergência necessária para que a Maçonaria retome, nesse desenvolver do século XXI, seu protagonismo de outrora.

2 Apogeu e protagonismo da Maçonaria

2.1 Protagonismo da Ordem maçônica no mundo

Como assinalado anteriormente, ao longo de sua existência, a Maçonaria esteve presente em importantes eventos da história mundial. Para não se alongar sobre o tema, destacam-se alguns: Revolução Francesa (1789), Independência dos Estados Unidos da América (1776), movimentos de Emancipação da América Espanhola (séc. XVIII / XIX), entre outros acontecimentos de destaque.

No que diz respeito à importância da Maçonaria e dos ilustres maçons da história mundial, Romeu e Valdés (2011, p. 59) assinalam que:

Os maçons se definem como a “organização da moralidade”, cujo propóstito é “para fazer alguns homens bons, melhores”. Os maçons são independentes dos governos, desencorajam discussões sobre política ou religião, e admitem apenas homens adultos de boa conduta e saúde. Eles afirmam ser tolerantes, fazer boas obras e praticar a irmandade entre seus membros. Talvez por causa dessas características, homens da estatura de Washington, Juarez, Bolivar e Marti, no século XIX, e de Salvador Allende, Lazaro Cardenas e Winston Churchill, no século XX, foram atraídos para, e se juntaram, aos maçons (tradução livre).

Da mesma maneira, Morel e Souza (2008) também registram a presença, entre as colunas maçônicas, de figuras de realce na política, nas artes ou na ciência: Benjamin Franklin, San Martin, Mozart, Goethe, Voltaire, Louis Pasteur, entre outros. Deve-se observar também que, entre os personagens políticos citados, há tendências político-ideológicas variadas, atestando a abrangência da Maçonaria no mundo em distintos períodos históricos. Dessa forma, os nomes todos elencados pelos autores dispensam qualquer outro atestado para comprovação do relevante papel que a Ordem maçônica desempenhou ao longo da história.

2.2 Tempos áureos da Maçonaria brasileira

No cenário nacional também não foi diferente. A Ordem fez-se presente em destacados movimentos da sociedade brasileira, se não como protagonista, com certeza com a participação individual e destacada de alguns membros de suas colunas. Apenas para citar alguns exemplos, registra-se que a Maçonaria brasileira marcou presença em formidáveis eventos: Conjuração Mineira (1789), Conjuração Baiana (1796), Revolução Pernambucana (1817), Independência do Brasil (1822), Revolução Farroupilha (1835), Abolição da Escravatura (1888), Proclamação da República (1889) e Revolução Constitucionalista (1932), entre outros episódios nacionais de envergadura. Há que se destacar também os inúmeros maçons brasileiros nesses movimentos elencados. Respeitando-se a sequência apresentada, aponta-se aqui pelo menos um dos maçons neles envolvidos: José Álvares Maciel, Cipriano Barata, Domingos José Martins, Gonçalves Ledo, Bento Gonçalves, Joaquim Nabuco, Deodoro da Fonseca e Pedro de Toledo. Esses importantes acontecimentos e a envergadura dos membros da Ordem, da mesma forma que se considerou para os destacados movimentos em outros países, atestam o vanguardismo da Maçonaria brasileira. Esses, sem dúvida, foram os tempos áureos da Arte Real.

Propõe-se então, nesse ponto, uma questão que vale a pena ser registrada: recuperará a Maçonaria o protagonismo que teve anteriormente na história?

3 As encruzilhadas da Maçonaria no Brasil

 Ao longo de sua trajetória – restringindo a análise somente ao cenário nacional – a Maçonaria brasileira viveu alguns momentos de tensões, de crises e de cisões, todos eles com consequências à universalidade da Ordem. Uma vez que o escopo do trabalho não é esse, apenas quatro são os eventos citados a seguir para um breve registro.

 Em 1927, ocorreu a primeira significativa cisão no âmbito do Grande Oriente do Brasil – GOB, a obediência mãe da Maçonaria brasileira. Mário Behring, então Grão-Mestre Geral do GOB e também Presidente do Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito para o Brasil, tomou a iniciativa de criar um movimento que daria origem, algum tempo depois, às Grandes Lojas brasileiras, essas hoje filiadas à Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil – CMSB. No caso paulista, em julho daquele ano, foi realizada a sessão de instalação da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo – GLESP (MOREL e SOUZA, 2008).

Em 1973, nova cizânia na Ordem fragmentou mais uma vez a Maçonaria brasileira. Em março desse ano citado, realizaram-se eleições para os cargos de Grão-Mestre Geral e Grão-Mestre Geral Adjunto do GOB. Proclamada a eleição dos candidatos oficiais, inconformados com a decisão, em maio de 1973, dez Grandes Orientes Estaduais federados ao GOB desligaram-se deste, proclamando-se Obediências autônomas e independentes, expondo as razões porque o faziam. Naquele mesmo ano, no mês de agosto, fundou-se na cidade de Belo Horizonte/MG o Colégio de Grão-Mestres da Maçonaria Brasileira, congregando as dez Obediências dissidentes. O evento resultou na fundação dos Grandes Orientes Independentes, filiados à Confederação Maçônica do Brasil – COMAB, no caso de São Paulo o Grande Oriente Paulista – GOP (MOREL e SOUZA, 2008; CASTELLANI, 1994).

Agora, em tempos mais recentes, no ano de 2018, o Grande Oriente de São Paulo – GOSP, Obediência regular fundada em 29 de julho de 1921, desfederalizou-se do GOB, passando a atuar de forma independente, como o fora anteriormente. Na cisão, parte das Lojas permaneceu no GOSP e outra parte filiou-se ao GOB, que então criou sua seção em São Paulo com a denominação GOB-SP.

De um lado, pode-se afirmar que as cisões provocaram o surgimento de novas Obediências, com muitas Lojas a elas ligadas e, consequentemente, um aumento significativo do número de maçons. No entanto, além de quantidade não significar qualidade, as referidas crises também geraram afastamentos de Irmãos, de Lojas e das Obediências umas das outras. Depois de vários anos, algumas já se harmonizaram, mas outras ainda se mantêm distanciadas.

No que diz respeito a essas cisões, Silva (2026, p. 29) registra uma afirmação interessante, merecedora de reflexão:

[…] a Ordem se dividiu em inúmeras Potências, cada uma suspeitando da outra, que não reconhece, muitas vezes usando de artifícios, nem sempre éticos, na busca dos reconhecimentos internacionais. Em muitos casos, a obtenção de um reconhecimento significa a retirada deste mesmo reconhecimento a outra Potência. Afinal, para que serve o tão decantado reconhecimento, se Irmãos de Potências diferentes, que só estão preocupados em praticar a pura Maçonaria, se reúnem em Lojas Virtuais e em Grupos que se comunicam pela Internet?

Dessa forma, pode-se observar nesses episódios que as cisões ocorreram muito em função de desentendimentos dos grupos que disputavam o poder central. Nas bases, ao contrário, independente dos impedimentos formais estabelecidos por algumas Obediências, boa parte dos Irmãos e das Lojas continuam a se relacionar informalmente. Espera-se, obviamente, que essas tensões sejam superadas no seu devido tempo.

4 Maçonaria brasileira em tempos atuais

4.1 Raio X da Maçonaria brasileira

Em 2018, a Confederação Maçônica Interamericana – CMI promoveu uma ampla pesquisa junto aos maçons brasileiros regulares, objetivando colher informações sobre a Maçonaria em tempos atuais e suas perspectivas para este século que já cumpriu um quinto de seu tempo (OLIVEIRA, 2019). A investigação teve como escopo “conhecer um pouco mais das opiniões e percepções do maçom brasileiro sobre as forças e fraquezas da sua Maçonaria, bem como os anseios de realização da mesma para os próximos anos” (ISMAIL, 2018, p. 1).

O autor responsável (ISMAIL, 2018) registrou que o total de respondentes à consulta foi de 7.817 Irmãos, correspondendo a 4% do universo de maçons regulares brasileiros, índice percentual considerado inédito e bastante significativo.

O referido levantamento trouxe algumas informações importantes para a reflexão dentro da Ordem maçônica, a saber:

  1. Faixa etária: a maioria dos participantes estava concentrada entre 38 e 64 anos, com pico em 57 anos e uma média geral de 52 anos. Desses, 37% têm mais de 60 anos, considerados idosos pela legislação nacional. Detectou-se também que, em apenas 5 anos (já se passaram dois da data da pesquisa), 51% dessa população será idosa, segundo o mesmo critério;
  2. Iniciação e evasão: levando-se em conta a expectativa de vida no Brasil, conforme o IBGE, e considerando os índices atuais de ingresso e saída da Ordem, a pesquisa apontou que, em um período de 15 anos, a Maçonaria brasileira terá reduzido seu contingente em 1/3;
  3. Tempo de filiação: 72% dos maçons estão há 5 anos ou mais filiados à Ordem, ou seja, 28% estão há menos de 5 anos, sendo que são 6% os que ingressaram há menos de 1 ano.

A pesquisa indicou uma forte tendência de retenção entre os de maior tempo de Maçonaria e, por outro lado, uma deficiência progressiva de renovação dos quadros. Além disso, o levantamento, ao cruzar faixa etária versus tempo de Ordem, verificou que há problemas na seleção e retenção de maçons mais jovens. Assim, abaixo dos 40 anos, “a quantidade de maçons é inversamente proporcional ao tempo de Ordem, enquanto que, a partir dos 50 anos de idade, a quantidade de maçons é proporcional ao tempo de Ordem” (ISMAIL, 2018, p. 6). Além disso, a análise também explicitou que, há mais de 10 anos, a idade média dos ingressantes estava situada entre 40 e 69 anos, sendo que nos últimos 5 anos essa média foi reduzida para a faixa de 30 a 49 anos.

A análise também reforçou a hipótese, apontada anteriormente em outro trabalho do mesmo autor (ISAMIL, 2017), de que há um choque de duas gerações na Maçonaria brasileira, com marco divisor no ano de 1972, aproximadamente. Segundo o referido articulista, a partir da tal data, passou a nascer uma nova geração hoje presente (aproximadamente 35%) e ingressante na Maçonaria, com perfil distinto e incongruente com o perfil predominante e governante na instituição, ou seja, dos maçons nascidos antes de 1972 (ISMAIL, 2018).

O levantamento também contemplou uma questão fechada, para a qual os participantes deveriam apontar três opções sobre o que a Maçonaria deveria fazer e não está fazendo. Em primeiro lugar, com 47% ficou “Melhor seleção de membros”, em segundo, “Educação maçônica de qualidade” com 37% e, por fim, “Preservação dos rituais e segredos” com 33%.

Ao cruzar as respostas com a faixa etária (até 46 anos e mais de 46 anos), observou-se que, entre os mais jovens, há a expectativa de se obter mais benefícios da Maçonaria (incentivo a negócios e auxílio mútuo). Já os mais antigos defenderam a preservação dos rituais e segredos maçônicos e uma melhor seleção de membros para a Ordem. Destaca-se também que esses, os mais antigos, rejeitam o uso de novas tecnologias de comunicação e informação nas oficinas.

Por fim, a pesquisa também buscou respostas para os fatores que mais geram insatisfação na instituição. Os mais destacados, levando em conta todas as faixas etárias, e que alcançaram mais de 40% nas respostas, foram: a) conflitos entre potências; b) brigas por poder; c) “profanos de avental”; e d) os “donos de Loja”. Segundo as considerações dos participantes, esses itens estão associados à má seleção no ingresso e à precária educação maçônica. Entre os mais jovens, os motivos da insatisfação apontados foram: a) desinteresse dos Irmãos; b) brigas por poder; c) os “profanos de avental”; e d) os “donos de Loja”. Já entre os mais velhos, os motivos apontados foram: a) os “profanos de avental”; b) os “donos de Loja”; c) desvalorização de ideias e opiniões; d) reuniões demoradas.

Resumindo, o levantamento concluiu que há duas gerações distintas na Maçonaria brasileira: os mais jovens, cuja faixa etária é de até 46 anos de idade, representando 1/3 do total de maçons brasileiros atuais. Essa geração valoriza o questionamento, são mais críticos, características que parecem não ser bem-vistas pelos mais velhos. Também por terem, em média, um nível de escolaridade mais elevado em relação à geração anterior e o hábito da leitura, a falta de conteúdo nas reuniões também os incomoda (os mais jovens).

Finalizando esse item, há que se destacar que esses conflitos entre gerações sempre estiveram presentes na sociedade de um modo geral e na Maçonaria não poderia ser diferente. Eles devem ser encarados seriamente como problemas, mas com tranquilidade, tendo em vista serem administráveis, ou seja, deve ser dado ao tema a importância devida para que, uma vez bem gerido, possa contribuir, entre outras ações, para mitigar a evasão na Ordem.

4.2 Distopias maçônicas

Em pleno século XXI, o homem ainda está longe de concluir o projeto de construção de uma sociedade justa e fraterna, onde possa viver em igualdade de condições com seus irmãos de travessia. Basta ler ou assistir aos noticiários diários para observar os rumos que a humanidade vem trilhando e os critérios de valor que vêm sendo impressos à sociedade. A fome, a violência urbana, as drogas, a corrida desenfreada por bens materiais, as prisões, os conflitos entre as nações e as guerras evidenciam que a história se repete; mudam apenas os atores e as desculpas, agora mais adequadas aos tempos pós-modernos.

Hoje, tem-se clara a noção de que o homem perdeu a referência sobre o que é humano e o que é sagrado e/ou divino. Seus parceiros de viagem planetária foram transformados em objetos quaisquer, que podem ser colocados em último plano ou descartados. O mundo é agora “construído” apenas com as características que mais agradam ao indivíduo e não ao coletivo. Os males que acometem o homem e que o arruínam são os mesmos desde sempre: a inveja, a cobiça, o poder, a crueldade, a mentira, dentre tantos outros. Mais que lamentável, é preocupante. Não se trata de uma visão pessimista, mas sim de uma constatação, baseada em fatos da realidade cotidiana. Os momentos são de incertezas.

Não é necessário ir muito longe para entender o quanto foi perdido nesse caminhar sem norte. Um olhar ao redor já é suficiente para perceber que o homem, cego pela cobiça e com o ego exacerbado, abandonou os seus em troca de poder, status, dinheiro e outros itens materiais.

Pais e mães, sem qualquer necessidade econômica, ao contrário, delegam para outros a criação dos filhos, terceirizando a formação moral, de valores humanos e de família. O resultado não poderia ser outro. Sem atenção, sem afeto, as crianças e jovens crescem inseguras e, talvez, até mesmo revoltadas. Essas crianças, ressalvadas raras exceções, serão, por certo, adultos com problemas, que não respeitarão regras sociais. Serão adultos que acreditarão que o dinheiro e o “respeito”, ou melhor, o status local conquistado a qualquer custo são os objetivos verdadeiros da vida. Se há dificuldade para administrar lares, mais ainda há para gerir uma comunidade.

A manter essas sendas, ao invés de êxito na busca por uma sociedade utópica, ou seja, um lugar ou estado ideal, de completa felicidade e harmonia entre os indivíduos, a humanidade caminhará para uma sociedade distópica. Esse adjetivo, de acordo com o Dicionário Online de Português (DICIO, 2009), é relativo à distopia, um lugar hipotético onde se vive sob sistemas opressores, autoritários, de privação, perda ou desespero. É sinônimo de antiutopia.

E qual é a razão para esse tema ser aqui destacado? A resposta é simples, mas pressupõe antes algumas perguntas: No contexto apresentado, o que se pode dizer sobre a Ordem maçônica? É a Maçonaria, de fato, a instituição idealizada pelos que nela foram ou são iniciados? Pratica-se entre suas colunas, efetivamente, a tolerância, a liberdade e a fraternidade? Em linhas gerais, pode-se responder afirmativamente às questões formuladas. É fato que a Maçonaria está distante de se caracterizar como uma instituição distópica. No entanto, vale a pena refletir minimamente sobre alguns traços desse adjetivo que permeiam a instituição.

Certos acontecimentos internos à Ordem – sem entrar no mérito deles – podem ser tratados como distópicos. Em algumas oportunidades, tal qual explicitado nos exemplos anteriores, relativos às cisões na Maçonaria brasileira, percebe-se que as razões das cizânias via de regra estão relacionadas a abusos de poder por parte de grupos dirigentes ou disputas por cargos de controle. E a história nos diz isso há muito, quando registra que aqueles que se julgam os donos da verdade e únicos soberanos barbarizam, dizimam e arruínam, apenas para satisfação do próprio ego ou pela ânsia de poder.

A discussão, anteriormente apresentada, relativa à pesquisa realizada em 2018 pela CMI e conduzida por Ismail (2018) atestam essas assertivas. Como observado, o relatório publicado destacou que mais de 40% nas respostas sobre os motivos de insatisfação foram: conflitos entre potências, brigas por poder, “profanos de avental” e os “donos de loja”. De modo que esses significativos dados levantados corroboram essas afirmações assentadas no parágrafo acima.

Dessa forma, também não há como negar que se tem um paradoxo para uma instituição cujo lema maior é a tríade “Liberdade – Igualdade – Fraternidade”. No entanto, a razão também é conhecida, pois a Ordem maçônica é formada por seres humanos, imperfeitos, incompletos, carentes de lapidação. Em que pese a proposta da Maçonaria de desbastar o iniciado, suprimindo ou minimizando suas imperfeições, visando à construção de um homem novo para o engendramento de uma sociedade melhor e mais justa, é sabido que são tolerados na Ordem – pontualmente e sem generalizar – os mesmos vícios, os mesmos objetivos mesquinhos, comportamentos ilegais, imorais, todos os males típicos do mundo profano. Comportamentos dessa natureza, que destroem o homem e este sua história, têm sido eventualmente consentidos, quando deveriam ser exemplarmente rechaçados.

As considerações aqui registradas não são gratuitas e muito menos levianas; a análise tem caráter propositivo, pois considera-se fundamental e saudável refletir internamente sobre os erros e acertos. Em outras palavras, a apreciação é sim uma proposta para reflexão, que deve se incentivada no seio da Ordem, para que então seja possível eliminar defeitos, lapidar ações e procedimentos, corrigindo rumos, de modo a fazer a Maçonaria se colocar novamente, em parceria com outros atores sociais, na vanguarda do projeto maior de edificação de uma sociedade mais humana e de harmonia. O maçom, assim, será um agente de transformação social.

5 A Maçonaria aprendendo com a pandemia

5.1 A pandemia do Covid 19

 Neste ano de 2020, o planeta como um todo foi surpreendido por uma doença infecciosa que deixou atônitos todos os seus habitantes, de norte a sul e de leste a oeste. Covid-19 é a denominação para essa doença causada pelo novo coronavírus, identificado pela primeira vez em dezembro de 2019, em Wuhan, na China. Está sendo considerada como uma das maiores crises da história recente da humanidade, comparável a da gripe espanhola de 1918.

Os números apontam para milhares de vítimas. Para se ter uma ideia da gravidade da doença, até a data de 05 de novembro do presente ano, foram confirmados no mundo 47.930.397 casos de Covid-19 e 1.221.781 mortes (OPAS, 2020). No caso particular do Brasil, em 08 de novembro de 2020, o número de infectados atingiu a cifra de 5.660.555 pessoas, sendo que os óbitos decorrentes da doença atingiram a marca de 162.374 casos (G1, 2020).

A epidemia decorrente do Covid-19 chegou, se instalou e provocou mudanças profundas na economia, na educação, na saúde, nos costumes, nos comportamentos, nas relações sociais, etc. Não há o que não foi afetado pela crise. Observou-se quase um colapso nos sistemas de saúde, um contingente de desempregados, economia em recessão, indústria e comércio paralisados total ou parcialmente, crianças e jovens afastados das escolas, aumento do trabalho remoto, entre outros acontecimentos relacionados à doença.

Ao que parece, a pandemia está remodelando a forma como as pessoas se relacionam com o mundo, com os outros e com elas próprias. Como medida preventiva, a saída encontrada para controlar a disseminação da doença foi a adoção do isolamento social, uso obrigatório de máscaras faciais, higienização das mãos etc. Espera-se uma vacina contra a doença, no entanto, mesmo com a chegada dela, não se sabe se haverá uma volta à normalidade anterior ou se haverá uma nova normalidade.

5.2 A Maçonaria durante a quarentena

 Devido à pandemia os negócios, aulas, compras, encontros familiares, impossibilitados de ocorrerem presencialmente, passaram a acontecer via Internet. E com a Maçonaria não foi diferente: as Lojas se viram, de início, obrigadas a suspenderem suas sessões periódicas. Sem encontros, sem apertos de mãos, sem abraços, sem ritualística, sem copos d´água, os maçons se sentiram quase órfãos. Assim, parte das Lojas passou a realizar encontros informais ou reuniões administrativas, embora com baixa participação. Mais tarde, os encontros passaram a privilegiar apresentações de trabalhos e, posteriormente, até sessões virtuais foram permitidas, sob certas regras.

 No novo cenário, as diferenças entre as gerações afloraram. De início, os Irmãos pertencentes à geração que não tem tanta familiaridade com a informática ficaram de lado, impossibilitados de conectaram-se com os demais. Mas a necessidade forçou o aprendizado. Assim, observou-se que parte deles se viu obrigada a ambientar-se com as tecnologias próprias dos tempos atuais. E os encontros virtuais também possibilitaram outros ganhos: propiciaram encontros de Lojas de locais distantes, coisa simples que não fazia parte das práticas anteriores.

No período, algumas preocupações foram explicitadas: quando poderemos voltar às Sessões presenciais? Haverá perda de alguns Irmão do quadro, decorrente desse afastamento? Manteremos algumas práticas desse período?

6 Novos tempos: as utopias e o repensar o futuro da Ordem

6.1 As utopias que têm que estar no horizonte da Arte Real

A Maçonaria tem em sua doutrina a perspectiva de manter os irmãos unidos, de modo que a entidade seja um só corpo, uma só alma, voltada para seu eterno trabalho, qual seja, a obtenção do bem-estar da humanidade. Corrupção, tirania, intolerância, preconceito e ignorância estão presentes no mundo, estão no lado fraco da natureza humana, influenciando o ser humano para a prática de injustiças e discriminações. No mundo contemporâneo, a Ordem maçônica não é refratária a isso, pois tais mazelas atingem a todas as instituições, mesmo aquelas que têm nobres paradigmas.

No contexto dessa sociedade imperfeita, a utopia maçônica não pode ser o que está no âmbito do irrealizável ou que tende a não acontecer, uma quimera, um sonho ou fantasia. Refere-se sim à construção de uma situação ideal, em que tudo é perfeito e harmônico. Refere-se a um tipo de sociedade com uma situação econômica e social ideal. Esse mundo ideal que a utopia desvela está fortemente relacionado com a história do homem, história essa que flui sob os auspícios de crises, o mal tendendo a prevalecer sobre o bem, a injustiça sobre a justiça, o falso sobre o verdadeiro, o ódio sobre o amor. A utopia maçônica é a perspectiva contrária, é a antítese disso nesse mundo dialético. A utopia está em perfeita sintonia com o ideal maçônico de edificação do homo maçonicus, o ser do futuro, a base para a constituição de uma sociedade mais justa e perfeita. Ela contempla a busca pela felicidade da humanidade.

Essa não é uma tarefa simples, ao contrário, é repleta de dificuldades. Nesse sentido, Seragioli (2019, p. 99) assinala que:

A construção do templo espiritual sempre foi e será o maior obstáculo que se apresenta para o ser humano. Templos materiais, por mais suntuosos que sejam, podem ser destruídos por qualquer abalo natural. |o Templo espiritual, no entanto, construído com tesouros inestimáveis, será para sempre inquebrantável e permanente. E é esse templo que somos incitados a buscar – a espiritualidade […]

Assim, entende-se que é mister destacar permanentemente os paradigmas da instituição maçônica, pois neles estão presentes as utopias que devem servir de norte e, portanto, precisam estar nítidos no horizonte da Ordem. Esses padrões superiores possibilitam que o caminhar de seus membros se dê por sendas relevantes, de forma segura, e que as mesmas não sejam abandonadas por trilhas outras que desviam o maçom do propósito maior da entidade.

Nesse contexto, é merecedor de registro o apontando por Tomimatsu (2015, p. 49), que destaca o seguinte:

… como Maçom temos que realizar o bem social individualmente dentro de nossa comunidade, através de ideias, atos e princípios. Isso fará com que a Loja a qual pertencemos posa ser respeitada como esteio de massa crítica dentro da sociedade em que vivemos. E, assim acontecendo, a Maçonaria seria vista como reduto de pessoas pensantes, formadores de opinião e com atitudes renovadoras.

Esses são os desafios colocados na pauta da entidade. As novas gerações, que exigem inclusões tecnológicas, de gêneros, entre tantas outras, deve se harmonizar com as gerações tradicionalistas, que preservam o conservadorismo como título de segurança para os costumes. Nem um, nem o outro são detentores da certeza e a riqueza do trabalho maçônico está em buscar projetos para perpetuar os princípios filosóficos de fraternidade que precisam se manter infinitamente.

6.2 Refletindo sobre a Maçonaria do futuro

Em tempos atuais, uma das características da sociedade é a rapidez. Num piscar de olhos, grandes transformações tecnológicas, econômicas e sociais. Os costumes mudam e as “novas” tecnologias tornam-se obsoletas. Dessa forma, a dinâmica da nova era exige permanente atenção. E esses novos tempos também clamam para que a Maçonaria se aperfeiçoe. E essa afirmação não tem o sentido de que a Ordem deva abandonar sua essência, sua filosofia, para acompanhar o ritmo alucinante das mudanças sociais. A assertiva é sim um chamamento para a necessidade de adaptação às novas realidades do mundo contemporâneo.

Hoje, a rapidez de acesso à informação e o volume em que ela é apresentada é a marca principal do século XXI. No entanto, o tema merece cuidado, pois o volume das informações geradas cotidianamente não permite ao leitor registrá-las em sua memória, tampouco refletir sobre tudo que lhe está disponível. Não obstante essas armadilhas dos tempos modernos, é mister que a Ordem se adapte aos novos tempos, tanto no que diz respeito às rotinas de trabalho nas oficinas, como também na desburocratização de procedimentos internos às Obediências.

Ajustar e harmonizar os trabalhos e métodos dos mais jovens com os dos mais idosos também se faz necessário. Sabedoria, capacidade individual, experiência dos mais velhos e arrojo dos mais jovens podem ser harmonizados, possibilitando uma rica troca de experiências, de modo que ambos aprendam e contribuam para uma entidade mais sólida.

Também há que se superar algumas distopias presentes na Ordem: evitar centralizações, desmandos, formação de grupos “proprietários” etc. E isso pode ser facilmente realizado com ensinamentos simples que têm sido esquecidos. Nesse aspecto, Ritto (2020, p. 20) destaca o que denomina de Loja 4.0:

[…] o centro da convivência está baseado nos próprios irmãos, indistintamente de graus ou título, e a Administração e os Mestre Instalados adotam uma postura de orientadores, guias, mentores, aqueles que irão orientar os caminhos quando alguns problemas surgirem, mais ainda com um postura em que todos conseguem cocriar, propor o próprio caminho.

Ainda há outros desafios para a adaptação à nova realidade. As sessões precisam ter um caráter distinto do atual, sendo mais dinâmicas, de modo que os verdadeiros ensinamentos presentes nos Rituais não passem despercebidos pelo caráter de rotineiro dos trabalhos em loja.

Também é imperioso que o tempo de estudos seja melhor estruturado e coordenado. Há que se ter maior profundidade nas peças apresentadas em Loja. Os momentos reservados para o tema precisam ser ampliados e os trabalhos, maior qualidade. O estudo aprofundado atrai, ensina, complementa e desafia, de modo que estimula os Irmãos ao comparecimento e ao aprendizado. Somente estudando, refletindo, dialogando é que o homem incorpora conhecimentos, mergulhando em si mesmo para questionar suas crenças e suas práticas, lapidando suas imperfeições. Dessa forma, coloca-se em prática o que proclama um dos postulados universais da instituição, registrado no Ritual de Aprendiz (2019, p. 9)

Pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever, da prática desinteressada da benevolência e da investigação constante da verdade.

O ingresso de novos membros, visando ao fortalecimento da Ordem e a sucessão dos que migram para o Oriente Eterno também precisa ser aperfeiçoado. O processo de seleção de membros constitui um dos maiores desafios para a Maçonaria. A busca por quantidade tem que ser substituída pelo garimpo por qualidade. É desafiador localizar homens que reúnem os predicados necessários para o ingresso na Ordem em meio a uma sociedade tão deturpada de valores e de formação individual tão rasa.

7 Conclusões

A Maçonaria brasileira tem um currículo invejável. Nele estão os registros de uma história respeitável e singular. Em sua brilhante trajetória, seus quadros abrigaram ilustres personalidades do cenário político nacional. Sintonizada às Irmandades de outros países, ela foi protagonista em importantes eventos históricos da nação brasileira. Assim, há motivos de sobra para que os Irmãos possam se vangloriar sobre os feitos da instituição e sobre suas conquistas ao longo dos séculos de existência. Não obstante suas glórias, isso apenas não basta. Hoje, como as congêneres de outras nações, a Ordem maçônica brasileira passa por um período distinto: de protagonista passou à condição de ator coadjuvante no cenário do Brasil do século XXI. Quando lembrada pela mídia, seus feitos se resumem à Independência, Abolição da Escravatura e Proclamação da República.

A sociedade vem mudando muito rapidamente e com velocidade antes inimaginável. Os tempos agora são outros, exigem análises e reflexões permanentemente, para que não se perca o bonde da história. São tempos de busca e de reinvenção. E também os são para a Maçonaria. Para que a Arte Real reencontre seu caminho, aquele trilhado nos seus tempos de glória, há necessidade de uma reflexão orgânica, interna, que possibilite a compreensão dos novos cenários, dos ambientes interno e externo, de suas forças e fraquezas, das ameaças e oportunidades que se lhe apresentam.

Primeiramente, há que se aperfeiçoar a admissão de novos Irmãos, ou seja, as escolhas têm que ser mais seletivas, no sentido de serem iniciados na Ordem somente homens de conduta impoluta, de respeito em seus grupos sociais e que estejam dispostos, efetivamente, a se dedicarem à Maçonaria, contribuindo assim para realização do projeto maior da entidade: o aperfeiçoamento de bons homens, para que esses então trabalhem para a edificação de uma sociedade melhor e mais justa.

Questões internas precisam ser revistas: melhoria dos momentos de aprendizagem, criação de um ambiente efetivamente fraternal e democrático. Superação de pequenas divergências e questões internas que podem ser facilmente equacionadas se alicerçadas na compreensão do conceito de Irmandade.

As divergências e disputas entre Obediências precisam ser rapidamente superadas. A Maçonaria tem que ser una no cenário nacional, respeitadas as particularidades de cada Obediência. Só assim a Arte Real brasileira poderá contribuir para a construção de uma Ordem universal. E quando isso tornar-se realidade, os maçons unidos, de forma fraternal, poderão fazer a diferença nesse trabalho de arquitetar uma sociedade de harmonia. O isolamento de 2020 nos forçou à reflexão e nos presenteou com situações inusitadas e jamais imaginadas. Ele nos mostrou que a Maçonaria tem que modernizar suas dinâmicas, incorporando as práticas dos tempos atuais, que, cada vez mais, estarão presentes no cotidiano das oficinas, tendo em vista as mudanças que as novas tecnologias têm provocado. Modernizar-se sim, porém sem deixar de lado, em segundo plano, a essência de sua filosofia e seus ensinamentos.

Que venham os novos tempos da Ordem maçônica, que ela se redescubra, se reinvente, que encontre as largas avenidas por onde trilhou em tempos passados, que volte a ocupar um lugar no pódio, exercendo assim – junto com outros atores sociais – o papel a ela reservado no curso da história. Que sua luz rebrilhe e possa iluminar todas as nações do mundo. Que seu paradigma maior – Liberdade, Igualdade e Fraternidade – se faça efetivamente presente. Como na mitologia grega, que não tenha receio de abrir a caixa de Pandora, pois nela, com certeza, estará a Esperança.

Huzzé! Huzzé! Huzzé!

Referências

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[1] A\R\L\S\ Cedros do Líbano II n.º 2277 – GOB-SP – Valinhos/SP.

[2] A\R\L\S\ de Estudos Sem Fronteiras n.º 7025 – GOSP – Indaiatuba/SP.

[3] A\R\L\S\ Liberdade, Igualdade e Fraternidade n.º 477 – GLESP – Indaiatuba/SP.

[4] atualmente adormecido.

Um comentário em “Reflexões sobre a Maçonaria do Século XXI: distopias e utopias

  1. É uma peça para estudo à qual, infelizmente, poucos terão acesso e muitos dos que terão não o lerão, uns pela falta do hábito à leitura, outros por aversão à cultura. Concordo que precisamos melhorar as indicações, mas como fazer isso sem melhorarmos os Irmãos que já compõe os quadros das Lojas? Talvez a longo prazo com apresentações de trabalhos em Loja com o tema “O que é maçonaria? ”, iniciasse esta transformação interna, essencial à formação de agentes de transformação para uma sociedade melhor.

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