Tradução J. Filardo

Por: Pierre-Yves Beaurepaire **

Baile Maçônico em Perpignan – 1851

Graças à exploração de ego-documentos e ao abandono da tese da loja maçônica como laboratório de sociabilidade democrática e como matriz do espaço público, defendida por Ran Halevi, a pesquisa atual destaca a existência do que chamo “Maçonaria de Sociedade”, por referência ao significado do modelo aristocrático, à participação assumida e reivindicada na oferta de entretenimento social, à animação pelos irmãos e irmãs de um teatro de sociedade, a uma sociabilidade maçónica pontuada pelos seus bailes, pelos seus concertos amadores, pelos seus concursos literários, mas também pelas suas cerimónias de recepção cuja cenografia condiciona o sucesso e a transmissão da essência da categoria.

A aristocracia que anima esta Maçonaria de sociedade e de cena social manteve a direção da ordem maçônica na França desde a fundação do Grande Oriente (os Duques de Montmorency, Luxemburgo e Orléans) e mais amplamente na Alemanha com o Schloßlogen e o Hoflogen, na área do Báltico ou na Rússia onde florescia uma maçonaria real. Significativamente, as críticas às lojas que “em vez de lidar com as obras da Arte Real, mantêm lojas femininas, dão bailes e apresentam comédias em suas lojas” emanam de oficinas socialmente desqualificadas e excluídas do teatro mundano. Não se deve, entretanto, desqualificar como Maçonaria de adoção como maçonaria de opereta ou “ninharia”, “oportunidade de cortejar o sexo frágil”, para citar o Barão Théodore-Henry de Tschoudy, detrator da Maçonaria Feminina, uma prática sociável legítima.

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