Bibliotecário
Os estudantes de Maçonaria têm à sua disposição um excelente material sobre um aspecto absolutamente importante e que é negligenciado na rotina dos estudos em loja. E esse aspecto é o componente judaico incorporado à Maçonaria em suas origens especulativas.
Nos últimos anos, estudiosos fora da Maçonaria e, portanto, isentos de qualquer viés que pudesse influencia-los desvendaram aspectos da filosofia e da práxis maçônica que não apareciam nas versões “oficiais” e nos livros publicados por autores maçônicos.
O Trabalho do Irmão Gonçalves parece bastante completo, mas peca no aspecto histórico, quando diz:
“Quando a Maçonaria se torna especulativa com a federalização de quatro lojas londrinas na Grande de Loja de Londres e Westminster a abertura da Maçonaria à gentry e aristocracias inglesa torna-se uma realidade [14]. Aliás os membros dessas quatro lojas têm o cuidado de escolher um nobre, Thomas Sayer, como seu primeiro Grão-Mestre, a que lhe sucedeu Samuel Payne e John Theophilus Desaguliers, cientista, clérigo, engenheiro, filósofo… “
Essa é a história escrita pelos vitoriosos e a versão “oficial” que interessa e que é divulgada pela Grande Loja da Inglaterra.
Contrariamente às alegações fantasiosas da GLUI, a Maçonaria já nasceu especulativa no século XVII, na Escócia, aproveitando-se da estrutura e costumes dos maçons operativos, para organizar ou criar uma materialização da Ordem Rosacruz, mesclada com elementos de Alquimia, Cabala e Hermeticismo, já sob a égide do Rei James Stuart VI da Escócia que mais tarde seria James I da Inglaterra.
O que os ingleses criaram foi a figura da Grande Loja, então inexistente, mas motivados por intenções bem menos nobres. O que eles pretenderam foi assumir o controle da Maçonaria Especulativa e das lojas de origem e inspiração escocesa que emprestavam seu apoio à causa do restabelecimento da dinastia Stuart, que fora usurpada por ocasião da Revolução Gloriosa.
Reprimiram, perseguiram e fecharam as lojas “jacobitas”; impuseram regras para a formação de novas lojas que alienavam católicos e buscaram impedir que escoceses ingressassem na nova maçonaria “chapa branca” que apoiava a dinastia usurpadora Hanoveriana.
A grande “contribuição” dos ingleses, portanto, foi a divisão, o cisma, o preconceito que assola a Maçonaria desde então, principalmente com a introdução do conceito do “reconhecimento”.
O Irmão Gonçalves também comente uma injustiça ao dizer:
“Se a federalização das lojas dispersas foi determinante para a criação da Grande Loja de Londres a partir de três lojas existentes em Londres cedo se tornou necessário compilar e sistematizar os rituais manuscritos que eram usados sem grande rigor pelas lojas. James Anderson é encarregue dessa tarefa com o alto patrocínio do Duque de Montagu, grão-mestre ao tempo e de Desaguliers, o seu adjunto.”
Desaguliers era membro da Royal Society e foi o arquiteto da nova instituição, foi ele quem sistematizou os graus, escreveu os rituais e o regulamento. Nunca foi o “adjunto” de James Anderson!
Anderson era um simples pastor presbiteriano falido ao perder tudo na bolsa de valores e que foi encarregado por Desaguliers de compilar a história (incluindo algumas besteiras) usada como preâmbulo das Constituições de 1723.
No mais, a primeira parte do trabalho é bastante densa e erudita e pode ser lida na íntegra em:
A CABALA E A MAÇONARIA: RECONHECIMENTO DE UMA ANCESTRALIDADE JUDAICA (I)
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