José Filardo, Mestre Maçom.
No ambiente das lojas existe muita cobrança, principalmente por parte dos maçons mais jovens que ingressam agora na Maçonaria, no sentido de que “a Maçonaria precisa ser mais atuante e agir para alterar o estado de coisas calamitoso da sociedade”. A falta de resposta, tanto conceitual quanto prática tem levado um contingente grande de neófitos a abandonar a Ordem diante de sua inação.
A resposta padrão é que a Maçonaria nada faz, quem faz são os maçons. Naturalmente essa resposta é muitas vezes utilizadas como muleta por maçons que não estão dispostos a arregaçar as mangas e realizar alguma coisa além de ler ritual e comer pizza depois da sessão. Mas, ela é verdadeira na medida em que a instituição congrega um universo multifacetado de homens das mais diversas posições políticas, sociais e econômicas.
Assim, sob pena de se fracionar ou criar rupturas fratricidas, a Maçonaria enquanto instituição deve se abster de interferir no curso dos acontecimentos.
O que ela faz é criar condições para que seus membros possam discutir aspectos da sociedade, atingir consensos e valendo-se do amplo “networking” que a Ordem oferece, reunir recursos para, então, atuar em seu meio e modificar coisas, sempre de acordo com os princípios que norteiam a instituição a que pertencem.
A Maçonaria, por sua vez, ajusta-se ao ambiente político e social do país onde está organizada. Dessa forma, temos a Maçonaria Britânica que está a serviço do Establishment, na forma de um braço do poder monárquico. A Maçonaria Francesa arvorou-se em defensora da República secular e visa proteger a França de interferências que possam deturpar os valores republicanos. No Brasil, infelizmente, ela se perdeu em lutas intestinas e cismas que a fracionaram e que a paralisam irremediavelmente. E nesse vácuo ideológico medram comportamentos e atitudes extremamente lesivos à imagem da Ordem, cerrando fileiras com ideologias espúrias, reacionárias, retrógradas e antipatrióticas. Uma instituição que criou a República e que sempre louva a Justiça e a Democracia, colocou-se como força apoiadora de um golpe de estado que derrubou um governo democraticamente eleito e emprestou seu apoio a um judiciário golpista que cometeu injustiças no atacado e no varejo.
Além do mais, a falta de comando unificado e de conteúdo ideológico conduz seus membros a comportamentos entrópicos, voltados unicamente para a vida em loja, para o exercício do ritual como um fim e não como meio de praticar algo mais importante, qual moldar o mundo à sua imagem e semelhança.
Isso posto, os maçons que ainda não se esclerosaram, que ainda não foram acometidos da paralisia que invadiu a Maçonaria querem ver alguma ação. Querem grãos-mestres proativos, executivos, que não fiquem apenas recebendo comendas, medalhas e homenagens, mas que realmente inspirem o “povo maçônico” a arregaçar as mandas e partir para o trabalho.
E como podem os maçons atuar na sociedade?
Tudo depende do poder temporal de que cada um dispõe, de sua posição no arcabouço da sociedade e de sua disposição e desprendimento. Mas, por menos poder e posição que cada um tem, a união faz a força.
Cada maçom tem o dever de assumir uma posição de liderança em sua comunidade. Ponto final.
Não há “veja bem…”, ou qualquer raciocínio que afaste esse imperativo categórico. Em sua igreja (se for religioso), sua APM, em seu sindicado, em seu clube, em seu condomínio, seu partido político, em sua cidade, estado e país.
Nas cidades maiores, onde existem bairros, um canal efetivo são as “Sociedades Amigos de Bairro”, onde se pode realizar um trabalho eficiente de encaminhamento de problemas às autoridades encarregadas de resolvê-los.
Segurança é o item mais importante em todas as comunidades. O maçom precisa participar dos organismos de interface com as autoridades de segurança pública, como os Consegs, por exemplo.
Também no quesito segurança, começa a se popularizar uma ferramenta muito interessante que é alavancada por ferramentas de redes sociais como WhatsApp, Skype e outras: os programas Vizinho Solidário, onde são criados grupos interligados que se comunicam em situações de emergência ou preventivamente para afastar perigos localizados.
Não é fácil, é verdade. Eu mesmo venho tentando alavancar um esquema desse tipo em nosso bairro e esbarramos com a atitude típica do paulistano: arredio, misógino, avesso ao contato humano. Tentamos organizar a ASSOVIO- ASSOCIAÇÃO DE VIZINHOS ORGANIZADOS (o projeto pode ser visto em http://www.assovio.wordpress.com ) cujo projeto está patinando por falta de apoio.
Mas, voltaremos a insistir em sua implementação, agora que surgiu apoio em forma de uma empresa de eventos, a quem interessa ter um parceiro no bairro. Estamos muito otimistas.
Sonhar não custa nada, e podemos sonhar que um dia os maçons comandarão centenas de ASSOVIOS no território nacional, realizando uma parte daquilo que se espera da Maçonaria.
É fundamental que neste momento cada um assuma papel proativo
na condição de cidadão brasileiro.
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Amados IIr.’.
Vcs discutem esse tema em lj .’.?
Por que o tema “momento politico” não faz parte das nossas sessões, independente ao matiz politico de cada obreiro?
Por que encontramos dificuldades em trazer novos obreiros?
Por que é uma dificuldade ainda maior em suas permanências?
Os neófitos se afastam pois não encontram, na Ordem, fatos das suas realidades atual. Se queiramos, de fato, contribuir para o desenvolvimento e melhoria da sociedade temos que discuti-la, em seus erros e acertos. Ficarmos batendo malhete, lendo instruções, atas, boletins e/ou comentando feitos ou realizações do nosso passado não contribuirão para o desenvolvimento social. Quais as páginas que atualmente estamos escrevendo?
O filosofo grego Aristóteles já dizia “O homem é um animal politico”.
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Brother Zacarias,
Só posso dizer que na Loja Fernando Pessoa, 4001 do GOSP/GOB esse tipo de reflexão é moeda corrente. Discussões como essa ocorrem em loja e através das redes sociais entre seus membros.
É preciso não esquecer que a Maçonaria é um braço do Establishment que busca controlar socialmente a sociedade em conjunto com as igrejas.
As mulheres e crianças são controladas pelo confessionário e os pastores; os homens que fogem da Igreja são controlados pela Maçonaria.
E la nave vá…
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Saudações Zehfilardo Said, ‘ , parabéns pelo conjunto de temas colocado em seu comentário,só não vê quem realmente não esta nem aí para o que esta acontecendo à sua volta.Parece que houve muitas divergências na construção da Republica no brasil,e mesmo na divergência aconteceu,a Maçonaria também contribuiu para libertação da escravidão no Brasil, mas se fizermos um profunda analise vamos chegar a conclusão que ambas não foram plenamente consolidadas.
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Fico preocupado quando ouço ou leio maçons falando ou escrevendo, que a retirada do poder dessa quadrilha é golpe, então os maçons apoiar criminosos, entre eles está presidente, que como seu criador, não sabe de nada.
Quanto ao tema, concordo plenamente com o que foi dito.
Abraços.
J. Arnaldo .
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Brother Arnaldo,
Preocupa-me que um maçom de quem se espera uma visão crítica aguçada atribua somente aos governantes atuais um apoio ao crime, enquanto criador. Enquanto brasileiros, sabemos que a corrupção é endêmica e permanente desde a tomada de posse do território em 1500.
Preocupa-me também que não perceba que a corrupção somente seja encontrada em um partido. Toda a efervescência do combate à corrupção cessou abruptamente com a votação histérica da autorização da câmara, como se a corrupção tivesse desaparecido da face da terra.
A evidência de golpe é acachapante e a maçonaria e os maçons responderam aos estímulos da globo et caterva com a mesma histeria cega que o restante da população.
E um juiz fanático, que age ilegalmente, vez que deveria se declarar suspeito, já que sua esposa é advogada de um dos réus, e ignora evidências de corrupção em outros partidos destrói a economia do país e cria condições para a entrega do patrimonio nacional ao capital estrangeiro.
Isso me preocupa.
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“Uma instituição que criou a República e que sempre louva a Justiça e a Democracia, colocou-se como força apoiadora de um golpe de estado que derrubou um governo democraticamente eleito e emprestou seu apoio a um judiciário golpista que cometeu injustiças no atacado e no varejo.”
Colei acima um pequeno trecho do texto assinado pelo Irmão José Filardo, para melhor explicitar minha discordância em relação as afirmações ali contidas. A Maçonaria foi uma força considerável a apoiar a contrarrevolução de 1964, que depôs o despreparado, para dizer o mínimo, presidente João Goulart, justamente por louvar a Justiça e a Democracia e impedir que no Brasil se instalasse um regime comunista.
O comunismo onde se instalou, a custa de muito sangue, só trouxe atraso, dor, sofrimento, miséria e morte. Os comunistas são responsáveis por mais de cem milhões de assassinatos durante a revolução russa, a revolução cultural chinesa e o regime sanguinário cubado e é óbvio que a Maçonaria só poderia mesmo é apoiar uma ação de nossas Forças Armadas para nos livrar de um banho de sangue e de nos tornarmos uma imensa Cuba.
A revolução comunista estava em curso, apoiada por João Goulart e pelo seu cunhado, o pernicioso Leonel Brisola. Havia financiamento vindo da União Soviética e campos de treinamento de guerrilheiros já estavam em funcionamento no Brasil com o apoio do regime Cubano. A subversão da ordem, a quebra da disciplina nas Forças Armadas, incentivada por João Goulart criavam a condição de um golpe socialista e o nosso país se tornaria mais um satélite da URSS.
Se hoje temos democracia e instituições democráticas em pleno funcionamento, isso se deve a ação de corajosos militares que impediram a ação dos comunistas e lutaram uma guerra suja para conter a ação de terroristas. Eles, nossos militares, são nossos verdadeiros heróis !
No que concerne a afirmação de que nosso Judiciário é golpista e comete injustiças no atacada e varejo é algo muito pesado para se impingir a um dos poderes da República. Qual o golpe que cometeram ? Quais são essas injustiças que incessantemente são cometidas ?
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Prezado Ir.’. Filardo, aprecio e tento ler todos seus comentários e artigos concordando com alguns e discordando de outros, sempre buscando (ainda como aprendiz) entender seu ponto de vista em assuntos que distoamos. Neste seu posicionamento, encontrei algo que venho realmente buscando, isto é, como nossa Ordem que brada o Justo e Perfeito aos quatro cantos (da Loja) pode contribuir para um país melhor independente da escolha partidária. E é nesse aspecto que discordo sobre o termo golpista…aliás realmente acredito que inclusive a falta de competência é motivo suficiente para substituir quem quer que seja desde que comprovadamente não tenha atingido os resultados esperados…aqui somente meu ponto de vista..Receba meu T.’.F.’.A.’.
A.’.M.’. M. Varricchio
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Compartilharei, obviamente removendo a parte do golpe….
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A maçonaria que contribuiu para fazer do brasil uma republica, pode ter se perdido no tempo,não a instituição em si, mas, afiliados, divergentes, pessimistas, sem visão futura,acomodados no tempo, não se pensou,em convergência para consolidar uma republica politicamente viável a todos,fortalecer a Nação,solidificar nossa soberania etc. Aconteceu tudo ao contrario, olha o Brasil hoje, beirando um caus completo.
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José Filardo boa tarde, devo ser uma pessoa desatenta, porque não enxerguei nenhum golpe, na medida em que o processo não terminou e ao comando do país foi alçado o vice, eleito juntamente com a Presidente.
Não vou travar com você discussões ideológicas, visto que distamos bastante um do outro e isto é saudável, pois esta é a verdadeira democracia, mas vejo que nosso sistema político está ultrapassado e democraticamente, a Maçonaria deve se posicionar.
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Brother José Carlos,
O processo ainda não terminou, o comando do país foi entregue ao vice que está agindo como se já fosse o presidente efetivo, já que conhece os resultado da votação no senado.
Espanta=me que um processo de golpe de estado tão transparente lhe fuja à percepção.
A efervescência do comando da Globo e o entusiasmo do inquisidor não deveriam arrefecer com a votação da autorização para o processo da Presidente. A prova é que o governo que assumiu é composto de corruptos notórios e nem por isso a Globo está pedindo suas cabeças.
Independente de posições ideológicas.
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Sou um liberal meu Irmão, respeito sua posição à esquerda, peço-lhe que somente não radicalize, quero para todos um Estado mínimo, que ele se atenha no máximo à Segurança, a Saúde, a Educação e a Infraestrutura.
Parece utópico, mas não é, e Singapura está aí como exemplo.
Os EUA, a Globo e agora até o Moro, são apontados como mentores ou no mínimo ferramentas do “GOLPE”, não vejo assim.
Os E.U.A., apesar de um tanto imperialista na postura, só pretendeu até aqui, impedir que países a deriva e incautos, como o nosso, caíssem nas mãos da esquerda.
A Globo, como qualquer empresa privada, faz o jogo do poder, confesso que assisto muito pouco televisão e o que vejo, pelo menos no Jornal da Globo e por jornalistas como Willian Waack, que não passa vaselina em ninguém, não merece esta tarja.
E o Moro, Ah! o Moro, agora segundo Marilena Chaui, treinado nos EUA, pelo FBI, para entregar o pré-sal. Faça-me o favor.
Bolivarianismo, Foro de São Paulo, Ditadura do proletariado…isto pode?
Falam dos Militares, mas o que eles fizeram, cometeram excessos e não foi excesso o que os terroristas, na época, fizeram, matando inocentes e até companheiros que se insurgiram contra o movimento. A história, meu Irmão, no futuro, condenará todos que se insurgiram contra o Estado Islâmico, mas você vive este momento. Acha que é certo o que fazem?
Concordo com você em uma coisa só, que temos políticos corruptos, muitos e em todos os partidos, mas para alguém que defende a democracia, a republica, você aponta o seu dedo para a direita, sem querer tocar na ferida da esquerda, isto é posicionar-se, ademais todos foram eleitos pelo voto direto, portanto a teoria do “GOLPE” esvazia-se aí.
Somos cidadãos e Maçons livres e eu particularmente adoro a liberdade.
Forte e Fraterno Abraço
José Carlos
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Brother José Carlos,
Vez por outra aparece por aqui um maçom como você, com quem parece ser possível discutir racionalmente. Mas, mesmo assim, eu continuo com a impressão de que somos velhos dinossauros apegados a dicotomias ideológicas que não têm mais lugar no mundo de hoje.
Com a entrada do milênio, uma coisa que já era importante – a geopolítica – tornou-se ainda mais crucial quando combinada com a emergência das megacorporações, os verdadeiros players do jogo político e econômico mundial.
O Século XXI testemunhou a revogação da lei da oferta e procura e inaugurou a era do dividendo e do bônus. E para obter esse resultado as megacorporações tentam por todas as formas enfraquecer os estados nacionais e seus governos.
Valem-se da ideologia neo-liberal que venderam à classe média como uma panaceia, mas que serve mesmo é aos interesses dos acionistas.
Países protegendo seus recursos naturais, tentando proteger a parcela mais indefesa de sua população, tentando ocupar um lugar na constelação política e econômica mundial são entraves à consecução de seu objetivo: a BOTTOM LINE.
Países que abrem as pernas totalmente, como Singapura, conseguem um sucesso relativo. Já aqueles que resistem, são estuprados vergonhosamente, com a conivência de parcelas nacionais que se alimentam dos restos e vivem em simbiose com esses piratas.
Essa é a maldição da classe média a que pertencemos. Não somos donos de meios de produção, mas não queremos nos tornar bucha de canhão ou mão de obra barata. E morremos de medo de ter que morar no carro, como muitos americanos foram obrigados a fazer na crise de 2008.
Os novos senhores, as megacorporações, perderam completamente as estribeiras. Nem mesmo o criminoso país do norte – os Coitados Unidos escapa. As corporações mudam suas sedes para paraísos fiscais fugindo da tributação.
E depois de desorganizar o Oriente Medio, destruir a Venezuela, destruir o Brasil – insolente que decidiu se organizar em um bloco econômico, criar um banco que desafia o FMI – agora, decidiram destruir a União Europeia que lhes impede de deitar e rolar e encher ainda mais as suas burras abarrotadas de dinheiro sujo.
Depois desse introito, passemos ao nosso caso particular dessa grande fazenda chamada Brazil.
Cabe aqui um parêntese. Apesar de todo mundo pensar que sou petista, eu jamais me filiei. Durante anos fui membro do PSDB e depois derivei para a esquerda, visto que o PSDB foi se transformando em um aleijão de suas propostas. Mas, se fosse petista, estaria ainda mais revoltado, porque o PT traiu seu programa e cedeu aos interesses financeiros e realizou governos à sombra e sob a tutela da Febraban.
“Nunca antes nesse país”…
Os bancos ganharam tanto dinheiro…
Os rendeiros ganharam tanto dinheiro…
E houve tanto dinheiro para políticos de todos os partidos desviar e se locupletar.
Mas ninguém pergunta, por exemplo, como o FHC pode comprar um andar inteiro no centro de São Paulo para a fundação, e gastar outro tanto na reforma. Mesmo com suas várias aposentadorias, é um escândalo que foi colocado debaixo de uma pedra.
*
* *
Eu separo países onde existe uma preocupação com a preservação do Estado – para mim ele é a única proteção que os pobres têm – do Patrimônio Publico que é a garantia do futuro de novas gerações, países que investem em Educação e que amparam as classes menos favorecidas.
E o PT atende, mal e mal, essas condições.
Hoje temos dezenas de escolas superiores federais que só não são melhores porque faltam professores em nossa desfalcada Academia. E no governo do PSDB nenhuma escola superior foi criada. Pelo contrário, o governo do Estado de São Paulo está tentando acabar com a USP e está deixando as escolas estaduais sem manutenção, para que sejam substituídas por administrações particulares que também somente visam a BOTTOM LINE.
Tentaram defender o Pré-sal, um patrimônio nacional cobiçado pelas megacorporações.
O PT adotou, ampliou e implementou o Bolsa Família que irrigou a economia, criou uma massa significativa de consumidores que garantiu a sobrevivência à crise de 2008. E esses consumidores, logo que se viram um pouquinho melhor, adotaram o discurso reacionário martelado pela Rede Globo, e cuspiram no prato em que comeram.
Finalmente, já que me estendi mais do que devia ou esperava, Dilma Rouseff foi eleita democraticamente.
Mas, as megacorporações não se deixam impressionar por esses detalhes e deu no que deu.
Como já dispõem de uma cartilha desenvolvida há muitos anos para desestabilizar e derrubar governos (cortesia da CIA), bastou contratar um juiz inescrupuloso disposto a enfrentar o governo, oferecer a ele o suporte de mídia necessário para agitar o povo semianalfabeto e a classe média apavorada e pronto. Nem precisou usar a receita que usaram no Chile, atualmente usada na Venezuela, de provocar o colapso do abastecimento.
As instruções ao inquisidor foram simples: corrupção somente se o acusado tiver alguma relação com o governo petista. Caso contrário, não é corrupção. Suspeição de juiz só vale para juiz comum. Não importa se a esposa do inquisidor é advogada de parte envolvida. A lei? Ora, a lei…
Vazamento de informações privilegiadas (crime pelo qual nosso irmão Protogenes de Queiroz foi condenado e obrigado a se exilar na Suíça) também não vale para o inquisidor. Prisão sem culpa formada deve ser usada para provocar delações que, por sua vez, só valerão para acusados relacionados com o governo petista.Concentrar-se nas empreiteiras, visando destruir o setor de engenharia pesada do país e abrir caminho para as megacorporações ocuparem o vazio.
E, finalmente, após um congresso composto por 80% de políticos corruptos votar sem base em provas, tudo é interrompido.
A luta contra a corrupção é suspensa. A Rede Globo interrompe suas campanhas virulentas. E a paz dos cemitérios paira sobre o país.
E assume um governo que deveria ser provisório, mas age como se permanente fosse, composto de corruptos que nos envergonha no cenário mundial.
E, no que nos diz respeito, os membros de uma instituição que pretende defender a justiça, a democracia, a liberdade apoiam esse espetáculo deprimente…
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Concordo com você meu Irmão, não há lugar no mundo moderno, para dinossauros como nós, não por vê-lo ou a mim, como pessoas apegadas a ideologias, sejam elas, políticas, religiosas e etc…
Hoje, em função da diversidade natural das coisas, precisamos ser pragmáticos, precisamos exercitar a renúncia de conceitos pessoais em favor do coletivo.
Quem e quais são as megascorporações a que você se refere?
Temer a evolução, por se sentir capaz de entende-la, óbvio, fará de mim um dinossauro, no mundo moderno, o conceito é privilegiar o trabalho em equipe, macroeconomicamente pensando, isto vem ocorrendo entre países e empresas e isto influencia, não só os nossos costumes do dia a dia, mas nossas relações interpessoais, a forma como nos comunicamos, com o mundo e principalmente com as empresas de quem somos clientes. Precisamos de um mundo sem paredes.
Vimos a decadência da General Motors, da Mitsubishi, das maiores corporações bancárias, algumas faliram. Você fala em Botton Line, quando nem a América do Norte o atingiu.
É meu amigo e Irmão, precisamos nos libertar dos pré-conceitos.
Abraços
José Carlos
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Brother José Carlos,
Expressei-me mal ao colocar megacorporações no plural. Na realidade, com a entrada do milênio e a explosão da globalização ocorreu a formação de uma megacorporação supranacional, sem personalidade jurídica, uma comunidade de interesse.
Foi nesse milênio que os bancos se expandiram e o capital passou a girar pelo mundo em segundos e também nesse milênio que se criaram os fundos soberanos que permitem a países atuar no mercado financeiro como se indivíduos fossem. E esse capital não tem ideologia.
Pois bem, até o fim do milênio anterior, os fundos de investimento – por exemplo, o fundo do Buffet investia em empresas nacionais, Coca Cola, Apple, etc. era o modelo tradicional.
Os fundos do Soros, por outro lado, investem no mundo inteiro, atacam moedas fracas, aproveitam toda e qualquer oportunidade.
Essa nova corporação, ou comunidade de interesse é uma nuvem de acionistas iguais ao Soros cujo único objetivo é aumentar seus dividendos. Davos é a ponta do iceberg.
E saia da frente deles, porque eles esmagam qualquer resistência. Têm todo o dinheiro do mundo, todo o tempo do mundo e todos os recursos humanos que podem comprar. São invencíveis. São acionistas majoritários das fabricas de armas, do setor farmacêutico, petroleiro, tecnológico, etc. etc. Nada lhes escapa.
Divulgam e difundem o neoliberalismo como remédio para os males dos países, quando na realidade o que buscam é facilitar suas operações. Pregam a hegemonia do mercado, quando na realidade eles dominam e manipulam as forças desse “mercado”.
E instrumentalizam a classe média, já que dependem dela para ter os seus quadros, a quem pagam com bônus para transformá-los em acionistas e assim cooptá-los com maior facilidade.
Instrumentalizam o medo pânico da classe média para criar uma massa de manobra em suas operações eleitorais.
Para eles, os governos, fronteiras, estados nacionais, impostos são obstáculos a serem destruídos e é o que fazem.
Agora você imagina um país de terceiro mundo que, de repente, começa a pôr as manguinhas de fora, associa-se a outros países periféricos com o objetivo de formar um grupo econômico que visa defender os seus membros. E para piorar as coisas, começa a utilizar uma moeda diferente do dólar para seus negócios internos e absurdo dos absurdos, cria um banco para fazer concorrência ao braço financeiro da Megacorporação, o FMI.
Só que esse país de terceiro mundo, como todo país de terceiro mundo tem corrupção endêmica. Todo mundo sabe disso, até as crianças do grupo escolar.
Enquanto os governantes desse país de terceiro mundo agiam como lacaios que eram da Megacorporação, esta permitia um equilíbrio relativo.
Mas, como dizem os franceses, “il y a des limites à la extravagance…”. E decidem acabar com a festa. Convocam um juiz fanático e irracional e atacam o ponto fraco do governo, apoiados por seu grupo midiático no país. Toda a sociedade é manipulada, inclusive os Maçons que se consideram uma elite, mas que não utiliza suas lojas para discutir assuntos importantes.
E esse é apenas um episódio nessa escalada da megacorporação. Ela se acentuou em 2001 e a partir de então, assistimos às suas operações no dia a dia, ao vivo e em cores. Oriente Médio, Extremo Oriente, Venezuela, Brazil, Europa, África… tudo atropelado por esse Moloch insaciável que só se satisfará quando impuser sua lógica destrutiva aos quatro cantos do orbe terrestre.
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Obrigado meu Irmão, apesar de enxergar a existência desta megacorporação, não a vejo com todo este poder.
abraço
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Brother José Carlos,
O que dei foi uma pálida ideia do poder deles. É infinitamente maior. Quem viver, verá…
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