Vítor Azevedo Duarte ***

O tema sugerido de Altos Graus na Maçonaria tem ligação direta com alguma da minha vivência de Ritos de Altos Graus. E com troca de experiências de Jurisdições estrangeiras Irmãs. Como um simples Aprendiz de Maçonaria ganho sempre mais “espiritualmente” quando partilho informação maçónica com Irmãos ou estudiosos da Maçonaria. Penso que todos aprendemos uns com os outros. Como sabem, existem escassa divulgação de obras sobre altos graus, pelo que tentarei fazer uma súmula sobre este tema referente a três estruturas de Altos Graus de Ritos diferentes.

Começarei por ditar estes apontamentos com o que se entende por regularidade maçónica e liberal. E com a “devida vénia” citarei aqui a melhor destrinça que encontrei nas minhas pesquisas e cujo autor se encontra nesta sala.

“Os maçons regulares, também chamados tradicionais ou de via sagrada, são os que trabalham nas suas Lojas sob a invocação de Deus, Grande Arquiteto do Universo, sobre o Livro Sagrado, o Esquadro e o Compasso.

Os maçons liberais ou de via substituída, reúnem-se segundo os mesmos ritos, decorações e ideais, já dispensam a via espiritual, e trabalham sobre as Constituições de Anderson, a do seu País, sobre a Declaração Universal dos Direitos do Homem e sem necessariamente invocarem Deus, o Grande Arquiteto do Universo.

Isto é, os regulares pressupõem a crença no Criador e situam-se no plano do sagrado, os liberais partem do postulado da liberdade de crença ou não no Criador e colocam-se no campo do laicismo e, portanto envolvem-se mais diretamente na vida profana, que procuram aperfeiçoar e transformar.

Ambos buscam o seu próprio aperfeiçoamento, mas com efeitos diversos ao nível de intervenção na sociedade. Para o maçom regular a sociedade será mais perfeita se isso decorrer do processo de aperfeiçoamento pessoal enquanto que para o maçom liberal o essencial é ele ser o agente da transformação da sociedade.”

Na verdade, cada jurisdição maçônica tem os seus Regulamentos e Estatutos e quer sejam regulares ou liberais são constituídas por maçons que se respeitam desde que ambas sigam os Landmarks. Mas não é maçom quem quer. Não basta autoproclamar-se. É imprescindível que os seus irmãos “o reconheçam como tal”, ou seja é necessário que tenha sido iniciado, por outros maçons, cumprido com as suas obrigações de maçon, esotéricas, simbólicas e que esteja integrado numa Loja, que por sua vez pertença regulamentarmente a uma Grande Loja ou Grande Oriente, que fossem devidamente consagrados.

Assim escreveu Luís Nandin de Carvalho, no seu livro “A Maçonaria Entreaberta” publicado em 1997.

O espírito maçônico de fraternidade, igualdade e liberdade floresceu nas sociedades profanas e influenciou para sempre as grandes conquistas conseguidos em acontecimentos mundiais como a Independência dos Estados Unidos, a Revolução Francesa, a Revolução Russa e a Independência do Brasil.

E em muitos outros países incluindo o nosso, embora os governos vigentes e as pressões da Igreja Católica entrassem em choque direto com a fraternidade.

Após esta introdução passemos a algumas citações e reflexões sobre Maçonaria.

 

Continuar a leitura em  Os Altos Graus em Maçonaria, nos Ritos de York, Reaa e Rer