Tradução José Filardo
por George Orwell
Deixando de lado a necessidade de ganhar a vida, eu acho que existem quatro grandes motivos para escrever, pelo menos para escrever prosa. Eles existem em diferentes graus em cada escritor, e, em qualquer escritor as proporções podem variar de tempos em tempos, de acordo com o ambiente em que vive. São eles:
(i) puro egoísmo.
Desejo de parecer inteligente, de ser comentado, de ser lembrado após a morte, para obter suas própria revanche contra os adultos que você desprezava na infância, etc., etc. É trapaça para fingir que isso não é um motivo, e um motivo forte. Escritores compartilham essa característica com cientistas, artistas, políticos, advogados, soldados, homens de negócios bem sucedidos – em suma, com toda a crosta superior da humanidade. A grande massa de seres humanos não é agudamente egoísta. Após a idade de cerca de trinta anos, eles quase abandonam a sensação de serem indivíduos – e vivem principalmente em função dos outros, ou simplesmente sufocados sob trabalho penoso. Mas há também a minoria de pessoas talentosas, voluntariosas que estão determinadas a viver suas próprias vidas até o fim, e os escritores pertencem a esta classe. Escritores sérios, eu diria são, em geral, mais vaidosos e egocêntricos do que jornalistas, embora menos interessados em dinheiro.
(ii) Entusiasmo estético.
A percepção da beleza no mundo exterior, ou, por outro lado, nas palavras e seu arranjo correto. Prazer no impacto de um som sobre outro, na firmeza da boa prosa ou no ritmo de uma boa história. Desejo de compartilhar uma experiência em que se sente ser valiosa e que não deve ser desperdiçada. O motivo estético é muito débil em um monte de escritores, mas mesmo um escritor panfletário ou escritor de livros didáticos terá palavras para animais e frases que apelam a ele por razões não-utilitárias; ou ele pode achar importante a tipografia, largura das margens, etc. Acima do nível de um guia ferroviário, nenhum livro é totalmente livre de considerações estéticas.
(iii) Impulso histórico.
Desejo de ver as coisas como elas são, descobrir fatos verdadeiros e armazená-los para o uso da posteridade.
(iv) Propósito político.
Usando a palavra “político” no sentido mais amplo possível. Desejo de empurrar o mundo em uma certa direção, alterar a ideia de outras pessoas sobre o tipo de sociedade por que eles devam se esforçar. Mais uma vez, nenhum livro é genuinamente livre de viés político. A opinião de que a arte nada deve ter a ver com política é em si uma atitude política.
Isso pode ser visto como aqueles vários impulsos devem fazer guerra uns contra os outros, e como eles devem variar de pessoa para pessoa e de momento para momento.
Concordo em parte, No meu caso escrevo sem egoismo. Como livre pensador quando escrevo o faço com o intuito, o unico propósito de compartilhar alguma coisa que possa ser ultil a uma pessoa diante de uma encruzilhada.Ou seja, quando escrevo é como se colocasse uma placa nuna encruzilhada e o leitor quer ser assertivo ao escolher seu caminho, sua direção e assim meus dedilhados possam servir de referência. Para mim escrever é o mesmo que levantar topograficamente um terreno, o percebendo de cima, e depois de tudo anotado na caderneta topográfica, passar a limpo para editoração, compondo um mapa pura e simplesmente para servir de orientação. José Geraldo Eng Mecânico Consultor em Projetos e Obras de Siderurgias, Mineradoras e Cimenteiras. 37 3351.4866 – 37 9832.1932 – 31 3234.5994Não somos seres humanos vivendo uma experiência material, somos seres espirituais vivendo uma experiência humana.
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