Diante desse anúncio o Grande Oriente de França e outras obediências francesas fizeram publicar o seguinte comunicado:

 

Comunicado Conjunto de 31 de maio de 2018 – A liberdade de consciência é tanto a primeira liberdade quanto a primeira das muralhas contra o fanatismo.

Data da Publicação:  31/05/2018

 

A liberdade de consciência é tanto a primeira liberdade quanto a primeira das muralhas contra o fanatismo.

Mesmo tomando diferentes caminhos, as obediências signatárias, em essência, opostas a todo dogmatismo, afirmam trabalhar por melhorias materiais e morais, pela perfeição intelectual e social da humanidade. Todas têm por princípio a tolerância mútua, o respeito pelos outros e por si mesmas.

Elas se referem à absoluta liberdade de consciência, seja por sua peculiaridade espiritualista, tradicional e esotérica, seja pelo compromisso de defender o ideal secular e as instituições republicanas.

A situação vivida pela maçonaria italiana e, de modo mais geral, pela sociedade transalpina não pode deixar-nos indiferentes e o silêncio não pode ser posto em face deste ataque aos valores universais que partilhamos.

Que um código contrário à ética republicana e humanista proíbe aos maçons o acesso a um governo democrático é um pesado ataque de sentido e consequências às liberdades fundamentais.

Desde 1945, nenhum país democrático se opôs à propriedade intelectual e moral de qualquer participação governamental. Essa exclusão liberticida não é apenas fruto de uma aliança conjuntural e oportunista entre formações políticas que exploram as tensões que percorrem nossas sociedades. A exclusão dos maçons anuncia outras formas de discriminação e é apenas a sombra de movimentos mortais que se opõem à coexistência harmoniosa dos indivíduos, fazendo distinções de todos os tipos, especialmente por causa de origens, de gênero, opiniões ou opções espirituais.

As Obediências signatárias recordam sua profunda adesão ao ideal republicano de fraternidade entre povos e indivíduos, pelo distanciamento de preconceitos e pelo esclarecimento da política através da cultura.

Através de suas declarações, a coalizão que pretende governar na Itália está questionando seriamente as liberdades democráticas e as garantias constitucionais da Itália que dão liberdade explícita à Maçonaria, que tanto contribuiu para a Constituição da unidade do país e que contribuíram para a reconstrução pós-fascista.  As más práticas de alguns na Itália não têm nada a ver com a grandeza do ideal maçônico.

As Obediências signatárias lembram que os princípios maçônicos da tolerância e do adogmatismo são imprescritíveis e exigem a maior vigilância contra o risco de um retorno às antigas práticas de exclusão e discriminação das horas mais sombrias de tantos países europeus, e ainda combatidas em muitos países do mundo.

Eles reafirmam firmemente seu compromisso e a luta do humanismo para tornar o pacto de tolerância e amor humano uma realidade em todos os países do mundo.

Para que a democracia não seja um parêntese na história, as Obediências signatárias recusam a mensagem violenta fulminada contra todas as mulheres e homens animados por valores humanistas, entre os quais a igualdade de direitos, a emancipação e a orientação universalista.

A luta pela liberdade deve ser permanente e constantemente renovada.

Paris, 31 de maio de 2018

 

Obediências Signatárias:

Grande Oriente de França.

Federação Francesa do Direito Humano

Grande Loja Mista Universal

Grande Loja Mista da França

Grande Loja de Culturas e Espiritualidade

 

Nenhum Maçom no governo italiano