por José Maurício Guimarães
Nós todos já percebemos que quase tudo o que se escreve sobre maçonaria (*) ‒ em artigos, revistas e na internet ‒ é um “muro das lamentações”. Isso não é de hoje. Desde o periódico “A Bigorna”, de Kurt Prober (**), 30 ou 40 anos atrás, prolongam-se queixumes e gemidos pela nossa maçonaria: sobre que ela é, ou pelo que ela deveria ser.
Sem falar nas intermináveis rixas, cisões e disputas pelo poder, os pesares e desgostos são, na maioria, devidos a dois fatores:
1) candidatos mal escolhidos para Iniciação;
2) baixa frequência e desinteresse nas reuniões e assuntos da Ordem.
As escolhas de novos membros têm sido meros convites endereçado a pessoas. Não importando se têm o “perfil maçônico”. Cultura e posição social não garantem boas escolhas e muito menos justificam um convite. Há bons homens que melhor se beneficiariam, e à sociedade, com a prática sincera de uma religião ou o exercício regular de uma profissão, deixando a maçonaria para mais tarde em suas vidas. A Iniciação deveria ser o coroamento de uma vida bem-sucedida ou das mais elevadas concepções do homem sobre os aspectos metafísicos da existência. É por isso que se exige dos candidatos que eles sejam moralmente limpos e puros, admitam a existência de um Ser Supremo, a preexistência da alma e que exerçam profissões honestas e honradas. As Lojas não são reformatórios nem hospitais para os que padecem de males morais ou vícios incorrigíveis.
Mas a realidade é outra. Uma vez feito o convite, qualquer pessoa se afilia (“entra na Ordem”) ‒ por vaidade ou curiosidade ‒ e, cedo ou tarde, pode se tornar um problema para a Organização.
Se não problema, esses curiosos e vaidosos permanecem neutros, meros colecionadores de títulos: passam da ansiedade do Grau de Aprendiz para a pressa no Grau de Companheiro; daí vão à pseudo-plenitude do Grau de Mestre que lhes confere passaporte para disputar o trono de Venerável Mestre ou os Primeiros Malhetes na Potência. Quando não, arvoram-se em risíveis reformadores dos ‘Landmarks’, dos Antigos Deveres (‘Old Charges’) e das ‘Constituições de Anderson’!
Conquistas como essas, quando há, apenas tomam espaço no amplo cabide das vestes ‒ ali se penduram aventais, paramentos, medalhas e condecorações maçônicas. Suponho que menos de dois entre 100 Mestres saibam o significado da ‘tríplice roseta’ ou iniciais bordadas em seus aventais; ou que todos os Veneráveis Mestres conheçam o simbolismo dos três ‘Nível e Prumo’ (Taus) e adornos costurados em seus aventais; ou que, nos Graus “além do III”, todos os que carregam a ‘Cruz de Lorena’ nas lapelas saibam seu significado ‒ o porquê da Cruz e o porquê “de Lorena”; ou mesmo que dominem os conceitos e conteúdo da ‘Águia’ e da ‘Águia Bicéfala’. Para esses é válido o tradicional ditado afro-brasileiro: “Quem não sabe a mandinga, não carregue o patuá”.
Ainda assim permanece a eterna vaidade das vestes e paramentos multicoloridos, chamariscos infantis para pessoas não vocacionadas. Vestes, paramentos e medalhas que inflam o ego e explicam o desinteresse em reuniões e assuntos fundamentais da Maçonaria (*).
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(*) Observação: uso escrever “maçonaria” com “m” minúsculo para indicar o substantivo que indica o trabalho ou a “arte dos pedreiros” da qual nossas oficinas aproveitam o simbolismo. Uso “Maçonaria” com “M” maiúsculo ao me referir à arte, ciências e disciplina que balizam os cânones e padrões de pensamento inerentes ao sistema iniciáticos, independente de Potências ou Lojas.
(**) Kurt Prober, ilustre maçom e escritor nascido em Berlim (1909) e naturalizado brasileiro, morreu no Rio de Janeiro no dia 23 de março de 2008. Grande polemista e crítico dos maus hábitos praticados na maçonaria. Editou durante muitos anos o periódico de estudos maçônicos “A Bigorna”. Foi também numismata com várias obras publicadas. Fundou a Associação Brasileira de Numismática, sendo seu presidente de 1951 a 1988 e sócio fundador da Sociedade Ibero-Americana de Estudos Numismáticos.
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Amado irmão, concordo com a sua tese, porém com o devido respeito, não sei se a carga toda deve ser depositada nos iniciados, veja:
1) Um candidato precisa ter reputação ilibada;
2) Passa por um crivo, tendo que apresentar documentos e certidões obrigatórios de natureza civil, criminal e expõe provando que não deve nada a ninguém na esfera cível;
3) Algumas lojas, como a que estou ligado hoje, ainda buscam mais informações da vida privada do candidato, como certidão negativa de débitos trabalhistas, se empresário, consultas em todos os órgãos do Estado, Município e União possíveis. Estou até pensando em propor investigação no Detran para saber se o candidato bebe e dirige (expondo a vida dele e de terceiros a risco) como mais um meio de filtro;
4) O candidato tem o seu nome divulgado no Estado inteiro em todas as lojas da jurisdição;
5) Recebe, em tese, visitas de pelo menos 3 mestres que esmiuçam a sua vida e fazem sindicância com amigos, parentes e até vizinhos;
6) Passa mais uma vez pelo crivo do colegiado da loja;
7) Passa por alguma provas de resignação.
8) Depois que entra, conhece mestres que vivem lhes ensinando sobre virtude e moral, mas praticam tudo ao contrário, quando não vivem usando a rede para negócios ou ágapes (onde podem sair alcoolizados dirigindo…
9) Mestres que mal comparecem às sessões, ensinando os novatos a adquirirem a mesma cultura…
Sempre me pergunto em qual momento perderemos um “novato” que tinha tudo para ser um maçom frequentante, atuante e estudioso mas que logo será como seus “mestres”…
Não podemos dividir ou acentuar como causa, mestres que sequer tiveram contato como filosofia numa instituição filosófica?
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Concordo com cada palavra do amado Ir.: Pedro Garschagen Filho, quando o mesmo diz que adquirimos conhecimento extra loja. Pois nossos M.: M.: são maus preparados não tendo conhecimentos e nem estudo para alcançar a plenitude. Os mesmos achando-se “Mestres” Não aceitam serem instruídos por outros Mestres aflorando-se assim a Vaidade. É lamentável o que acontece em nossa instituição; gostaria de saber e se alguém sabe me diga, pois até agora não encontrei o poder que a Maçonaria tem! Bater malhete não é poder ou é? Pois se assim fosse o Pedreiro em seu ofício diário seria o ser mais rico do mundo!!!
Foi dito…
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Acredito que a “ criança nasce na Família certa para cumprir uma missão … como também acredito que esta Missão – principal – é para que os Pais aprendam a aprender com o Filho”
… teoricamente pelo exposto temos alguém que será lapidado é um Mestre que deverá lapidar! Pergunto: quem deve aprender com quem? Como uma pedra deve ser lapidada?
… já declinei de convites por observar colegas Maçons em posturas reativas! No tempo!!!
Agradeço aos Senhores a oportunidade de aprendizado neste blog
Boa Páscoa … que Deus nos Ilumine
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*Excelente reflexão preclaro Irmão Josè Maurício !!!!* *Somos hoje a Maçonaria de todos os erros do passado, que escolheram mal, iniciaram mal e instruíram mal nossos antecessores, quais por desconhecimento nunca conseguiram suprir os anseios de conhecimento de parcela de Irmãos; qual você é um deles, e também me incluo, pois quase todo conhecimento que adquiri foi através de estudos e pesquisas extra loja. * *Parabéns.*
*Pedro Garschagen Filho .’. *
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É verdade, porque a discórdia se instalou na Ordem por força do ego e em especial por vaidade, na medida em que o poder é o objetivo;
Vejam só, sou Grande Inspetor da Ordem desde ano 2000 e ha dois anos tive a ideia de fundar um partido politico denominado Liberdade, Igualdade e Fraternidade, teria a principio como determina a legislação especifica de obter 101 nomes que estivessem interessados e dispostos a me ajudarem e fincarem o nome nos anais da maçonaria. Bem, obtive menos do que a metade e na maioria de IIr.’. de outro Oriente; Ou seja, a indiferença o descaso no auxilio a um irmão aconteceu, e, esta me fazendo repensar minha permanência no quadro de obreiros no qual já dedico 35 anos, tendo sido agraciado ultimamente com o diploma de Benemérito; Fica aqui minha irresignação com a Ordem e me perdoem por destilar meu azedume neste canal;
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boa noite. voce tem whtapps?
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11 999120294
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Boa tarde
Questão de analisar o meio ambiente interno e externo
Análise da resiliência
Abraço
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