Ir. Rui Badaró[1]

INTRODUÇÃO

A compreensão histórico-filosófica da maçonaria enseja sua divisão em três[2]:

  1. a) a inglesa, de cunho tradicionalista, observadora rigorosa de rituais, imutável em suas formas consagradas pelo correr de três séculos (1717-2017), e que, transportada para os países de formação inglesa, manteve a mesma índole praxista em sua vida íntima e o mesmo comportamento perante o mundo não-maçônico;
  2. b) a francesa, que embora de origem britânica, cedo sofreu profundas transformações, ditadas pelas condições do meio em que se desenvolveu, adquirindo uma feição intensamente latina, e que se espalhou pelo mundo, tornando-se conhecida principalmente pela sua ação política, social e religiosa, e à qual estão filiadas a maçonaria brasileira, a portuguesa, a italiana, a espanhola, a romena, e as de todos os países hispano-americanos; e por último,
  3. c) a alemã, também de procedência inglesa, mas que sofreu a marca do espírito germânico, muito mais propenso às especulações metafísicas, tendo desde cedo adotado ritos e sistemas próprios, sendo sua história repleta de tentativas de ensaios de reformulações sistemáticas.[3]

Nesse contexto de uma maçonaria voltada às altas indagações filosóficas que permeava a reforma da fraternidade na Alemanha é que se inscreveu a construção do sistema de ensino Schroderiano[4], cujo principal objetivo foi o realinhamento com as práticas maçônicas inglesas[5], restaurando o que Schröder entendia como a verdadeira e antiga maçonaria, ou seja, sem os enxertos de misticismo, rosacrucianismo, iluminados, cavalheirismo e altos graus, vez que eles não integravam a maçonaria em seu início.

 

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O pensamento de Johan Gottlieb FICHTE para a reforma da maçonaria alemã de Friedrich Ulrich Ludwig Schröder