Tradução J. Filardo

Por Ken Henderson .´.

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HISTÓRIA E LIMITAÇÕES DE VIAGENS MAÇÔNICAS

O hábito de o maçom viajar e visitar outras lojas, ou até mesmo filiar-se a elas é um dos costumes mais antigos e mais amplamente praticados da Maçonaria Simbólica. Em tempos operativos, bem antes do surgimento da maçonaria especulativa como a conhecemos hoje, os pedreiros eram trabalhadores itinerantes que eram forçados a viajar para renovar seu emprego à medida que cada projeto de construção era concluído. Este caráter fluido da Maçonaria Operativa levou à formação de sociedades comerciais, conhecidas como lojas, para proteger a integridade de seu ofício, e para melhorar as práticas morais e sociais dos seus membros. Supõe-se, não sem alguma evidência, que os modos de reconhecimento originaram-se no período operativo como um meio de identificação do pedreiro genuinamente qualificado que vinha visitar uma loja em busca de trabalho.

Assim, é razoável deduzir que a tendência de pedreiros de visitar outras lojas é costume muito antigo, de fato. Muitos dos mais antigos manuscritos maçônicos existentes contêm encargos associados à visitação e à acolhida dos visitantes.

Visitação como um Direito

Conforme descrito acima, o direito de visitar e sentar-se em toda loja regular é um dos mais antigos costumes maçônicos. Este costume está vinculado à teoria de que todas as lojas são apenas divisões da “Fraternidade Universal”. De fato, em algumas áreas, antigamente, os visitantes podiam até mesmo votar em reuniões da loja.

Mas, o crescimento e a propagação da Maçonaria Simbólica viu se desenvolverem muitas variações de formas e procedimentos e a evolução do sistema de Grandes Lojas como conhecemos hoje. Por sua vez, isso exigiu que o conceito de visitação como um direito sofresse modificações. O movimento para a qualificação do direito de visita parece ter começado no início do século XVIII. Há registros de lojas neste período, que estabeleciam limitações à visitação, em termos do número de visitas que um maçom que não pertencesse ao quadro poderia fazer a uma loja em um período de doze meses, e limitando os tipos de reunião que um visitante podia participar. Certamente, até o final do século XVIII, a visitação tinha deixado de ser um direito, mas sim um privilégio.

Visitação como um privilégio

A situação hoje é que a visita é, na verdade, um privilégio; ela é um dos maiores privilégios dos membros da Maçonaria. Deve ser imediatamente declarado que um maçom não tem direito absoluto de visitar uma loja da qual ele não é membro. No entanto, com este fato claramente definido, deve-se observar que a visita como um privilégio é definitivamente incentivada e acolhida em toda jurisdição regular. Um maçom regular quite com sua loja vai sempre encontrar hospitalidade e fraternidade maçônica em suas viagens.

As Limitações da Visitação Hoje

Há quatro limitações básicas sobre a visitação do mundo maçônico hoje. As duas primeiras, conforme a lista abaixo com as explicações, são comuns a toda jurisdição regular, enquanto que as duas últimas são menos frequentes.

São elas:

  1. O Reconhecimento de Regularidade. Esta é uma limitação à visitação em que as únicas pessoas que uma loja pode receber são aquelas que são membros de outra loja, cuja Grande Loja é reconhecida pela sua própria.

Essa questão é detalhada de forma mais completa em um capítulo posterior.

  1. A Prerrogativa do Venerável É, por costume e muitas vezes por estatuto da Grande Loja, prerrogativa do Venerável Mestre de uma loja recusar a admissão de qualquer visitante, se ele não estiver satisfeito que ele seja um maçom regular de boa reputação; ou ele se sente um visitante que visitante perturbará a harmonia de sua loja. A primeira hipótese só é utilizada como uma questão de necessidade, a segunda muito raramente. No entanto, a prerrogativa de poder do Venerável Mestre de uma loja é ampla.
  2. Sessões Administrativas. Em algumas formas de prática maçônica, sessões administrativas são realizadas separadamente das reuniões realizadas para a conferência de grau e, quando for o caso, os visitantes são, muitas vezes, excluídos das primeiras, mas nunca das últimas. Da mesma forma, em algumas jurisdições onde a loja administrativa e a loja de conferência de grau são realizados durante a mesma sessão, os visitantes não são, algumas vezes, admitidos até que a sessão administrativa tenha completado suas atividades.
  3. Visitação a Convite. Em alguns países, nomeadamente a Inglaterra, é costume em grande parte que os visitantes recebam um convite de um membro da loja. Em outras áreas, embora essa restrição não exista em relação às reuniões ordinárias, ela se aplica a Sessões de Instalação. Essas práticas não são respeitadas sem motivos, e eles serão examinados quando chegamos a discutir as jurisdições em questão posteriormente neste guia.

Os Procedimentos de Visitação

Há dez etapas, ou procedimentos, envolvidos na visitação bem-sucedida. A maioria das quais são sequenciais. Elas vão deste obter a documentação adequada, até a efetiva admissão de um visitante em uma loja estranha. Essas etapas devem ser seguidas antes que um visitante possa ser admitido em uma loja onde ele não é conhecido; e seu propósito é estabelecer a boa fé de um irmão verdadeiro e legítimo.

Primeira Etapa: Avise o Secretário de sua própria Loja

O primeiro passo é informar seu próprio secretário de loja sobre o seu desejo de visitar fora de sua própria jurisdição, e fornecer-lhe detalhes de sua viagem. Ele realizará a ligação com o escritório da Grande Loja para obter todos os documentos necessários, e obter aconselhamento.

Segunda Etapa: A Providência de Documentação Maçônica

Para estabelecer-se como um verdadeiro e legítimo irmão para a satisfação de seus anfitriões, o maçom visitante deve, primeiro, apresentar os documentos apropriados que atestam sua regularidade como maçom. Os seguintes documentos devem ser trazidos consigo por um maçom que procura ingressar em qualquer loja regular onde ele não é conhecido pessoalmente: Um Certificado ou Diploma da Grande Loja: Toda Grande Loja emite isso, ou documentação com nome semelhante. (N.T. – O Grande Oriente do Brasil – GOB emite a Identidade Maçônica contendo uma declaração em dois idiomas, em 2018 introduziram a Identidade Maçônica (CIM) eletrônica que é exibida no smartphone.) Ela uma credencial fornecida ao Mestre Maçom para provar por escrito que ele é um maçom regular. Ela invariavelmente contém as datas adequadas de sua admissão na Maçonaria, a assinatura do seu Grande Secretário, o Selo da Grande Loja e sua assinatura.

Recibo das mensalidades: Não é suficiente que um maçom visitante produza seu certificado da Grande Loja ao buscar a admissão à uma loja estranha. Embora seu Certificado prove que a pessoa nomeada nele é um maçom, ele não prova que ele é um membro financeiramente regular com sua loja. Ser um maçom regular é a terminologia maçônica usada para descrever um membro financeiro. Algumas jurisdições fornecem aos seus membros financeiros o recibo das quotas como um direito, enquanto outros somente o fornecem a pedido.

O Cartão de Quotas: O Cartão de Quotas é uma forma de recibo de pagamento fornecido por lojas em algumas jurisdições, especialmente na América do Norte. Isto é considerado nessas jurisdições como o ‘passaporte’ maçônico mais importante. De fato, nos Estados Unidos, as lojas têm pouco interesse em verificar um Certificado de Grande Loja, mas nenhum visitante entrará em seus Templos sem antes produzir um Cartão de Quotas ou equivalente satisfatório. Em vez de um Cartão de Quotas ou outra forma direta de recebimento das mensalidades, uma convocação recente da loja (notificação de convocação), ou carta de apresentação pode ser suficiente.

Além dos documentos bastante obrigatórios detalhados acima, é recomendável que o visitante também porte e, se necessário, apresente os seguintes documentos adicionais: Uma Carta de Apresentação: Muitas Grandes Lojas fornecer uma carta de apresentação aos visitantes através da secretaria da Grande Loja. Estas cartas de recomendação contêm a recomendação do Grande Secretário, e todos os detalhes maçônicos de seu portador. Ela pode, geralmente, ser usada em substituição ao “recibo de encargos” se portadas pessoalmente. Alguns Grandes Secretários encaminharão uma carta de um recomendação de visitante diretament à Grande Loja em que ele se propõe a visitar, dando assim um pré-aviso ao seu Grande Secretário da presença iminente do visitante.

Um Passaporte: Todos os viajantes estrangeiros carregam um passaporte civil e, embora ele raramente seja exigido para fins maçônicos, tem o efeito de atestar a verdadeira identidade de seu portador.

Há outros documentos maçônicos emitidos por algumas Grandes Lojas. Muitas oferecem um Certificado de Past Master aos maçons devidamente qualificados. Os Past Masters são aconselhados a levar consigo este documento, ou documentação semelhante, especialmente se quiserem assistir a uma Cerimônia de Instalação integral, nas jurisdições onde apenas Mestres Instalados podem assistir a partes dela.

Os visitantes que ainda não são Mestres Maçons (ou seja: eles são Aprendizes ou Companheiros) ainda não terão recebido, nem têm o direito de receber o Certificado de sua Grande Loja. No entanto, eles podem, geralmente, obter documentação adequada na secretaria da Grande Loja antes da partida de sua própria jurisdição.

É também interessante mencionar que maçons nesta categoria não poderão visitar em algumas jurisdições. A maçonaria de fala inglesa e europeia, em particular, geralmente restringe a visitação a portadores do Grau de Mestre Maçom. Jurisdições que trabalham em um ritual de tipo Webb ***  têm restrição semelhante. Mesmo naquelas jurisdições em que tal maçom pode ser autorizado a visitar, muitas vezes existem limitações aplicáveis. Tal maçom (aprendiz ou companheiro) é fortemente aconselhado a consultar com o seu próprio escritório da Grande Loja antes da partida. Pode até ser possível para ele receber os graus que ele ainda está para atingir por cortesia em outra jurisdição. A questão dos graus de cortesia é tratada mais adiante nesta seção.

Terceira Etapa: Verifique a Regularidade

É essencial que cada maçom verifique se existe maçonaria regular na área, que ele se propõe a visitar. Um capítulo explicando a regularidade e sua importância segue em breve. Na publicação List of Lodges distribuída pela Grande Loja pode ser encontrada uma lista de reconhecimento de Grandes Lojas. Dados os parâmetros explicados nesse ponto, essas listas podem ser usadas para determinar se a jurisdição que se propõe a ser visitada é reconhecida por sua própria Grande Loja. Um oficial da Grande Loja do próprio maçom ajudará ainda mais nesse sentido.

Quarta Etapa: Visite Primeiro a Grande Loja

A forma recomendada de se fazer o contato e avisar uma determinada Grande Loja de sua presença em sua jurisdição, é pessoalmente. A maioria das Grandes Lojas está baseada na capital ou cidade principal de um país ou região. Como tal cidade normalmente serve como o principal ponto de entrada na área, uma visita à Grande Loja local geralmente é bastante viável. Ao visitar uma Grande Loja, um maçom visitante pode sempre ter certeza de assistência integral.

Com efeito, se um maçom visitate precisar de aconselhamento ou assistência de qualquer natureza, não necessariamente maçônica, ele pode sempre encontrá-la entre os seus irmãos da Maçonaria, não importando em que país ele possa se encontrar.

Quinta Etapa: Vistando Diretamente uma Loja

Como segunda preferência, a ser usada se por algum motivo uma visita ao escritório adequado da Grande Loja se revelar impossível, o visitante pode utilizar as informações contidas neste guia para assistir a uma reunião de loja. Mas, devido às restrições de espaço, não foi possível listar os detalhes de lojas em todas as jurisdições. Além disso, considera-se que várias Grandes Lojas informaram as lojas sem suas jurisdições geográficas, de modo que uma visita ao escritório apropriado da Grande Loja não é possível. Isto se aplica particularmente a lojas na África e na Ásia sob as Grandesl Lojas Britânicas. Os detalhes de reunião da maioria das lojas nessas regiões estão incluídas no Guia, como conseqüência.

Sexta Etapa: Uma Carta a Uma Grande Loja

Como última alternativa para fazer contato, um maçom que se proponha a viajar pode escrever uma carta à Grande Loja da jurisdição que pretende visitar, pedindo orientações.

Mas, este método só deve ser utilizado como um último recurso se o escritório adequado da Grande Loja não puder ser visitado pessoalmente, ou na ausência de informações relativas às Lojas da jurisdição. Se for esta a alternativa escolhida, tal carta deve ser enviada através do escritório de sua própria Grande Loja. Tal carta deve ser endereçada ao Grande Secretário da Grande Loja em questão, e deve conter o seu nome, endereço e detalhes maçônicos completos, juntamente com os seus locais de residência em sua jurisdição e as datas do seu itinerário.

Qualquer carta devem ser dirigida através do escritório de sua própria Grande Loja, por diversas razões. Em primeiro lugar, e mais importante, a correspondência dirigida ao escritório da Grande Loja do maçom assegura que a Grande Loja está pedindo orientação e que o irmão interessado é verdadeiramente um maçom regular que merece a assistência desejada. Em segundo lugar, dirigindo uma carta através de sua própria Grande Loja, seu Grande Secretário pode incluir uma carta de apresentação, que por sua vez, garantirá uma resposta útil e rápida. É preciso acrescentar que, se um maçom envia uma carta diretamente a qualquer jurisdição estrangeira, é improvável que ele receba uma resposta. Em terceiro lugar, deve ser apreciado que as Grandes Lojas já recebem correspondência suficiente por sua atividade própria, e cartas de centenas de visitantes solicitando informações não aliviará esta situação. Claramente, então, toda esta questão refere-se a protocolo maçônico, e o protocolo deve ser seguido.

Qualquer carta que deva ser enviado, deve ser organizada bem antes da sua partida prevista, para garantir que uma resposta seja recebida em tempo hábil para a sua visita.

Sétima Etapa. Conheça o seu próprio ritual.

Como será apreciado em seguida, é necessário que os visitantes passem por um exame maçônico antes de entrar em uma loja estranha. É, portanto, mais desejável para maçons viajantes estar familiarizados com seu ritual próprio, e em particular, com os procedimentos de exame utilizados por lojas sob sua Grande Loja.

Este conhecimento será de grande ajuda para o visitante. Embora os rituais e procedimentos de exame variem ao redor do mundo, os modos de reconhecimento e de conteúdo ritual básico não são diferentes. Portanto, um maçom com conhecimento adequado das práticas de sua própria jurisdição não experimentarã qualquer problema em outro lugar.

Oitava Etapa: Chegue Cedo

Tendo cumprido todos os procedimentos acima, conforme o caso, agora você está em uma posição de visitar. É essencial que você chegue à sua loja escolhida pelo menos, meia hora antes do seu início. Isto permitirá que você complete os procedimentos restantes, conforme detalhado abaixo. Uma chegada tardia poderia impedir sua visita.

Nona Etapa: “Exame Estrito e Devida Análise” (Telhamento).

Tendo chegado à loja que você deseja visitar, sua primeira tarefa é avisar o Cobridor de sua presença e apresentar-lhe as suas credenciais maçônicas conforme já foi detalhado. Mas, em todas as jurisdições maçônicas regulares, é necessário que além de apresentar esses documentos, um maçom desconhecido que procura visitar uma loja passe por um exame pessoal. Um maçom viajante deve estar preparado para esta eventualidade.

Na terminologia maçônica, este processo é chamado de “Teste rigoroso e Devido Exame” ou Telhamento. Os dois significam a mesma coisa. Ele permite a constatação de que um estranho é ou não é maçom. A natureza da maçonaria não permite só a prova documental como atestado final da condição de maçom de um homem. É possível, embora improvável, que uma pessoa procurando a admissão possa estar carregando documentos falsos ou roubados. Houve ocorrências no passado de pessoas não qualificadas, ou impostores, que procuraram a admissão em sessões de loja.

Um impostor pode ser uma pessoa que nunca foi um maçom, alguém que está em regime de suspensão ou foi expulo de um uma loja, ou aluguem que a Grande Loja não reconhece como regular. Um maçom que não podem provar que ele está regular também pode ser impedido de visitar.

Os procedimentos de exame e reconhecimento maçônico variam em todo o mundo, e essas diferenças são baseadas em diferenças de ritual. No entanto, estes procedimentos são todos projetados para alcançar os mesmos fins, e desde que um maçom esteja bem familiarizado com as práticas da Maçonaria em sua própria jurisdição, ele não sentirá qualquer dificuldade em outro lugar. Conforme descobriremos em um capítulo posterior, embora as formas dos ritual maçônico variem um pouco em todo o mundo, o conteúdo é razoavelmente semelhante.

Na maioria das jurisdições, o exame maçônico é realizado por uma comissão examinadora nomeada pelo Venerável Mestre da loja, formalmente ou em bases ad hoc se necessário. Esta comissão pode ser composta do próprio Venerável Mestre e seus dois Vigilantes, dois ou três Ex-Veneráveis, ou alguns membros antigos da Loja. Em algumas áreas, o exame é realizado pelo Cobridor da Loja.

Na maioria das jurisdições, o exame, embora rigoroso, é apresentado informalmente. É comum que os examinadores selecionem características de conhecimento maçônico ao acaso, até mesmo ao ponto de exigir informações fora da seqüência de cada um dos três graus. Esta prática tende a descobrir o “Maçom Papagaio”, (N.T. “Goteira”) ou fraude com uma boa memória. Algumas comissões até mesmo fazem perguntas bastante amplas, tais como, ‘diga-nos tudo o que você sabe sobre como você foi exaltado ao grau de Mestre Maçom’, embora isso seja raro. Em algumas jurisdições, nomeadamente a Irlanda e outras dos Estados Unidos, exige-se que os visitantes repitam o juramento de Cobridor. A redação deste Juramento está contido sob o título dos Estados Unidos. Como um comentário final, pode ser prontamente dizer que desde que o homem sob exame seja de fato um verdadeiro e legítimo irmão, ele vai ser descoberto e reconhecido como tal. O inverso, é claro, também é verdadeiro.

Décima Etapa: Telhamento e Garantia

Na terminologia maçônica, “Telhamento” é a informação legal que um maçom fornece à loja que ele quer visitar, e os processos reais que lhe permitem sentar-se nela. Garantir significa tecnicamente, um maçom poder afirmar que ele “sentou-se em loja aberta’ com outro. Portanto, se um maçom visita uma loja onde ele conhece um ou mais dos seus membros, e sentou-se em loja aberta com eles, eles responderão por ele, e ele não precisará passar pelo Teste rigoroso e Devido Exame (Telhamento). Nos casos em que ele é desconhecido, após ter apresentado as suas credenciais e ter sido examinado pela comissão examinadora ou um de seus membros reponderá por ele (garantirá).

Os procedimentos de Telhamento nas lojas variam amplamente entre uma jurisdição e outra, mas todos são projetados para evidenciar aos membros da loja maçônica que o visitante tem maçonicamente o direito a estar presente. Em algumas jurisdições, o visitante entrará somente depois da loja ser aberta. Em outras, ele estará presente desde o início, e todos os visitantes serão convidados a se levantar para serem “Garantidos” por um dos membros presentes antes da abertura da loja. Maçons desconhecido já terão passado pelo telhamento. Na Irlanda e as jurisdições dos Estados Unidos, isto é acompanhado pelo que é conhecido como “expurgo da loja”. Esta prática será detalhada em seu devido lugar, mais adiante neste livro. Todos estes procedimentos não representam problemas para o irmão verdadeiro e legítimo, e certamente serão de interesse para o maçom que não as tenha experimentado antes.

Em outras jurisdições, nomeadamente de descendência direta inglesa, os visitantes serão Garantidos dentro da loja, enquanto o próprio visitante permanece de fora, para ser admitido após ter sido liberado. Muitas lojas utilizam esta forma de garantia, muitas vezes acompanhada de um sistema de cartão, onde o visitante (tendo sido devidamente analisado) registra o seu nome, loja e grau maçônico em um cartão, que depois é passado dentro da loja e lido. Após o nome de cada visitante ter sido lido, o membro que garante aquele visitante nomeado coloca-se de pé e declara seu consentimento ao Venerável.

Todas estas formas de telhamento serão mais bem explicadas mais tarde neste guia, na forma como se aplicam às jurisdições em que são usadas.

Graus de Cortesia

A maioria das Grandes Lojas regulares do mundo, mediante pedido por escrito de uma Grande Loja irmã reconhecida, outorgará “graus de cortesia” a um maçom daquela jurisdição irmã. Grau de Cortesia é o termo usado para descrever a atribuição de graus a um maçom de outra jurisdição em uma loja na jurisdição hospedeira. Em muitos casos, apenas o segundo e terceiro graus podem ser conferidos, mas algumas jurisdições, especialmente nos Estados Unidos, conferirão qualquer um ou todos os três graus da Maçonaria por cortesia.

Um maçom viajando a outro país ou região, e que não tenha ascendido a todos os três graus da Maçonaria pode desejar ter um grau ou graus, conferidos a ele em outra jurisdição. Este curso de ação pode se adequar a um maçom que tenha sido transferido para outra localidade no âmbito de seu trabalho. Para que o trabalho de cortesia seja realizado, um maçom precisará residir na jurisdição de acolhimento pelo menos alguns meses. Uma rápida visita turística raramente proporciona tempo suficiente para um trabalho de grau de cortesia ser efetuado.

Um maçom que pretenda receber um grau por cortesia deve seguir um procedimento padrão. As etapas a serem realizadas são as seguintes:

  1. Em nome de um irmão, o secretário de sua loja escreverá à sua Grande Loja informando o seu Grande Secretário do desejo do irmão em questão. A carta definirá todos os detalhes relevantes, incluindo o país a ser visitado pelo irmão, sua residência no mesmo, seu grau maçônico atual, e as datas de sua residência.
  2. Presumindo-se que:

(i)      exista uma Grande Loja regular no país a ser visitado pelo irmão, e

(ii)     essa jurisdição conduz normamente trabalho de grau de cortesia, e

(iii)    seu Grande Secretário considere-se satisfeito que as circunstâncias do irmão e os motivos justificam a atribuição de um grau de cortesia, e

(iv)    as formas de ritual utilizadas pela jurisdição de acolhimento proposta sejam de alguma forma comparáveis à prática local: então, o Grande Secretário do irmão se comunicará com o Grande Secretário da jurisdição em questão, solicitando que ele aja em nome do irmão.

4.  Invariavelmente, tais pedidos serão atendidos, e a jurisdição de acolhimento prevalecerá sobre uma das lojas próximas ao local de residência temporária do irmão, para lhe conferir o grau ou graus adequado(s).

5. O Grande Secretário do irmão será então informado das medidas tomadas pela jurisdição de acolhimento e ele providenciará para que esta informação seja passada de volta ao irmão. Geralmente, o irmão será contactado pela jurisdição de acolhimento, ou loja de acolhimento, e informado dos preparativos finais. Isso ocorrerá depois que ele passou a residir no seu território.

Graus de Cortesia, quando concedidos, tem o pleno vigor da atribuição de graus pelo modo normal. Ao receber o grau de Mestre Maçom, a Grande Loja mãe do irmão emitirá seu Certificado de Mestre Maçom.

As limitações da Outorga de Cortesia Várias limitações se aplicam à outorga de graus de cortesia. As Grandes Lojas americanas também publicam uma lista das lojas, chamada de Roster, diretório ou outros nomes. Mas, alguns dos menores Grandes Corpos Americanos simplesmente produzir os detalhes de suas reuniões de loja na contra capa de seus Procedimentos Anuais de Grande Loja.

Um certo número de jurisdições publica regularmente uma revista/periódico para a distribuição geral a seus membros. A maioria é produzida bimestralmente ou trimestralmente. Eles contêm uma riqueza de informações sobre as jurisdições que as publicam, e elas serão de interesse para um maçom em viagem. A maioria está disponível em assinaturas de doze meses. Viajantes que desejam comprar tal assinatura podem consultar suas próprias Grandes Lojas, e medidas serão tomadas junto à jurisdição competente em nome do irmão. Além disso, a maioria das bibliotecas das Grandes Lojas de todo o mundo assionam uma série de periódicos maçônicos estrangeiros, e estes estão prontamente disponíveis para consulta pelo viajante.

*** Webb

A Influência dos Conferencistas Maçônicos Itinerantes

As primeiras formas de ritual maçônico nos Estados Unidos são ainda menos conhecidas que as da Inglaterra e da França. Nós não temos o grande número de documentos do século XVIII – constituições góticas, catecismos manuscrito, auxiliares de memória – que podem ser encontrados na Europa. Presumivelmente, os primeiros rituais foram transmitidos de boca a boca, e as Lojas pode ter modelado suas cerimônias de acordo com algumas das exposições públicas, sejam importadas ou impressas internamente. A primeira exposição pública americana foi a reimpressão de Benjamin Franklin de 1730 de O Mistério da Maçonaria, mas não parece ter havido qualquer exposição pública de práticas rituais americanos até o período antimaçônico, por volta de 1826-1840.

Com uma grande diversidade de fontes de ritual, o trabalho em Lojas Maçônicas Americanas deve ter sido variado durante os anos 1700s. Isso começou a mudar em 1797 quando Thomas Smith Webb (1771-1819) publicou o Monitor do maçom ou Ilustrações de Maçonaria. Ele reconheceu que “As observações sobre os três primeiros graus são muitas delas retiradas de “Ilustrações da Maçonaria” de Preston, com algumas alterações necessárias” para torná-las “agradáveis ao modo de trabalhar na América.” Por exemplo, na cerimônia da pedra angular, Preston diz: “Nenhum membro privado, ou o oficial inferior de uma loja privada está autorizado a participar da cerimônia.”.

Webb é muito mais democrático e permite a participação de “tais oficiais e membros de lojas privadas, como possam convenientemente participar.” Webb foi o primeiro e o mais proeminente dos Conferencistas Maçônicos que percorreram o país ensinando um ritual uniforme a Lojas, Capítulos, e qualquer outro corpo que eles pudessem convencer a pagar seus honorários. Esses conferencistas, muitas vezes tinham “graus laterais” disponíveis para venda, ou como presentes. Webb treinou Jeremy Ladd Cross (1783-1861) que sucedeu Webb como principal ritualista geralmente reconhecido. A grande contribuição de Cross foi seu The True Masonic Chart ou Hieroglyphic Monitor de 1819. Ele era, amplamente, o Monitor de Webb Monitor com algumas pequenas alterações textuais e uma grande adição visual: quarenta e duas páginas de gravuras de autoria do Irmão Amos Doolittle.

As gravuras de Doolittle fizeram mais que ilustrar o texto de Cross, elas forneceram um mapa de memória para os estudantes que aprendem o ritual. Cada imagem em uma página era um marco nas palestras. Ao associar uma imagem com uma parte do ritual, era possível rever mentalmente uma aula inteira, folheando algumas páginas do Gráfico de Cross. O livro foi um enorme sucesso e influenciou a obra de arte em quase todos os Monitores Maçônicos americanos posteriores.

Outros palestrantes Maçônicos treinados por ou com Webb e Cross incluem John Barney (1780-1847), James Cushman (1776-1829), David Vinton (m. 1833), e John Snow (1780-1852). Cada um deles parecia concentrar-se em uma parte diferente do país, um pouco como os vendedores têm territórios definidos. Havia alguma cooperação entre os conferencistas e muita concorrência. Estes professores, com o auxílio do Gráfico Cross e livros semelhantes ajudaram a padronizar e divulgar as cerimônias, por exemplo, os Graus de Mestre Seleto e Real.

 

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