Navegando pelo cyber espaço maçônico, tropecei nessa excelente peça de arquitetura de 2008, de autoria de uma irmão paraense que a publicou no blog https://dcr51.blogspot.com/2008/06/as-sete-cincias-liberais.html, veículo de divulgação da ARLS De Campos Ribeiro, 51, da Grande Loja Maçônica do Pará.

Embora incorra em alguns, não diria erros, mas equívocos provocados pela repetição de argumentos tradicionalmente perpetuados na historiografia maçônica que começam a ser corrigidos, por exemplo, o papel da Grande Loja de Londres de 1717 – a primeira grande loja espúria da Maçonaria.

Mas, o trabalho contém joias raras sobre a Ordem, suas origens operativas, faltando-lhe apenas um certo desenvolvimento na questão da maçonaria especulativa, onde não incorporou achados mais recentes sobre o assunto, o que é plenamente justificável.

Essa é minha opinião

J. Filardo – Bibliotecário

Por Jeffson Magnavita Barbosa Filho

As “Sete Ciências Liberais” da Antiguidade e sua significação Maçônica e, a Reminiscência Monástica Introduzida na Maçonaria.

Na Maçonaria se mencionam muito as sete ciências liberais da antiguidade: Gramática, Retórica, Lógica, Aritmética, Geometria, Música e Astronomia. Os pedreiros-livres medievais enalteciam essas artes, nos seus regulamentos, envolvendo-as de lendas “secretas”. Numa época de menor divulgação da cultura, anterior à deste século, os maçons, ingenuamente, acreditavam também que essa arcaica seriação de ciências e artes fosse um mistério incomunicável a profanos, quer porque tivesse relação com o número sete, quer porque, de acordo com a opinião de “entendidos”, podiam representar os degraus que levam o maçom até o trono do Oriente, desde a Grade, como também poderiam ser o significado de certas escadas simbólicas.

A verdade é que as “sete ciências” ou “ artes” eram tudo quanto conheciam os antigos, ainda que os gregos se tivessem referido à física, à filosofia (Pitágoras) e a química fosse desconhecida, pois era praticada já no antigo Egito.

Ocorreu que Boécio (470-525), poeta e filosofo, secretário de Estado ou ministro do monarca ostrogodo Teodorico e, por ordem deste rei, condenado e decapitado, criou a divisão “trivium et quadrivium”, estabelecendo a seriação pela qual as três primeiras ciências deveriam ser a Gramática, a Retórica e a Lógica, e as quatro restantes a Aritmética, a Geometria, a Música e a Astronomia.

Boécio foi autor da “Consolação da Filosofia”, na qual ensinava a vencer as paixões, para conquistar a paz de espírito, a felicidade e a comunhão com Deus. Seu contemporâneo, o macróbio Cassiodoro (468-561 ou mais), depois de ser ministro de Teodorico, retirou-se para um convento que resolvera fundar numa sua propriedade da Apúlia, na Itália, e ordenou aos monges que passassem a copiar os manuscritos antigos e a estudar e praticar as “sete artes liberais”.

Essa prática passou a ser seguida pelos beneditinos, monges da Ordem de São Bento, fundada em 529, em Monte Cassino, cujo célebre mosteiro viria a ser destruído pelos lombardos, em 580.

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