Tradução J. Filardo

Hands accross the Divide (Mãos através da Divisão)
Escultura de Maurice Harron, erigida em 14991 em Derry, na Irlanda do Norte. Dois homens se estendem as mãos sem conseguir se tocar. Sob dominação inglesa, portanto protestante até 1921, depois sob o peso da Inglesa católica, a Irlanda será por muitos séculos o teatro de conflitos sangrentos. Considerado ainda hoje uma questão inglesa e protestante, a Maçonaria suscita desconfiança na Irlanda muito católica.

Por Jean-Moïse Braitberg

A Maçonaria irlandesa, tão antiga quanto a própria Maçonaria é tudo, menos uma questão simples. Protestante em país católico, mas ao mesmo tempo próxima dos nacionalistas, às vezes legalista, mas com sotaques rebeldes, sua história testemunha os desnorteantes paradoxos que caracterizam a história tumultuada da ilha. É por isso que ela é pouco estudada e ainda objeto de preconceitos hostis tanto da parte de católicos que a confundem com os extremistas protestantes da Ordem de Orange, quanto da parte desses últimos.

Vai-se de verdadeira maçonaria assim como da verdadeira cruz. Cada um deles, onde quer que se coloque, reivindica uma autenticidade mais autêntica, uma anterioridade mais anterior uma verdade mais verdadeira. Para a Irlanda, a autenticidade como a anterioridade assumem a forma de uma inscrição gravada sobre um esquadro em latão encontrado em 1830 durante as obras de reconstrução da ponte de Limerick sobre o Shannon. Erodida, mas visível, a inscrição grafada sobre o esquadro indicava a data de 1507 acompanhada dessa frase : “I will strive to live with love and care upon the level and by the square” –Eu me esforçarei para viver com amor e cuidado, sobre o nível e pelo esquadro.” Não faltaria nada mais para imaginar que a maçonaria na Irlanda nada tinha a invejar, em questão de antiguidade, com as Old Charges, essas antigas obrigações dos maçons operativos ingleses recheados de mitos religiosos descritos em antigos manuscritos. 

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