Por Alexandre Mansur Barata

 

 

Excelente artigo de Alexandre Mansur Barata, Professor do Departamento de História da Universidade Federal de Juiz de Fora, preparado com base em sua dissertação de mestrado “Luzes e Sombras: a ação dos pedreiros livres brasileiros (1870-1910).

Resumo

“Este Artigo apreende e resgata a atuação da Maçonaria Brasileira entre 1870 e 1910, período marcado pelos intensos debates que procuravam estrutura uma nova identidade nacional. Buscava-se a civilização e o progresso, encarnados na defesa da liberdade de consciência, na abolição do trabalho escravo e na República. Marcada por uma estrutura organizacional peculiar, a Maçonaria brasileira conheceu, no período, um importante crescimento das suas atividades em todo o território nacional. Aglutinando setores expressivos da sociedade, a “sociabilidade” proporcionada pelas lojas maçônicas acabou por transformá-las em importantes centros de divulgação e discussão do projeto republicano.”

A guisa de ilustração, ele transcreve trecho da obra de Pedro Nava, Baú de Ossos:

“Para cólera-que-espuma da sogra (“Cachorrão! Coitada da minha filha…”), repugnância das cunhadas (“Pobre de nossa irmã, casada com bode preto!”), consternação de minha Mãe (“Nossa Senhora, que pecado!”) e escândalo da Cidade (“Pobre moça! Também, casar com nortista…”) e animado por nosso Primo Mário Alves da Cunha Horta, pedreiro livre emérito, Meu Pai ousara tripingar-se! Primeiro, Cavaleiro da Rosa Cruz. Depois, da Águia Branca e Negra. E frequentava notantemente a casa maldita, sempre escura, de janelas e portas herméticas. Lembro-me bem: quando lhe passava em frente, com minha Mãe, ela descrevia uma curva prudente, largava o passeio e tomava a sarjeta para distanciar-se dos óculos gradeados do portão onde, diziam, havia um negro caprino cevado com carne podre de anjinhos e cujo bafo enxofrado era fatal.”

 

Um quadro completo do que foi a última obra da Maçonaria Brasileira.

 

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Os Maçons e a Proclamação da República