A maioria esmagadora das lojas maçônicas europeias dos séculos XVII e XVIII foi fundada por ingleses, irlandeses e escoceses, das mais variadas áreas profissionais, considerados hereges pela origem, dado que a religião anglicana era caracterizada como uma seita pelos inquisidores.
O Tribunal do Santo Ofício, o braço jurídico da Igreja na Europa Ocidental, como também era chamado a Inquisição, tinha como objetivo investigar e punir sumariamente os crimes contra a fé católica, assim considerados aqueles que pusessem em dúvida os princípios e dogmas da Santa Igreja Católica, Apostólica e Romana, bem como quem exercesse culto que lhe fosse contrário. Num segundo momento, funcionou também como instrumento de coação, de forma a manipular autoridades e obter vantagens políticas.
Apesar disso, não havia algo sólido para que a maçonaria fosse de plano acusada de ‘heresia’, face à sua origem eminentemente Cristã. As citadas Constituições jamais foram colocadas no Index[5] pelo Santo Ofício, nem uma tendência propriamente doutrinária era imputada pela Bula à maçonaria. Quando os inquisidores foram à procura dos membros, muitas lojas já não se reuniam, com o receio da excomunhão. Outras permaneceram na clandestinidade. Ainda assim, onde a Bula foi aplicada, a Inquisição julgou e puniu inúmeros maçons, bem como aqueles assim equiparados.
Na França, o parlamento não aprovou a Bula In Eminenti e por isso ela não entrou em vigor naquele país. O Cardeal de Fleury, Primeiro Ministro de Luiz XV, “que era acima de tudo um diplomata experiente e um estadista, considerou que a vida política francesa já estava bastante complicada para fazer da maçonaria um grande problema, e principalmente depois de Roma ter falado.” (Benimeli, 2007).
Leia mais em O PONTO DENTRO DO CÍRCULO