J.Filardo
Veiculado como de autoria de Baruch de Spinoza, mas que teria sido escrito por um médium mexicano Francisco Javier Ángel Real (conhecido como Anand Dilver) em seu livro “Conversaciones con mi Guía”. (A ser verificado).
Porém, independente da autoria, o texto fala por si mesmo, e seria o seguinte:
Deus teria dito:
“Pare de ficar rezando e batendo no peito! O que quero que faça é que saia pelo mundo e desfrute a vida. Quero que goze, cante, divirta-se e aproveite tudo o que fiz pra você.
Pare de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que você mesmo construiu e acredita ser a minha casa! Minha casa são as montanhas, os bosques, os rios, os lagos, as praias, onde vivo e expresso Amor por você.
Pare de me culpar pela sua vida miserável! Eu nunca disse que há algo mau em você, que é um pecador ou que sua sexualidade seja algo ruim. O sexo é um presente que lhe dei e com o qual você pode expressar amor, êxtase, alegria. Assim, não me culpe por tudo o que o fizeram crer.
Pare de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo! Se não pode me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de seus amigos, nos olhos de seu filhinho, não me encontrará em nenhum livro.
Confie em mim e deixe de me dirigir pedidos! Você vai me dizer como fazer meu trabalho?
Pare de ter medo de mim! Eu não o julgo, nem o critico, nem me irrito, nem o incomodo, nem o castigo. Eu sou puro Amor.
Pare de me pedir perdão! Não há nada a perdoar. Se eu o fiz, eu é que o enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso culpá-lo se responde a algo que eu pus em você? Como posso castigá-lo por ser como é, se eu o fiz?
Crê que eu poderia criar um lugar para queimar todos os meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que Deus faria isso? Esqueça qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei, que são artimanhas para manipulá-lo, para controlá-lo, que só geram culpa em você!
Respeite seu próximo e não faça ao outro o que não queira para você! Preste atenção na sua vida, que seu estado de alerta seja seu guia!
Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é só o que há aqui e agora, e só de que você precisa.
Eu o fiz absolutamente livre. Não há prêmios, nem castigos. Não há pecados, nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro. Você é absolutamente livre para fazer da sua vida um céu ou um inferno.
Não lhe poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso lhe dar um conselho: Viva como se não o houvesse, como se esta fosse sua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não houver nada, você terá usufruído da oportunidade que lhe dei.
E, se houver, tenha certeza de que não vou perguntar se você foi comportado ou não. Vou perguntar se você gostou, se se divertiu, do que mais gostou, o que aprendeu.
Pare de crer em mim! Crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que você acredite em mim, quero que me sinta em você. Quero que me sinta em você quando beija sua amada, quando agasalha sua filhinha, quando acaricia seu cachorro, quando toma banho de mar.
Pare de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra você acredita que eu seja? Aborrece-me que me louvem. Cansa-me que me agradeçam. Você se sente grato? Demonstre-o cuidando de você, da sua saúde, das suas relações, do mundo. Sente-se olhado, surpreendido? Expresse sua alegria! Esse é um jeito de me louvar.
Pare de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que o ensinaram sobre mim! A única certeza é que você está aqui, que está vivo e que este mundo está cheio de maravilhas.
Para que precisa de mais milagres? Para que tantas explicações? Não me procure fora. Não me achará. Procure-me dentro de você. É aí que estou, batendo em você.”
A fraqueza encontrada nele é a indefinição quanto ao Mal. Sendo o Deus do texto tudo o que existe, ele englobaria o Mal? Então ele não seria “puro Amor.” E deveria reconhecer o mal como uma de suas qualidades.
Se atribuirmos o Mal a uma outra entidade, considerando o poder demonstrado por essa entidade, concluiríamos que o Deus do texto não é tudo, mas parte de alguma coisa maior.
Na minha opinião, essa coisa maior é Zeus!
Não importa qual o nome que assina o texto, Spinoza ou outro filósofo qualquer!
Deus não é a natureza. Deus é causa, criador, a natureza é efeito da causa Deus seu criador.
Há um grande equívoco! Deus é sim puro amor; o ódio só existe no homem que não compreende esse amor divino!
É verdade que Deus quer que sejamos felizes, mas essa felicidade não pode ser só para alguns, é necessário que o homem seja fraterno em uma sociedade cada dia mais egoísta. Apresentar Deus com sentimentos humanos, é rebaixá-lo e não compreender sua natureza!!!
Abraços fraternos
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Ora, Ora, temos aqui um grande conhecedor.
Talvez possa nos explicar a origem do Mal. Ou talvez, os motivos pelos quais as crianças africanas e sírias são punidas como são outras tantas pelo mundo.
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Vale lembrar que o Deus que se distingue da natureza, tal qual você se refere, é o ensinado nas igrejas. O Deus de Spinoza e de outras instituições não segue necessariamente esta visão. O texto do artigo e a visão do autor do blog tem a liberdade de seguir em outras direções.
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Parabéns pelo artigo.
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Acho que estão lendo este texto com uma visão abraamica, de bem e mal, deus bom, onipotente, onisciente e blablabla.
o texto é claro em dizer:
“Pare de ter medo de mim! Eu não o julgo, nem o critico, nem me irrito, nem o incomodo, nem o castigo. Eu sou puro Amor. Pare de me pedir perdão! Não há nada a perdoar. Se eu o fiz, eu é que o enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso culpá-lo se responde a algo que eu pus em você? Como posso castigá-lo por ser como é, se eu o fiz?”
Este deus não é um juiz! e não se importa como que você faz, você está “só” e sujeito as ações e reações suas e de quem está a sua volta(seja homens, natureza,…). Pelo que entendi, ele só quer que você aproveite sua “estadia” nessa vida da forma que achar correta pra você! Sempre tentando cumprir a notória regra de ouro, mas nao por ele e sim para que você tenha paz na consciência (no que depender de você).
Resumindo, bem e mal para este deus é indiferente “para ele”.
Ele é amor no sentido que transcende palavras, mas é sentido dentro de cada um.
Se um Hitler ou algum de nós( por que não?!) “praticar o mal”, foi escolha nossa segundo nossas reações a estímulos naturais internos e externos, não terá um deus bom ou um deus mau para influenciar, ajudar, prejudicar e outras invenções humanas.
Este deus talvez seja um sentimento, aquele amor por viver que deveríamos demonstrar a cada segundo… mas paro por aqui, definir deus é pessoal e vai de acordo com o conhecimento e a experiencia de vida adquirida de cada um.
Um tripl .’. abr .’. frat .’. a todos os queridos iirm.’.
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Brother Shartz,
O que queres dizer que esse deus pilatos está a nos dizer que “eu coloquei vocês aí, plantei a semente do bem e do mal em vocês e agora virem-se. Faça o que quiser e me deixem em paz.”
Pode ser um comportamento divino, mas não justifica toda a fé e adoração dedicada a ele pela humanidade.
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Meu querido irmão Filardo.
“O que queres dizer que esse deus pilatos está a nos dizer que “eu coloquei vocês aí, plantei a semente do bem e do mal em vocês e agora virem-se¨
Este deus nos fez com sentimentos! cabe a nós usá-los como julgarmos correto, este deus não nos condenará ou exaltará por isto!
“Faça o que quiser e me deixem em paz.”
Fazer o que quiser, sim, mas assumindo as consequencias de nossos atos, palavras e pensamentos, somos livres! E não é necessário deixar este deus em paz, pois ele não quer devoção ou cisa do tipo! Ele apenas criou as condições necessárias para a vida surgir e também desaparecer, tudo conforme nos ensina a natureza.
“Pode ser um comportamento divino, mas não justifica toda a fé e adoração dedicada a ele pela humanidade.”
Mais uma vez, estão vendo este deus com uma visão abraamica! Releiam o texto e verão que esse deus não precisa de fé e adoração e por sinal, isso o irrita!
TFA!
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Se existisse, naturalmente…
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Seu comentário tá excelente irmão. Sinceramente! Me permita acrescentar um detalhe quando o autor escreve ” Eu sou puro Amor” isso pode parecer pouco mas não deveria estar lá, essa expressão nós força a ver a dualidade. Se a intenção era nos fazer refletir sobre nossa liberdade de escolha e responsabilidade por ela não deveria citar o amor
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nao consegui absorver onde ele ser amor cria uma dualidade.poderia explicar?
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Mano Filardo, como sabemos o Deus de Spinoza é impessoal, não fala, apenas É, conforme podemos deduzir dos estudo de suas obras, principalmente de “A Ética”.
O texto, com este deus conselheiro de autoajuda, é de fato do aludido autor citado no início da matéria, com algumas alterações na construção. Pode ser consultado em: https://dokumen.site/download/2conversaciones-con-mi-guia-anand-dilvar-a5b39efdfea031
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Segundo alguns internautas, este texto não teria sido escrito por Spinoza, mas sim pelo auto proclamado medium mexicano Francisco Javier Ángel Real (conhecido por Anand Dilver), em seu livro “Conversaciones con mi Guía” na página 14.
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Excelente informação José,
Vamos atrás. Não gostamos de fake news.
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Excelente texto. Spinoza é sensacional, mas vou me atrever e discordar em um pequenino detalhe.
Como explicar o comportamento de um assassino frio e sanguinário, psicopata, um traficante, um ditador louco como Stálin, Hitler, Mussolini, Mao etc? O mal é uma realidade cotidiana e histórica, o texto define Deus como puro amor mas faltou falar de Deus como puro ódio ou mal também, senão o texto perde a coerência mesmo sendo de Spinoza.
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Exatamente a mesma reação eu tive ao ler o texto.
Estou certo de que essa pergunta deve ter sido amplamente debatida em textos de comentaristas. Acho que vale a pena procurar.
Se o velhinho é onipotente e criou tudo, não tem poder maior que o do Lúcifer? Ou ele não é o manda-chuva e é apenas o lado bom? Ou o mal está nele contido?
Essa pergunta eu sempre faço aos crentes que batem à minha porta, mas não sei porque, ultimamente eles têm passado reto na minha porta.
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