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Por João Anatalino Rodrigues

caos

Nature Naturans

Uma tradição muito antiga sustenta que em dado momento na história do universo ocorreu uma ruptura entre as duas estruturas que sustentavam o universo em seus primórdios — a profana e a sagrada — fazendo delas dois compartimentos estanques. Daí passou-se a visualizar o cosmo como se ele fosse composto por duas partes diversas, incomunicáveis entre si, opostas, contrárias mesmo. Como resultante dessa ruptura, a produção universal, fosse matéria ou pensamento, passou a ser considerada como uma resultante da acção e reacção entre energias antagónicas. Assim, bem e mal, luz e trevas, verdade e mentira, acção e reacção, macho e fêmea, matéria e espírito, deuses e demónios etc., passaram a ser vistas como forças que actuavam em sentido contrário uma à outra, produzindo as realidades universais.

Nos primórdios da civilização as pessoas se recordavam dessa ruptura e interpretavam-na como urna “queda”, ou a expulsão da espécie humana de um paraíso. Elas tinham a sensibilidade de que um dia a humanidade havia vivido em um mundo diferente, onde não havia conflitos de espécie alguma e toda a criação coabitava em paz e harmonia, obedecendo apenas aos princípios que o Grande Arquitecto do Universo nele pusera para manter e preservar esse status quo. Esse era o arquétipo que informava essa noção mais profunda de unidade primordial do universo.


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