J. Filardo
Bibliotecário

Quando faço uso da palavra em loja, sempre procuro explicar aos Aprendizes algumas coisas que podem abreviar a aquisição de conhecimentos sobre Maçonaria.

Uma de minhas falas prediletas é explicar a eles que a Maçonaria é um lugar plural, uma irmandade onde se reúnem homens de diferentes caminhos da vida, que de outra forma nunca teriam se encontrado.

Há quem diga que a Loja maçônica é um “local sagrado” onde suspendem-se as diferenças e se procura o Caminho do Maçom. Eu chamo a loja de um “local democrático” onde cada um se coloca em igualdade para discutir questões importantes, tanto ligadas à realização pessoal quanto questões mais abrangentes que compreendem a sociedade e a humanidade.

A Maçonaria enquanto instituição precisa ser neutra para oferecer a todos aqueles que a procuram o ambiente necessário para que cada um atinja suas metas de aperfeiçoamento. Sim, porque é disso que se trata a Maçonaria. O Caminho do Maçom pela Árvore da Vida acima é uma realização solitária e a meta é atingida com a ajuda e exemplo dos outros irmãos maçons.

A neutralidade da Maçonaria, porém, não é absoluta. Ela tem princípios, ou balizas que delimitam o perfil de homem que poderá ingressar em suas fileiras e esses princípios resumem um modelo civilizado e humanista visando melhorar cada um que se vale dela para atingir a perfeição.

A fraternidade e o networking decorrentes da pertença à Ordem são “fringe benefits” ou seja, consequências do reconhecimento do outro como irmão. As obrigações de socorrer outro irmão também decorrem dessa mesma pertença.

Assim, um homem de boa reputação e princípios humanísticos e democráticos terá na sua loja a oportunidade de conviver com outros homens de boa reputação e princípios, aproveitando os exemplos e as lições que deve receber (e transmitir) dos outros irmãos. O ideal é que o candidato ao ingresso na Ordem seja um líder em seu meio, ou que tenha qualidades de liderança que possam ser melhoradas no convívio da Maçonaria.

Não podemos nos esquecer de que o ser humano é eminentemente gregário e político e que a democracia parte do princípio de que o direito de um acaba onde começa o direito do outro; que a sociedade não tem o direito de matar criminosos; que o homem de bons princípios deve se esforçar para melhorar a sociedade.

Tradicionalmente afirma-se que os assuntos relacionados à política e à religião não devem ser discutidos em loja, devido ao seu potencial disruptivo de crias situações delicadas e até mesmo dividir a loja. Mas, eu me permito discordar dessa orientação, pois entendo que homens verdadeiramente inteligentes são capazes de respeitar a posição dos outros e discutir serenamente todo e qualquer assunto.

E vou mais longe. Em minha opinião o maçom tem a obrigação individual de se envolver em política ativamente, se possível através de mandatos em sua comunidade. Deve ter opinião firme e, o mais importante, dados e argumentos baseados em verdades ou fatos.

E foi pensando nessa necessidade de desenvolver uma opinião firme, baseada em fatos e dados, que estou colocando à disposição de todos um documento muito importante no momento, que é o RELATÓRIO FINAL DO GABINETE DE TRANSIÇÃO GOVERNAMENTAL 2022/2023 publicado hoje, que contém o levantamento da situação do país ao final do atual governo e algumas indicações das ações que deverão ser tomadas a partir de 2023.

Dessa forma, espero que os leitores exercitem suas capacidades de respeito pela opinião alheia e pelo convívio democrático em suas manifestações sobre a matéria.

Cabe um esclarecimento: Esse blogue, em que pese a concentração de materiais ligados ou referentes à Maçonaria, é um blog particular onde são publicados assuntos de interesse do Bibliotecário.


Quem tiver interesse pelo assunto pode baixar o relatório AQUI:


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