J. Filardo M⸫ M⸫

Em mais de um sentido, a pandemia de Covid-19 pode ser equiparada à segunda pandemia de peste negra que devastou a Europa ao longo dos séculos XIV até XVII, embora estivesse presente em algum lugar da Europa todos os anos entre 1345 e 1671, segundo Jean-Noël Biraben.

Mas, o que tem a ver o parágrafo acima com o título da postagem? vai logo perguntar o Ir⸫ Marcos. E a resposta é que essas pandemias representaram mudanças civilizatórias profundas em todo o mundo.

Com a peste tivemos o Renascimento e a Reforma, com a Covid-19 uma mudança na forma de encarar o mundo e o modo atual de vida, provocando em muitos países uma revisão dos valores capitalistas selvagens em favor de uma diminuição da velocidade da rotina pessoal e um posicionamento do Estado como único ente capaz de afrontar emergências catastróficas do nível das pandemias. O capitalismo e o neoliberalismo não ofereceram resposta adequada. Foi preciso a intervenção do Estado para que a emergência fosse enfrentada e superada.

Esse preâmbulo serve para situar uma questão fundamental da adaptação da pedagogia maçônica empregada na formação dos maçons do século XXI à incapacidade do homem moderno de interpretar símbolos, vez que presentemente ele recebe tudo empacotado e pronto das entidades encarregadas de formar um homem submisso, conformado e disciplinado, incapaz de pensamentos próprios e incapaz de perceber as entrelinhas do processo ou as forças subjacentes na sociedade.

Pois bem, os homens que criaram a Maçonaria eram capazes de interpretar símbolos e até mesmo existia uma designação para essa capacidade refinada de percepção e interpretação da realidade, fruto de uma pedagogia ajustada ao espírito da época. Dava-se a essa qualidade do maçom o nome de segunda visão. Os maçons gabavam-se de serem capazes de predizer o futuro. E não havia nada de mágico nisso. Apenas o desenvolvimento de uma percepção refinada.

Isso posto, defendemos a ideia de que os maçons contemporâneos precisam recuperar essa capacidade fundamental para o desenvolvimento do Caminho do Maçom e realização plena dos objetivos da Maçonaria.

Eu sempre digo aos Aprendizes que a Loja Maçônica é uma máquina do tempo. No momento em que o Venerável declara abertos os trabalhos, o golpe de malhete liga essa máquina do tempo e somos instantaneamente transportados para o século XVII e obrigados a ajustar nosso cérebro aos conceitos da época e nos esforçarmos para ver o mundo com os olhos ao mesmo tempo ingênuos e geniais de nossos predecessores.

Assim, como parte desse esforço no sentido de ajudar os Aprendizes, Companheiros e Mestres a se conectarem com aquele espírito e desenvolver a capacidade de análise e interpretação de símbolos, trazemos uma magistral peça de arquitetura onde exemplos são apresentados da maneira como uma interpretação é magistralmente conduzida pela escritora portuguesa Yvette Centeno.

Quando terminar as repetidas leituras necessárias para absorver uma lição tão profunda, comente suas impressões. Temos a certeza de que será uma experiência nova, uma descoberta para a maioria dos leitores.

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