J. Filardo MM

Nosso blogue busca a verdade e a justiça. Por isso, voltamos ao assunto, embora seja para mostrar outro aspecto da questão, que não a participação de maçons em um governo de extrema direita que conduziu o país a uma fratura da sociedade, graças a uma administração neoliberal e corrupta motivada por uma ideologia contrária à maior parte dos princípios maçônicos. Essa questão continua de pé.

Mas…

Mea culpa. Eu devia ter-me aprofundado e buscado mais informações antes de atribuir o problema apenas à administração de extrema direita. A verdade é que não existem inocentes nesse escândalo que começou em 21 de Abril de 1500 com a chegada das caravelas dos Templários à Bahia.


O fato é que um irmão chamou nossa atenção para a existência do relatório de uma CPI realizada em 2007 sobre a situação dos indígenas naquela ocasião. A CPI foi convocada por parlamentares do PSDB, e o relatório foi publicado e pode ser acessado em RELATÓRIO DA CPI.

Nesse relatório constatamos que a situação dos indígenas naquele momento era tão crítica quanto vemos hoje, depois dessa crise dos Yanomamis que, na época da CPI tinham problemas de malária, é verdade, mas nada que se comparasse à situação atual. O relatório demonstra que todos os povos autóctones estão “lascados” independentemente do governo no poder.

O relatório também demonstra que tanto a esquerda quanto a direita negligenciaram a política indígena em seus governos, com consequências tão terríveis então quanto o são agora.

A causa raiz do abandono especificamente na Amazônia é a questão da soberania nacional. O caso da TI Raposa do Sol, também em Roraima é um bom exemplo. Por trás de tudo está a Doutrina de Segurança Nacional inculcada nas forças armadas desde a ditatura militar.

O assunto foi bastante discutido à época:

https://blogdopego.blogspot.com/2008/04/raposa-serra-do-sol-grave-ameaa.html ou ainda https://www.fundobrasil.org.br/as-terras-indigenas-sao-uma-ameaca-a-soberania-nacional/

A grande diferença é que os Yanomami foram alvo de uma política genocida intencional, demonstrada por propostas que visavam negar a demarcação do território indígena e visavam a liberação das terras para a plantação de arroz e a exploração mineral, principalmente de ouro.

Este é o mapa da Terra Indígena Yanomami. Vemos que o território habitado por eles se estende além da fronteira, situando-se metade no Brasil e metade na Venezuela o que motivou algumas fontes de Fake News a divulgar que o problema envolvia somente índios venezuelanos e, portanto, não era um problema brasileiro.

Sabe-se também que um grande número de ONGs estrangeiras e nacionais, algumas vinculadas a organizações religiosas atuam no Território Indígena. As ONGs informam que a situação dos Yanomami na Venezuela não é muito diferente da situação brasileira.

Algumas dessas ONGs enviaram relatórios alarmantes sobre a situação do povo Yanomami ao governo federal que ignorou 21 pedidos de ajuda a povos Yanomami desde 2019. E foi preciso que uma postagem na Internet desencadeasse uma investigação que acabou por revelar a triste situação do povo Yanomami em Roraima.

Por trás das notícias

Vejamos o que foi publicado em https://www.survivalbrasil.org/povos/yanomami:

Como resultado do crescente contato e interação com pessoas de fora e confrontados com sérios ataques a seus direitos, os Yanomami formaram organizações regionais para defender seus direitos. Em 2004, os Yanomami de onze regiões do Brasil se reuniram para formar a sua própria organização, a Hutukara (que significa ‘a parte do céu de onde a terra nasceu’), para defender seus direitos e administrar seus próprios projetos. Os Yanomami na Venezuela formaram sua própria organização chamada Horonami em 2011 e os Yanomami em outras regiões dos dois países criaram organizações semelhantes.”

Os militares se arrepiam quando leem isso e nada ajudou um relatório segundo a qual existia um risco muito grande de que em um determinado momento, os Yanomami se declarassem uma nação politicamente independente tanto do Brasil quanto da Venezuela, visto que reúnem os pressupostos para sua individuação, ou seja, têm território, cultura, idioma. Em resumo, podem proclamar sua independência com o suporte de governos estrangeiros, tornando-se um enclave indígena soberano no centro da floresta Amazônica. Esses militares paranoicos acreditam, inclusive, que alguns países poderiam enviar tropas para “proteger” o novo país (quando na verdade estariam interessadas em se apossar da Amazônia e internacionalizá-la.

Futuro

O que esperamos é que esse episódio de 2023, somado à criação de um Ministério específico signifiquem uma melhora nas condições dos povos autóctones da Amazônia.


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